Por Ana Lucia Santana |
O famoso Século de Ouro Espanhol abrange estética e historicamente o período clássico ou renascentista, estendendo-se do século XVI – o qual culturalmente corresponde ao lançamento da Gramática Castellana de Nebrija, em 1492; e historicamente tem como marco o Concílio de Trento – ao século XVII – que artisticamente coincide com o Barroco, no instante da morte de Calderón de La Barca, em 1681, e nos registros históricos marca o momento da Contra-reação.
O termo Século de Ouro se tornou famoso no século XVIII, na voz do escritor e dramaturgo espanhol Lope de Vega, e também na apologia a este período, expressa no clássico Don Quixote. A expressão evoca uma época remota da história da Humanidade, localizada temporalmente na Idade dos Metais.
Neste contexto a Espanha passava por um período glorioso, localizado entre as grandes navegações e explorações de outras terras, e o declínio do domínio espanhol – de 1492 a 1665, segundo o historiador George Ticknor. As riquezas provenientes da América e da Índia patrocinaram o esplendor artístico da Espanha, levando sua cultura a atingir um status inigualável.
Esta era foi caracterizada por um governo de mão férrea, mas era subjugada, no campo das idéias, por uma estrutura clerical inquisitorial. A cultura judaica também recebeu um estímulo significativo. Os judeus não convertidos ao Cristianismo foram exilados em 1492, instituindo, assim, em toda a Europa, Ásia e África, importantes núcleos coloniais de origem hispânica. Desta forma eles preservam sua língua e o hábito de criar obras literárias no idioma castelhano.
Nesta mesma época Colombo chega à América, estendendo o domínio e a cultura espanhola às novas terras. A fama artística e econômica da Espanha também se estende pelos países vizinhos e por todo o continente europeu. Obras arquitetônicas como o Palácio de Escorial, residência dos reis, foi construído por ordem de Felipe II, na região norte de Madri. Ele é a perfeita tradução da concretude e da glória da Arquitetura deste período, que incluía a criação de suntuosas catedrais.
É a era dos célebres pintores espanhóis, nomes como os de El Greco, Ribera, Velázquez, Zurbarán, Murillo, e outros mais. Surgem igualmente célebres escritores, entre eles Cervantes e suas novelas, Calderón de La Barca e sua poética incomparável, Garcilaso de la Vega, Luís de Góngora, Francisco Quevedo.
As esferas intelectuais mais privilegiadas foram a literatura, as artes plásticas, a música e a arquitetura. Surgem as importantes universidades de Salamanca e Alcalá de Henares. Destacam-se os centros urbanos de Sevilha, Madri, Toledo, Valencia e Zaragoza. No estudo das disciplinas da área de Humanas não houve um mergulho mais fundo, e sim uma extensão de conhecimentos, mas aqui e ali surgem obras eruditas como a Bíblia Poliglota Complutense ou a Biblia regis o de Amberes de Benito Arias Montano. Campos como o da linguística se expandiram significativamente.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_de_ouro
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/uniao_iberica.htm
http://www.vidaslusofonas.pt/lope_de_vega.htm