Apesar de sua imagem ser frequentemente associada ao Brasil, Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu na freguesia de Várzea da Ovelha Aliviada, em Portugal. Segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha e de Maria Emília Miranda, Maria do Carmo mudou-se com a sua família para o Brasil em 1910, antes mesmo de completar um ano idade. No Rio de Janeiro, Carmen, apelido recebido do pai, cresce sonhando com uma carreira nos palcos. Em 1930, alcança o sucesso ao gravar a marchaPra Você Gostar de Mim, de Joubert de Carvalho, e é apontada pelos jornais como “a maior cantora brasileira do momento”. A primeira turnê internacional vem em 1933, e o primeiro filme nacional, Alô Alô Carnaval, em 1936. Carmen Miranda passa então a se apresentar no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, até que em 1930 assina contrato com o empresário norte-americano Lee Shubert e segue para os Estados Unidos com o seu grupo musical Bando da Lua. A sua carreira deslancha e a sua dependência de psicotrópicos começa.
Sob os auspícios da Política da Boa Vizinhança, adotada pelos Estados Unidos para conquistar o apoio dos países latino-americanos na Segunda Guerra Mundial, Carmen Miranda participa de 13 filmes em Hollywood num período de nove anos, e torna-se a atriz mais bem paga daquele país. Em 1947, casa-se com David Sebastian, que passa a atuar como seu empresário. A dependência de anfetaminas e barbitúricos aumenta. Em 1953 participa do seu último filme e, no dia da sua morte, da sua última apresentação. O Brasil emudeceu diante da sua mais notória voz.
Ainda que possa ser criticada por ter projetado uma falsa imagem do Brasil no exterior, a importância de Carmen Miranda na história cultural do Brasil é incontestável: ela foi uma influência direta na formação do movimento tropicalista. Tributos à sua vida e à sua arte permanecem sendo prestados até hoje, e especialmente neste ano, no qual comemoramos o centenário do seu nascimento.
Fonte: JBLOG