Foi uma insurreição político-militar promovida pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), em novembro de 1935, com o objetivo de derrubar o Presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista no Brasil.
Fundado em 1922, o Partido Comunista Brasileiro fortaleceu-se apenas no final da década, ao intensificar sua participação nas campanhas eleitorais e penetrar no proletariado urbano e nos meios rurais. Após a Revolução de 30, recebeu a adesão de militantes e líderes tenentistas, entre eles o ex-capitão Luís Carlos Prestes, líder da Coluna Prestes. Depois de uma estada na União Soviética, Prestes retornou ao Brasil e, em 1934, passou a participar da direção partidária.
Aliança Liberal Libertadora (ANL) - Com o crescimento do fascismo na Europa e do integralismo no Brasil, as lideranças políticas democráticas e de esquerda decidiram reproduzir no país o modelo das frentes populares européias. Com esse escopo, em março de 1935 foi criada no Rio de Janeiro a ANL, constituída de ex-tenentes, de comunistas, de socialistas, de líderes sindicais e de liberais excluídos do poder. A Aliança aprovou um programa de reformas sociais, econômicas e políticas, que incluía aumento dos salários, nacionalização de empresas estrangeiras, proteção aos pequenos e médios proprietários e defesa das liberdades públicas. Luís Carlos Prestes foi convidado para a presidência de honra da organização. A ANL cresceu tão rapidamente quanto sua adversária, a AIB (Ação Integralista Brasileira). Os confrontos entre militantes comunistas e integralistas tornaram-se cada vez mais frequentes. Aproveitando o apoio de parte da sociedade à causa antifascista, Prestes lançou em julho de 1935, em nome da ANL, um documento que requeria a renúncia do Presidente Getúlio Vargas. Em represália, o governo decretou a ilegalidade da ANL. Impedida de atuar publicamente, a organização perdeu muito de sua força, pois só funcionava na ilegalidade.
Levante nos quartéis - Com o apoio de Prestes e contando com a adesão de simpatizantes aliancistas em importantes unidades do Exército, o PCB prepara uma rebelião militar. O levante dos quartéis seria o sinal para uma greve geral e o início da revolução popular. A revolta começou precipitadamente nas cidades de Natal e do Recife, nos dias 23 e 24 de novembro. Em função dessa antecipação inesperada, os chefes do movimento apressaram a mobilização no Rio de Janeiro para a madrugado do dia 27. O 3o. Regimento da Infantaria, na Praia Vermelha, e a Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos, foram os palcos da revolta. Mas o governo estava preparado e contou com a lealdade das Forças Armadas. Os rebeldes foram encurralados pelas artilharias do Exército e da Marinha e dominados rapidamente. A rebelião foi derrotada no mesmo dia em que começou devido à falta de organização.
Em todo o país, revoltosos e simpatizantes foram perseguidos. Os chefes do movimento foram presos, alguns torturados e mortos. Prestes ficou na prisão até 45. Sua mulher, Olga Benaro, comunista e judia, foi entregue pela polícia do Estado Novo à Gestapo, polícia política nazista, e assassinada em 1942 num campo de concentração da Alemanha nazista. Após a Intentona, o PCB é condenado à clandestinidade.
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