Há 64 anos o Japão aceitava os termos de rendição incondicional impostos pelos principais países aliados na II Guerra Mundial – União Soviética, Estados Unidos, Império Britânico e China. Para muitos historiadores, o comunicado da decisão japonesa representou o final simbólico do conflito.
A rendição do Japão foi anunciada ao mundo pelo presidente norte-americano Henry S. Truman depois deste ter recebido uma resposta oficial de Tóquio. Convocando jornalistas ao seu gabinete, Truman declarou: “Foi recebida, hoje à tarde, uma mensagem do governo japonês em resposta à mensagem enviada a esse governo em 11 de agosto. Considero essa resposta como uma aceitação plena da Declaração de Potsdam, que especifica a rendição incondicional do Japão. Na resposta, não há reservas”.
No Japão, foi a primeira vez na história do país que um imperador dirigiu sua palavra à nação pelo rádio. No comunicado, o imperador Michinomiya Hirohito informou que a situação mundial o obrigou a negociar com o inimigo, recorrendo à medida extraordinária da rendição. Em seguida, disse que declarou guerra aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha para garantir a estabilidade da Ásia Oriental. De acordo com o imperador, jamais foi intenção do Japão intrometer-se na soberania das outras nações ou que o seu país tivesse alimentado desejos de expansão territorial.
Em 2 de setembro de 1945, a bordo do navio norte-americano USS Missouri, na Baía de Tóquio, o Japão assinava formalmente sua rendição, oficializando o fim da guerra.
A rendição japonesa e a bomba atômica
Os historiadores divergem a respeito da influência e necessidade do bombardeio atômico realizado pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em seis e oito de agosto de 1945, para a derrota e rendição do Japão. Enquanto alguns atestam que o lançamento das bombas foi a principal razão para o país se render, outros argumentam que, quando as bombas foram lançadas, grande parte das forças militares japonesas já haviam sido derrotadas e isoladas, e que o Japão já não representava perigo aos aliados. Dessa forma, as bombas atômicas teriam sido uma estratégia para intimidar a URSS, cuja influência no cenário mundial começava a rivalizar com a dos EUA. Dessa rivalidade, emergiria a Guerra Fria.
Fonte: JBLOG