por: Odilon Caldeira Neto *
Resumo: O presente artigo busca fazer uma reflexão sobre o fenômeno da Internet em face da amplitude do conceito de fonte na historiografia contemporânea. Busca ainda propor possíveis soluções para alguns entraves que podem ocorrer na pesquisa que utiliza a Internet como fonte e instrumento de pesquisa.
Palavras-chave: Internet, Historiografia, Fontes.
Abstract: The present article searchs to make a reflection on the phenomenon of the Internet in face of the amplitude of the concept of source in the contemporany historiography. Search still to consider possible solutions for some impediments that can occur in the research that uses the Internet as source and instrument of research.
Keywords: Internet, Historiography, Sources.
O desenvolvimento da História 1 oferece uma multiplicidade cada vez maior aos historiadores (e diversas outras categorias profissionais próximas) de estudar o processo de construção da memória, os usos e desusos do passado, entre outros objetos tipicamente de abordagem dos domínios historiográficos. Tal amplitude de propostas e possibilidades deve-se muito ao processo de alargamento das fontes, ocorrido principalmente no Século XX.
Durante o início do Século XX a História sofreu profundas modificações no que diz respeito às práticas historiográficas e sua própria configuração. Tais mudanças se devem, em grande parte (mas não somente, é necessário frisar), a fundação da Escola dos Annales (École des Annales – 1929). A partir de críticas ao trato “Positivista” da História (também chamado de Rankeano ou Escola Metódica), o privilégio absoluto da história política, de uma maneira elitista, ou seja, visto por cima, a partir de grandes feitos e grandes líderes.
A Escola Metódica era criticada/denunciada tanto por ser voltada em grande parte para interesses das elites dominantes, quanto por utilizar um conceito de fonte estritamente ligado a este caráter elitista. Dessa forma, documentos escritos provenientes de órgãos governamentais (ou próximos) consistiam como grupo majoritário na categoria de fontes disponíveis e aceitáveis para o historiador.
Os historiadores dos Annales (além de sociólogos, antropólogos, entre outros) propuseram uma História vista de baixo, ou seja, a partir das transformações econômicas e sociais vividas pelas parcelas excluídas da sociedade. O que passava a ter maior importância era, portanto não apenas os fatos em si, mas sim as estruturas que os causaram.
Além da mudança da perspectiva de análise, ou seja, o estudo da história como um processo de longa duração, os Annales defendiam a idéia do alargamento das fontes, ou seja, o uso de não apenas documentos oficiais e escritos, mas sim diversas outras hipóteses advindas também duma maior amplitude das fronteiras da História, que refletia a busca de um maior diálogo da historiografia com diversas outras áreas do conhecimento.
Estas idéias que propunham novos paradigmas e possibilidades se pautavam também numa prática que viria a minimizar algumas tendências historiográficas. A questão da longa duração tornou a história do tempo presente alvo de diversos questionamentos, e a sua prática não era muito bem aceita, tendo em vista que não havia a possibilidade do distanciamento entre pesquisador e objeto.
O conceito de alargamento das fontes defendido pelos Annales, não significou necessariamente um apoio maciço ao uso das fontes orais (depoimentos, relatos, etc.) nas pesquisas. De fato, além de relegada a um segundo plano, a História Oral foi praticamente descartada como campo e suporte teórico. De acordo com Marieta de Moraes Ferreira,
O uso de fontes orais na historiografia fora praticamente renegada até metade do Século XX. Entretanto, durante as décadas de 1950 e 1960, houve um crescimento do uso dessas fontes, inclusive no estudo de minorias. A preocupação em abordar os excluídos, movimentos sociais, idéia esta defendida pelo próprio Annales 2, acabou por criar o desejo – ou necessidade - de se ouvir a voz dos “povos vencidos” (analfabetos, inclusive). Tal aumento nesta prática trouxe frutos nas duas décadas seguintes, onde começaram a se organizar os primeiros projetos universitários e aprofundamentos metodológicos a fim de criar normas, associações e aumentar as produções da História Oral.
