Por Ana Lucia Santana |
Esta organização paramilitar se destaca cada vez mais na vida política do Líbano, ocupando-se de administrar os trabalhos sociais e instituições escolares e hospitalares xiitas, além de se responsabilizar também pelas atividades agrícolas do país. Ela é apoiada ativamente pelos iranianos, seja no campo doutrinário ou no financeiro.
Externamente ele é visto como um grupo terrorista, principalmente nos EUA, em Israel, no Canadá, nos Países Baixos e no Reino Unido. Enquanto isso, no mundo árabe e muçulmano, é respeitado como uma força de defesa contra a inferência exterior. Pode-se afirmar que sua meta principal é construir um Estado Islâmico Libanês, além de extinguir Israel.
O Hezbollah sobreviveu ao fim da guerra de Israel contra o Líbano e continua a atuar no Oriente Médio, principalmente a partir do Vale do Bekah, no sul do país. Sua fatia armada é conhecida como Jihad Islâmica, acusada de cometer inumeráveis atentados e assassinatos em Israel e região. Seu poder é tão intenso, que é possível encontrar subdivisões dela na Europa, África e Américas do Norte e Sul.
Seus criadores, em grande parte eclesiásticos xiitas, foram profundamente influenciados pelos ideais do aiatolá Khomeini, e seus membros foram formados e disciplinados por um grupo da Guarda Revolucionária Iraniana. Em 1985, um manifesto do Hezbollah expunha seus três objetivos principais – eliminar toda organização de tendência colonialista, julgar os falangistas pelos crimes cometidos e criar um estado muçulmano no Líbano -, embora ultimamente seus adeptos não falem mais sobre a edificação de uma nação islâmica.
O ódio principal do Hezbollah tem se voltado cada vez mais para Israel, país considerado ‘sionista’, estruturado a partir do arrebatamento violento das terras dos muçulmanos. Este sentimento cresceu desde julho de 1993, quando os israelitas desencadearam contra esta organização a ‘Operação Ajuste de Contas’, que resultou em 86 mortos, 480 feridos, 360 mil libaneses transferidos do Sul do Líbano para Beirute e na condenação externa de Israel.
Hoje o ‘Partido de Deus’, de mera organização paramilitar, converteu-se em um grupo político, com cargos conquistados no parlamento do Líbano, uma rádio e um canal de TV via satélite. Além disso ele detém vários projetos de progresso social. O Hezbollah goza de um grande prestígio entre os populares xiitas libaneses, e de algumas manifestações de simpatia da parte de sunitas, drusos e cristãos.
Esta força xiita desenvolveu, junto a outras organizações políticas do Líbano, os chamados protestos políticos do Líbano de 2006-2008, contra o primeiro-ministro Fuad Siniora. Mais tarde, graças ao Acordo de Doha, o Hezbollah conquistou o direito ao veto no Parlamento, ao mesmo tempo em que se estruturou um governo de unidade nacional, dentro do qual ele detém um ministro e onze das trinta cadeiras disponíveis. Apesar da retirada oficial dos israelenses do território libanês, este Partido é preservado como força armada com o poder de resgatar qualquer território invadido.
O Hezbollah não está livre das fissuras internas, que ganharam vigor de 1989 em diante. Em 1991 Abbas Musawi foi escolhido para liderar o grupo, mas foi morto logo em seguida, em fevereiro de 1992, por um grupo de Israel. Este assassinato teria possivelmente deflagrado o atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires, pouco tempo depois.
Fontes:
http://www.midiasemmascara.org/artigos/terrorismo/7559-hezbollah-o-partido-de-deus.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hizbollah