1867: Estados Unidos compram o Alasca da Rússia
Não foram poupadas críticas à compra do que alguns chamavam de "geladeira do Tio Sam" ou "jardim dos ursos do presidente". O negócio foi aprovado pelo Senado por apenas um voto.
Para entender o contexto histórico da transação, é preciso retroceder no tempo até 1853. Naquela época, a Rússia e a Turquia estavam em guerra. A Grã-Bretanha e a França apoiavam os turcos no pequeno conflito que ameaçava tornar-se uma grande guerra. O distante território da Rússia além do Estreito de Bering, então chamado América Russa, estava indefeso a um ataque da Marinha britânica.
O grande território gelado possuía apenas alguns centros de revenda de peles e alguns fortes militares. Uma companhia russo-americana que controlava o comércio na região foi encarregada oficialmente, em 1854, de fazer a proposta de venda aos Estados Unidos. Na realidade, a Rússia precisava de dinheiro.
Planos adiados várias vezes
Quando Washington acenou com a disposição de negociar, a Grã-Bretanha se comprometeu a respeitar na guerra o território em questão e o esboço do contrato de venda desapareceu misteriosamente. Mas a miséria russa continuou e as poucas vantagens econômicas do território fizeram a idéia da venda voltar à tona em 1857.
O grão-duque Constantin, irmão do czar Alexandre 2º, queria que a Rússia se concentrasse em sua política interna e achou que a América Russa era um luxo descabido à situação do país. Quando as negociações foram reiniciadas com Washington, começou a Guerra Civil Americana. Nos quatro anos seguintes, os planos foram novamente esquecidos.
Em 1866, as ações da companhia de comércio russo-americana caíram rapidamente e a empresa estava à beira da falência. A venda do território do hoje Alasca voltou a ser assunto, tanto na Rússia como nos Estados Unidos. O enviado do czar à América, Eduard von Stoeckl, encaminhou a transação e estava confiante. Afinal, escreveu, os Estados Unidos compraram a Louisiana da França, a Flórida da Espanha e o Texas e a Califórnia do México.
Grande valor econômico
A decisão da venda foi tomada em São Petersburgo em 16 de dezembro de 1866. O então secretário de Estado William Seward era um expansionista convicto e viu na compra do Alasca a chance de restabelecimento da ordem no continente. As negociações duraram quatro dias. O preço final ficou em 7,2 milhões de dólares, ou seja, a pechincha de 4,74 dólares por metro quadrado.
Desde 3 de janeiro de 1959, o Alasca é oficialmente o 49º Estado norte-americano. Hoje, é um grande produtor de salmão, centro da produção madeireira dos Estados Unidos e também o principal produtor de petróleo do país. (rw)
Fonte:DW-World
Disponível em:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,486339,00.html