Foi, portanto, a partir da década de 1980 que os relatos orais passaram a ter maior atenção por parte da comunidade acadêmica, em especial dos historiadores. Um dos focos de abordagem nesta época foi o estudo da memória dos sobreviventes do Holocausto. Particularmente, ao se estudar o Holocausto, as oralidades configuram-se como fonte de grande importância, tendo em vista que, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial, o governo nazista empreendeu uma sistemática destruição de provas, prevendo os julgamentos de Guerra, como de fato realmente aconteceu (Tribunal de Nuremberg) 3 . Desta forma, dependendo de qual for o método de abordagem realizado em um estudo, os relatos orais de sobreviventes e pessoas envolvidas na história aparecem como fontes primárias.
Na década de 1980 ocorreu o amadurecimento da História Oral como campo/escola/tendência da historiografia, de forma com que surgiram neste momento algumas organizações voltadas à prática da História Oral. O debate acerca da validade e possibilidades inerentes à História Oral diminuiu, mas não cessou, como é de se esperar em qualquer campo da historiografia (levando em conta a constante problematização tanto dos objetos e fontes, quanto da própria disciplina).
Essa discussão pode servir de parâmetro para novas abordagens fruto do desenvolvimento de novas formas das relações humanas. A Internet configura-se como um exemplo de uma nova mídia presente na vida das pessoas, que modifica e é modificada pelas relações e que pode ser usada como fonte de pesquisa para historiadores e afins, pois a popularização deste meio de comunicação veio a ampliar - ou ao menos facilitar o acesso - o campo das relações humanas, tanto nos aspectos político-estatais, quanto no campo das transações econômicas e comerciais, chegando até as relações pessoais e afetivas.
Apesar da presença ampla da Internet em diversos setores da sociedade, chegando a ser associada a possibilidades de democratização, ao livre acesso à informação e a inclusão sócio-digital, o início deste meio remonta ao contexto norte-americano da Guerra Fria, mais especificamente nos anos 1960. Em 1962, dentro dos laboratórios do Departamento de Defesa dos EUA havia em andamento a ARPA – Advanced Research Projects Agency [Agência de Projetos de Pesquisa Avançada]. Este projeto culminou com a criação da ARPANET 4(1969), uma rede de computadores.
O propósito da ARPANET consistia basicamente em interligar, por via de uma rede descentralizada, determinados pontos estratégicos, como unidades militares, centros de pesquisa e de desenvolvimento de novas tecnologias, todos de extrema importância para o Estado norte-americano. A decisão de usar um sistema de redes descentralizado, sem um grande servidor central, estava intimamente ligada às preocupações do governo norte-americano, temerário em relação à possibilidade de um ataque Soviético.
Caso ocorresse um ataque advindo da URSS, dependendo da intensidade, seria possível salvar uma série de informações de grande valor, pois o conteúdo que circulava na rede ARPANET estava presente, no momento da fundação, em quatro grandes servidores (também chamados de nós), nas seguintes instituições: Stanford Research Institute, University of Utah e em dois pontos da University of California (Santa Barbara e Los Angeles). Obviamente, a existência da ARPANET e a localização dos quatro nós da rede eram de conhecimento apenas de setores militares, por motivos de segurança.
Durante o início do Século XX a História sofreu profundas modificações no que diz respeito às práticas historiográficas e sua própria configuração. Tais mudanças se devem, em grande parte (mas não somente, é necessário frisar), a fundação da Escola dos Annales (École des Annales – 1929). A partir de críticas ao trato “Positivista” da História (também chamado de Rankeano ou Escola Metódica), o privilégio absoluto da história política, de uma maneira elitista, ou seja, visto por cima, a partir de grandes feitos e grandes líderes.
A Escola Metódica era criticada/denunciada tanto por ser voltada em grande parte para interesses das elites dominantes, quanto por utilizar um conceito de fonte estritamente ligado a este caráter elitista. Dessa forma, documentos escritos provenientes de órgãos governamentais (ou próximos) consistiam como grupo majoritário na categoria de fontes disponíveis e aceitáveis para o historiador.
Os historiadores dos Annales (além de sociólogos, antropólogos, entre outros) propuseram uma História vista de baixo, ou seja, a partir das transformações econômicas e sociais vividas pelas parcelas excluídas da sociedade. O que passava a ter maior importância era, portanto não apenas os fatos em si, mas sim as estruturas que os causaram.
