O Tratado de Amizade, Cooperação e Ajuda Mútua do Leste, ou Pacto de Varsóvia, conforme o nome da cidade onde foi assinado, foi uma reação à inclusão da Alemanha Ocidental – a Oriental era controlada pelos soviéticos – na Otan.
Em pleno auge da Guerra Fria, a União Soviética, a Polônia, as então Tchecoslováquia e Alemanha Oriental, além de Hungria, Romênia, Bulgária e Albânia, uniram-se num bloco militar de defesa conjunta. O marechal soviético Ivan S. Konev foi nomeado seu comandante.
Tentativa vã
Composto por um preâmbulo e 11 artigos, escritos em russo, polonês, tcheco e alemão, o Pacto de Varsóvia entrou em vigor em 4 de junho de 1955 e foi a última de uma série de tentativas fracassadas dos soviéticos de impedir o ingresso da Alemanha Ocidental na Aliança Atlântica. Tarde demais, pois a Alemanha Ocidental havia ingressado na Otan e na União da Europa Ocidental, poucos dias antes.
Criado com bases no artigo 51 da Carta das Nações Unidas, o Pacto de Varsóvia dizia-se um tratado regional para a garantia da segurança coletiva. Isso apenas na teoria, pois na prática servia de instrumento, tanto político quanto militar, aos soviéticos para disciplinar os países satélites.
O início da derrocada
No dia seguinte à assinatura do Pacto de Varsóvia, foi ratificado o tratado de criação do Estado austríaco, em Viena. O artigo 20 deste documento, que restabelecia a soberania ao país, reza que os "Aliados devem retirar-se da Áustria em 90 dias (...) ou o mais tardar até 31 de dezembro de 1955.
Era um duro golpe para os soviéticos, que foram obrigados a se retirar do país. Também suas bases na Romênia e na Hungria deixavam de ter a função de abastecimento.
Quando a Hungria manifestou sua vontade de sair do Pacto em 1956, seu clamor pela liberdade foi oprimido por tropas do bloco. Em 1968, quando a Tchecoslováquia tentou algo semelhante, tanques russos invadiram a capital, no que ficou conhecido como a Primavera de Praga. A União Soviética reagiu, instituindo a "doutrina sobre a soberania limitada dos Estados soviéticos".
Censura intolerável
A invasão da Tchecoslováquia pelos soviéticos foi vista pelos demais filiados como censura intolerável. A Romênia não deu apoio e a Albânia saiu do Pacto. Moscou ainda tentou desesperadamente manter a aliança, em vão.
Em 1985, os sete membros do Pacto reuniram-se para renová-lo por mais 20 anos, mas a queda dos regimes comunistas no Leste, a partir de 1989, condenou o sistema à dissolução.
Fonte: DW
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