21.1.09

Armas químicas utilizadas contra os romanos no século II

Uma pesquisa da Universidade de Leicester(Inglaterra) descobriu que 20 soldados romanos, mortos no ano de 256, foram vítimas de “armas químicas”, usadas pelo império persa sassanida. Os soldados foram asfixiados em um túnel, durante o cerco persa à cidade de Dura-Europos (“Forte Europa”), localizada no território da atual Síria, com o uso de materiais químicos rudimentares para sufocar os legionários.

Os persas usaram uma série de táticas de assédio para invadir a cidade, então um avançado e importante posto no leste do Império Romano, como o uso de túneis por baixo das defesas muradas. Os romanos, para contra-atacar, também escavaram túneis para barrar os persas. Em uma dessas estreitas galerias foram encontrados os corpos dos soldados. Quando os túneis dos dois grupos se encontraram, os romanos perderam o combate.
Portão de Palmira, entrada principal da antiga cidade de Dura-Europos

Para o arqueólogo Simon James, que conduziu o estudo, a disposição dos corpos e outras evidências indicam que eles não foram mortos por espadas ou lanças. “A análise mostra que os romanos foram parados na boca do túnel de contra-ataque pelos persas, que usaram a primeira linha de vítimas para criar uma barreira de corpos e escudos para impedir o avanço. Depois eles queimaram betume e cristais sulforosos, criando densas nuvens de fumaça sufocante, que bombearam em direção aos legionários”. A conclusão é baseada em restos de fuligem encontrados nas paredes da galeria.

Não foram os túneis, entretanto, que definiram a queda de Dura-Europos. O modo como os persas conseguiram invadir a cidade ainda não foi desvendado. James, recentemente, escavou uma linha de catapultas prontas para serem usadas após os sírios romperem os muros, como a última defesa da cidade. Com a vitória persa, os habitantes foram massacrados ou capturados, e Dura-Europos abandonada e soterrada pelo tempo, sendo redescoberta pelos britânicos apenas na década de 1920.