Além da mudança da perspectiva de análise, ou seja, o estudo da história como um processo de longa duração, os Annales defendiam a idéia do alargamento das fontes, ou seja, o uso de não apenas documentos oficiais e escritos, mas sim diversas outras hipóteses advindas também duma maior amplitude das fronteiras da História, que refletia a busca de um maior diálogo da historiografia com diversas outras áreas do conhecimento.
Estas idéias que propunham novos paradigmas e possibilidades se pautavam também numa prática que viria a minimizar algumas tendências historiográficas. A questão da longa duração tornou a história do tempo presente alvo de diversos questionamentos, e a sua prática não era muito bem aceita, tendo em vista que não havia a possibilidade do distanciamento entre pesquisador e objeto.
O conceito de alargamento das fontes defendido pelos Annales, não significou necessariamente um apoio maciço ao uso das fontes orais (depoimentos, relatos, etc.) nas pesquisas. De fato, além de relegada a um segundo plano, a História Oral foi praticamente descartada como campo e suporte teórico. De acordo com Marieta de Moraes Ferreira,
“Alegava-se também que os testemunhos não podiam ser considerados representativos de uma época ou de um grupo, pois a experiência individual expressava uma visão particular que não permitia generalizações. Não é preciso dizer que os historiadores identificados com a tradição dos Annales excluíram a possibilidade de valorização dos testemunhos diretos e das fontes orais.” (FERREIRA, 2004, p.319)
O uso de fontes orais na historiografia fora praticamente renegada até metade do Século XX. Entretanto, durante as décadas de 1950 e 1960, houve um crescimento do uso dessas fontes, inclusive no estudo de minorias. A preocupação em abordar os excluídos, movimentos sociais, idéia esta defendida pelo próprio Annales 2, acabou por criar o desejo – ou necessidade - de se ouvir a voz dos “povos vencidos” (analfabetos, inclusive). Tal aumento nesta prática trouxe frutos nas duas décadas seguintes, onde começaram a se organizar os primeiros projetos universitários e aprofundamentos metodológicos a fim de criar normas, associações e aumentar as produções da História Oral.
Foi, portanto, a partir da década de 1980 que os relatos orais passaram a ter maior atenção por parte da comunidade acadêmica, em especial dos historiadores. Um dos focos de abordagem nesta época foi o estudo da memória dos sobreviventes do Holocausto. Particularmente, ao se estudar o Holocausto, as oralidades configuram-se como fonte de grande importância, tendo em vista que, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial, o governo nazista empreendeu uma sistemática destruição de provas, prevendo os julgamentos de Guerra, como de fato realmente aconteceu (Tribunal de Nuremberg) 3 . Desta forma, dependendo de qual for o método de abordagem realizado em um estudo, os relatos orais de sobreviventes e pessoas envolvidas na história aparecem como fontes primárias.
Na década de 1980 ocorreu o amadurecimento da História Oral como campo/escola/tendência da historiografia, de forma com que surgiram neste momento algumas organizações voltadas à prática da História Oral. O debate acerca da validade e possibilidades inerentes à História Oral diminuiu, mas não cessou, como é de se esperar em qualquer campo da historiografia (levando em conta a constante problematização tanto dos objetos e fontes, quanto da própria disciplina).
Essa discussão pode servir de parâmetro para novas abordagens fruto do desenvolvimento de novas formas das relações humanas. A Internet configura-se como um exemplo de uma nova mídia presente na vida das pessoas, que modifica e é modificada pelas relações e que pode ser usada como fonte de pesquisa para historiadores e afins, pois a popularização deste meio de comunicação veio a ampliar - ou ao menos facilitar o acesso - o campo das relações humanas, tanto nos aspectos político-estatais, quanto no campo das transações econômicas e comerciais, chegando até as relações pessoais e afetivas.
Apesar da presença ampla da Internet em diversos setores da sociedade, chegando a ser associada a possibilidades de democratização, ao livre acesso à informação e a inclusão sócio-digital, o início deste meio remonta ao contexto norte-americano da Guerra Fria, mais especificamente nos anos 1960. Em 1962, dentro dos laboratórios do Departamento de Defesa dos EUA havia em andamento a ARPA – Advanced Research Projects Agency [Agência de Projetos de Pesquisa Avançada]. Este projeto culminou com a criação da ARPANET 4(1969), uma rede de computadores.
