Os espelhos possuem finalidades que extrapolam a questão da vaidade.
Por Rainer Sousa
Com a ascensão das mídias digitais, a repercussão das imagens pelo mundo tomou uma dimensão nunca antes imaginada. Em questão de segundos, uma foto ou vídeo pode atravessar computares de diferentes lugares do planeta em um movimento de natureza incontrolável. Contudo, mesmo com a intensidade contemporânea desse fenômeno, a observação de imagens é uma prática bastante comum na história humana.
A primeira manifestação desse fato provavelmente aconteceu quando o homem observou o seu reflexo na água. Por meio desse simples exercício, o homem começou a reconhecer a sua própria imagem e agregar outros elementos que determinam a compreensão de sua identidade. Foi a partir desse momento, junto ao processo de dominação da natureza, que os espelhos foram ganhando espaço e importância.
Segundo o apontamento de alguns pesquisadores, a primeira tentativa de se fabricar um espelho aconteceu na Idade de Bronze, há cerca de 3000 a.C.. Através do polimento de metais e pedras, algumas antigas populações do atual Irã seriam responsáveis pela fabricação dos primeiros espelhos de toda a História. Longe de parecer com os espelhos atuais, os modelos dessa época somente refletiam os contornos de uma imagem bastante distorcida.
Somente nos fins do século XIII é que espelhos com maior nitidez foram fabricados. Combinando uma camada de vidro e uma fina lâmina de metal, os espelhos podiam agora revelar nitidamente as feições do indivíduo. Contudo, assim como as novidades que aparecem no mercado, os espelhos eram raros e custavam muito caro. Entre os séculos XV e XVI, um espelho de proporções médias poderia valer mais que as pinturas de um pintor renascentista ou um poderoso navio de guerra.
A primeira ação em prol da popularização dos espelhos aconteceu no século XVII. No ano de 1660, o rei francês Luís XIV designou um de seus ministros para que subornasse artesãos venezianos, detentores de uma eficiente técnica de fabricação de espelhos. Graças a essa tramoia, os franceses tiveram condições para construir o lendário salão de espelhos encontrado no Palácio de Versalhes.
A partir da Revolução Industrial, os espelhos começaram a ficar mais baratos. Dessa forma, o útil adereço começou a adentrar os ambientes domésticos de famílias das mais variadas classes sociais. Mais que um simples apetrecho para o exercício da vaidade, os espelhos nos permitem conhecer importantes princípios da Física, integram o funcionamento de várias máquinas e até servem como objeto de decoração.
Fonte:AlunosOnLine.com.br