O propósito da ARPANET consistia basicamente em interligar, por via de uma rede descentralizada, determinados pontos estratégicos, como unidades militares, centros de pesquisa e de desenvolvimento de novas tecnologias, todos de extrema importância para o Estado norte-americano. A decisão de usar um sistema de redes descentralizado, sem um grande servidor central, estava intimamente ligada às preocupações do governo norte-americano, temerário em relação à possibilidade de um ataque Soviético.
Caso ocorresse um ataque advindo da URSS, dependendo da intensidade, seria possível salvar uma série de informações de grande valor, pois o conteúdo que circulava na rede ARPANET estava presente, no momento da fundação, em quatro grandes servidores (também chamados de nós), nas seguintes instituições: Stanford Research Institute, University of Utah e em dois pontos da University of California (Santa Barbara e Los Angeles). Obviamente, a existência da ARPANET e a localização dos quatro nós da rede eram de conhecimento apenas de setores militares, por motivos de segurança.
Fig. 1 – Diagrama explicativo da ARPANET [Computer History Museum]
A ARPANET expandiu rapidamente, sendo que em 1981 já era constituída por 213 nós. De acordo com Böger (2006), o sucesso da ARPANET atraiu o interesse de outra instituição do governo norte-americano, a National Science Foundation (NSF) [Fundação Nacional de Pesquisas], um órgão independente da agência federal norte-americana criado em 1950, com a função de, entre outros preceitos, “promover o progresso da ciência” 5 .
A NSF começou o desenvolvimento de uma rede nos moldes da ARPANET, porém sem fins militares: a NSFNET que, em meados de 1984, inaugurou um modelo de rede que serviria como base para o surgimento da Internet 6. A Internet começou a se estabelecer no início da década de 1990, a partir da junção entra a ARPANET e a NSFNET. É plenamente possível relacionar a abertura do uso destas redes com o processo do fim da Guerra Fria, tendo em vista que tal tecnologia poderia se tornar útil em diversos setores do governo e da sociedade norte-americana, não apenas militares.
De fato, o fenômeno da popularização da Internet modificou a sociedade em diversos aspectos e setores. Desde a fundação do comércio eletrônico, até o uso da rede como meio de comunicação em diversas instâncias, tal popularização veio a modificar de diversas maneiras a vidas das pessoas conectadas à rede. O número de pessoas conectadas via Internet no mundo saltou de 16 milhões em 1995 para 400 milhões em 2001 (DUPAS, 2005, p.198).
De acordo com as Nações Unidas, o número de usuários de Internet no Brasil passou de cinco mil em 1991 para quase 43 milhões em 2006 7. Tanto os números dos indicadores globais quanto nacional dão solidez ao discurso que considera a Internet um fenômeno em constante crescimento e de longo alcance. Obviamente, o número de internautas em países de primeiro-mundo como França e Itália (cerca de 30 milhões em cada, segundo ONU) e de países de grande extensão (como o Brasil) é superior a áreas de grande subdesenvolvimento. Mas mesmo em países como Quênia, é possível constatar um aumento significativo no número de usuários de Internet (de acordo com os indicadores da ONU, passou de cerca de 1 milhão e 100 mil usuários em 2005, para 2 milhões e 700 mil em 2006).
Este aumento significativo do número de internautas acompanha o desenvolvimento de diversas outras propostas no uso da Internet. Há em andamento no Brasil, diversos projetos da chamada inclusão-digital 8, que visa inserir as parcelas mais pobres da sociedade no uso da Internet, buscando assim fornecer novas oportunidades de relações sócio-culturais ou mesmo profissionais (tendo em vista que o conhecimento em informática é uma forte exigência nos mercados de trabalho e mesmo para o acesso à rede).
Além da possibilidade do uso da Internet como instrumento para diminuir as desigualdades sociais, a web serve como difusor de conhecimento e de idéias das mais diversas, sendo usado tanto por movimentos sociais (MORAES, 2000), quanto por organizações não-governamentais, ou mesmo por entidades que lutam por direitos de minorias, para citar alguns exemplos.
De fato, a Internet é um meio que proporciona a troca de idéias, informações, etc., com custos bastante inferiores do que seriam em outros meios “clássicos” de difusão, como jornais, propagandas em Rádio/TV, entre outros. Abre espaço inusitado a pessoas e idéias (DUPAS, 2005, p. 199), algumas destas idéias nem sempre de fácil circulação, ou mesmo presentes na ilegalidade.
Almeida (2006), em dissertação de mestrado, discorre sobre o aumento do número de sites na Internet e a utilização deste meio para a difusão de ideais típicos da extrema-direita e neofascista na Argentina.
Aumento vertiginoso, que é uma via de mão dupla no que diz respeito ao crescimento da importância da rede mundial, tanto no contexto sócio-cultural, quanto político. De fato, desde grupos representantes de minorias religiosas, até movimentos sociais, passando por redes de relacionamentos (sites como Facebook, Orkut, MySpace), até páginas de órgãos governamentais, a Internet agrega uma quase infinidade de variáveis temáticas de websites.
Tomando a idéia de alargamento das fontes, é possível agregar à categoria das fontes históricas conteúdos presentes na Internet? Tudo indica que sim, desde que haja certa cautela, pois a Internet é caracterizada por alguns elementos que podem ser perigosos ao historiador: o número excessivo de informações em alguns casos 9, a possibilidade de falsificação de discursos (plágios acadêmicos, inclusive) e também o risco de uma fonte desaparecer do dia para a noite (sites podem ser apagados tanto por iniciativa dos próprios webmasters – criadores da página –ou mesmo por decisão judicial, passando também por ataque de hackers ou pane nos sistemas onde estão hospedados os arquivos das páginas).
Uma questão que é levantada constantemente pela mídia de uma maneira geral (inclusive a chamada mídia digital), é a possibilidade – ou aparência – de anonimato na rede. Essas questões, porém, não deslegitimam a Internet como instrumento de pesquisa, ou mesmo como fontes para tal, em categoria primária ou secundária. Há, na Internet, um fluxo contínuo de discursos e concepções sobre o presente e o passado que interagem com meios não virtuais na criação e modificação da memória social.
De acordo com Dantas (2005), o processo de produção de memórias sócias é uma constante em variados sites, o que demonstra um comprometimento com o passado em um meio que normalmente é taxado como absolutamente imediatista. Obviamente, os problemas expostos acima devem levar o historiador que pretende utilizar fontes presentes na Internet a problematizar o próprio campo de conhecimento e buscar também métodos de preservação de memória em um espaço onde as informações são bastante voláteis.
Para Sá (2008), tanto para a pesquisa quanto para o uso da Internet em salas de aula (seja por parte dos professores ou alunos), é necessário avaliar os sites que são utilizados. Citando Kelly Schrum, chama a atenção para a preocupação em identificar o autor dos textos/vídeos/imagens ou criador do site, a partir da pesquisa em onde as páginas estão hospedadas e qual o domínio das mesmas (.edu, .org, .com, .gov, . net). Outro passo seria encontrar sites sérios na rede, tais quais institutos de pesquisa, centros de documentação, museus, entre outros.
Estes dois procedimentos parecem sanar diversos problemas no uso da Internet para pesquisa, sobretudo no espaço das salas de aula. Porém, a questão do anonimato pode causar diversos problemas ao historiador que usa a Internet como instrumento ou fonte de pesquisa, seja em nível primário ou secundário. Obviamente, nem todos os sites presentes na rede são de propriedade de governos e empresas, tampouco são explícitos os créditos autorais destes materiais.
Soma-se isto o fato de que muitos dos discursos presentes na rede são proferidos por meio de fóruns de discussão virtual ou páginas de relacionamentos virtuais (como Orkut e Facebook). Deste modo, é difícil precisar com absoluta certeza quem são os criadores de determinadas mensagens ou mesmo sites. Isto pode tornar-se um empecilho no uso deste tipo de fonte, sem dúvida, mas o historiador pode utilizar de alguns procedimentos presentes na própria Internet.
Tomando como caso sites com domínio próprio 10, é possível rastrear algumas informações que ao menos podem indicar possíveis autores de sites, tanto no Brasil quanto no exterior. Sites registrados no Brasil devem seguir uma procedimento padrão, que consiste basicamente em criar uma conta de usuário no site Registro.br (www.registro.br) 11 e escolher um local para hospedar as páginas do site (normalmente, os locais/servidores para hospedagem de sites com domínio próprio não são gratuitos). No Brasil, é exigido que domínios de sites estejam ligados a qualquer entidade legalmente estabelecida no país (pessoa física ou jurídica) 12 .
Nos sites dos órgãos que prestam serviço de registro de domínio no Brasil, é possível buscar informações dos domínios já registrados 13. Desta forma, o pesquisador pode ter grande possibilidade de comprovação de autenticidade ou autoria. Obviamente, há casos que buscam burlar as regras do processo (principalmente no caso de sites com material proibido pela justiça brasileira, tais quais mensagens racistas, neonazistas, pirataria, etc.).
No caso de sites com registros internacionais (ou seja, todos aqueles sem terminação br), o procedimento é semelhante ao realizado pelo Registro.br. Porém, há uma série de sites que registram em nome dos reais detentores dos domínios. Desta forma, pessoas e grupos que agem na ilegalidade podem se esconder atrás de empresas. Para exemplificar, o site do auto-intitulado Partido Nacional-Socialista Brasileiro, que tem como domínio o endereço www.nacional-socialismo.com, está registrado em nome de RJG Engineering Inc., supostamente uma indústria de engenharia sediada na cidade de Lincoln, nos Estados Unidos 14.
Páginas brasileiras com teor neonazista com domínio próprio estrangeiro são normalmente hospedadas em servidores fora do Brasil, pois desta forma estão sujeitos – a princípio – às leis dos locais onde se encontram os servidores. Como a legislação dos EUA garante a liberdade de expressão absoluta (mesmo para caso de movimentos racistas, intolerantes e que pregam o ódio), são necessárias operações demoradas e que envolvam esforços de dois ou mais países para se retirar sites como os neonazistas White Power São Paulo (www.whitepowersp.org) e Valhalla 88 (www.valhalla88.com) do ar 15.
A busca pela autenticidade ou ao menos dos disseminadores de textos e idéias na Internet é algo que pode ser utilizado em qualquer pesquisa que trate de fontes virtuais. Porém, como já abordado anteriormente, vário tipos de conteúdos são veiculados na Internet sem que seja necessária a criação de um site. Os fóruns de discussão e páginas de relacionamento são um fenômeno em alto crescimento, sobretudo no Brasil 16. Estes sites abrem a possibilidade a qualquer usuário criar comunidades de temas específicos, onde é criado um espaço de interação entre pessoas que reúnem os mesmo gostos e opiniões, estabelecendo assim uma possibilidade de pesquisa.
Na área de antropologia, o Orkut e outros sites do tipo já foram usados, como no caso de Dias (2007), que faz uma análise etnográfica do neonazismo na Internet. Há também livros da área sobre o assunto (“Lontras e a construção de laços no Orkut: uma Antropologia no ciberespaço", autoria de Patrícia Coralis). Não temos conhecimento até o momento de trabalhos historiográficos que utilizam o Orkut e afins como fontes primárias.
Uma das possibilidades para a suposta ausência de trabalhos deste tipo seja causada por conta dos perigos ainda maiores de apagamento de arquivos, entre outros. Se em um site, esta possibilidade é constante, num fórum de discussão como Orkut é maior, tendo em vista que variadas pessoas participam das comunidades, e todo usuário tem a possibilidade de apagar suas mensagens nas discussões, sejam elas as mais recentes ou não.
Há uma série de programas de computador que salvam conteúdos de sites completos, inclusive suas estruturas, tais como Web Reaper, Offline Explorer, WebZip, etc. 17 . Para o caso de sites como Orkut, estes programas não são funcionais (não conseguem baixar uma página sequer). Duas alternativas podem facilitar o arquivamento de material de pesquisa deste tipo. Os principais navegadores de sites possuem a opção de Salvar as páginas em visualização, desta forma, é possível salvar até sites completos 18, caso os programas citados não consigam fazer o serviço.
Outra possibilidade é o uso da tecla Print Screen (também grafada como PrtScr) do teclado, que, ao ser pressionada, captura uma imagem da tela do computador, formando portanto uma espécie de fotografia dos aplicativos em execução (no caso, o navegador e, consequentemente, o site). Desta maneira, podem ser realçadas determinadas passagens dos sites, caso seja do interesse do pesquisador.
As propostas apresentadas até então são referentes a sites que pressupomos estarem ausentes da categoria de “confiáveis”, segundo a ótica de Sá. Obviamente, esta categoria não busca deslegitimar os sites que não são provenientes de órgãos e instituições acadêmicas e estatais, pois isto cairia (levada às devidas proporções) na questão da aglutinação das fontes, algo tão criticado no início do Século passado. O que buscamos, portanto, é propor novas perspectivas do uso da Internet como não apenas instrumento de pesquisa, mas também como fonte, desde que tomada algumas precauções extras.
A possibilidade do uso da Internet parece, em um primeiro momento, mais propício para temas ligados à história do tempo presente, sobretudo em recortes da história política e de outras áreas, como história das comunicações, história da propaganda, entre outros, justamente por conta da amplitude de matérias na Internet e sua constante atualização.
Porém, como bem observado por Camila Dantas, na Internet o passado é problematizado e rearticulado em diferentes níveis, para diversificados usos. Desta forma, parece ser perfeitamente possível o estudo da articulação da memória histórica e social mediante o uso da Internet, seja por grupos pseudo-anônimos ou por instituições das mais variadas matizes.
Há diversos projetos em andamento de digitalização de arquivos históricos e disponibilização de tais na rede, tais como o site do Arquivo Público Mineiro 19, além de variados artigos e produções historiográficas em Periódicos online. Estas iniciativas fortalecem duas questões essenciais à História: o alargamento das fontes e a difusão do conhecimento.
Notas
* Especialista em História Social e Ensino de História pela Universidade Estadual de Londrina, Mestrando em História pela Universidade Estadual de Maringá e participante do "Grupo de estudos sobre os movimentos autoritários do século XX”, sob orientação do Prof. Dr. João Fábio Bertonha. Contato: odi1984@gmail.com
1 Utiliza-se no presente trabalho da seguinte distinção: História (inicial maiúscula) diz respeito à disciplina, enquanto história (inicial grafada em letra minúscula) refere-se à memória de uma maneira ampla e geral.
2 Convém ressaltar novamente, que tal prática não se restringia à Escola dos Annales. O próprio Marxismo já se pautava em alguma das reivindicações dos Annales.
3 Este é o início do surgimento do fenômeno Negacionista, conforme assinala Pierre Vidal-Naquet (2002). Algumas provas também foram destruídas por conta dos bombardeios dos países aliados.
4 Junção da sigla ARPA, mais a palavra Net (Rede, em Inglês).
5 ABOUT the Nacional Science Foundation. Disponível em: (Acessado em 06 Jun. de 2009).
6 WAN (Wide Area Network) – Sistema de pequenas e médias redes interligadas, possibilitando a formação de uma rede de grande alcance, inclusive nacional. Para maiores informações, vide Afonso (2000).
7 Millenium Development Goals Indicators – Internet Users. Disponível em: (Acessado em 06 Jun. de 2009). Dados da CIA afirmam que em 2007, o número de usuários de internet no Brasil chegou a 50 milhões (https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/index.html).
8 Alguns projetos são de iniciativa do governo federal, como os Centros Rurais de Inclusão Digital e o Observatório Nacional de Inclusão Digital. Há inclusive um portal na web abordando esta questão (http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/).
9 A análise de Almeida (2008, p 19) sobre a relação entre História Política, História do Tempo Presente e o uso da Internet é bastante pertinente, tendo em vista que o excesso de informações pode, assim como a falta destas, causar problemas ao historiador. Cabe, portanto, exercer a prática de análise e qualificação das fontes.
10 Domínio próprio é, grosso modo, todo site que tem seu próprio endereço e não faz referência no endereço ao local de hospedagem (normalmente gratuito, nestes casos).
11 Destinado exclusivamente para o registro de domínios de sites, ligado ao Comitê Gestor da Internet do Brasil.
12 No caso de empresas estrangeiras, é necessário que possuam um procurador legalmente estabelecido no país. Como há uma diversidade de possibilidades de domínios, que abrangem diversas categorias, desde partidos políticos até médico veterinários, há uma variação na exigência de documentos, de acordo com a categoria escolhida.
13 (Acessado em 07 de Jun. 2009).
14 Estes dados estão disponíveis em diversos sites que efetuam o levantamento dos donos dos registros. O serviço utilizado para o levantamento foi do site “Whois.net – Domain based research services” . http://www.whois.net (Acessado em 07 Jun. de 2009).
15 A discussão acerca da necessidade duma legislação global sobre crimes cometidos na esfera virtual (webcrimes) é constante. Para tal assunto, vide Vianna (2000).
16 O site Orkut, pertencente ao grupo Google, é um fenômeno de popularidade no país. De acordo com indicadores do próprio site, 49,81% dos usuários da rede de relacionamentos é brasileiro (http://www.orkut.com.br/Main#MembersAll.aspx – Acessado em 7 de Jun. de 2009).
17 Programas freeware, ou seja, aplicativos gratuitos e muitas vezes de código-fonte abeto (o que permite que diversos programadores desenvolvam suas próprias versões ou ajudem no desenvolvimento do programa em si).
18 Dias (2007) menciona a existência de um CD que acompanha o texto impresso da dissertação, para consulta, provavelmente por parte da banca examinadora, dos sites completos no formato PDF (que não permite modificação).
19 Arquivo Público Mineiro - (Acessado em 07 Jun.de 2009).
2 Convém ressaltar novamente, que tal prática não se restringia à Escola dos Annales. O próprio Marxismo já se pautava em alguma das reivindicações dos Annales.
3 Este é o início do surgimento do fenômeno Negacionista, conforme assinala Pierre Vidal-Naquet (2002). Algumas provas também foram destruídas por conta dos bombardeios dos países aliados.
4 Junção da sigla ARPA, mais a palavra Net (Rede, em Inglês).
5 ABOUT the Nacional Science Foundation. Disponível em:
6 WAN (Wide Area Network) – Sistema de pequenas e médias redes interligadas, possibilitando a formação de uma rede de grande alcance, inclusive nacional. Para maiores informações, vide Afonso (2000).
7 Millenium Development Goals Indicators – Internet Users. Disponível em:
8 Alguns projetos são de iniciativa do governo federal, como os Centros Rurais de Inclusão Digital e o Observatório Nacional de Inclusão Digital. Há inclusive um portal na web abordando esta questão (http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/).
9 A análise de Almeida (2008, p 19) sobre a relação entre História Política, História do Tempo Presente e o uso da Internet é bastante pertinente, tendo em vista que o excesso de informações pode, assim como a falta destas, causar problemas ao historiador. Cabe, portanto, exercer a prática de análise e qualificação das fontes.
10 Domínio próprio é, grosso modo, todo site que tem seu próprio endereço e não faz referência no endereço ao local de hospedagem (normalmente gratuito, nestes casos).
11 Destinado exclusivamente para o registro de domínios de sites, ligado ao Comitê Gestor da Internet do Brasil.
12 No caso de empresas estrangeiras, é necessário que possuam um procurador legalmente estabelecido no país. Como há uma diversidade de possibilidades de domínios, que abrangem diversas categorias, desde partidos políticos até médico veterinários, há uma variação na exigência de documentos, de acordo com a categoria escolhida.
13
14 Estes dados estão disponíveis em diversos sites que efetuam o levantamento dos donos dos registros. O serviço utilizado para o levantamento foi do site “Whois.net – Domain based research services” . http://www.whois.net (Acessado em 07 Jun. de 2009).
15 A discussão acerca da necessidade duma legislação global sobre crimes cometidos na esfera virtual (webcrimes) é constante. Para tal assunto, vide Vianna (2000).
16 O site Orkut, pertencente ao grupo Google, é um fenômeno de popularidade no país. De acordo com indicadores do próprio site, 49,81% dos usuários da rede de relacionamentos é brasileiro (http://www.orkut.com.br/Main#MembersAll.aspx – Acessado em 7 de Jun. de 2009).
17 Programas freeware, ou seja, aplicativos gratuitos e muitas vezes de código-fonte abeto (o que permite que diversos programadores desenvolvam suas próprias versões ou ajudem no desenvolvimento do programa em si).
18 Dias (2007) menciona a existência de um CD que acompanha o texto impresso da dissertação, para consulta, provavelmente por parte da banca examinadora, dos sites completos no formato PDF (que não permite modificação).
19 Arquivo Público Mineiro -
Bibliografia
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