Alexandria é uma cidade ao norte do Egito, situada a Oeste do delta do rio Nilo, às margens do Mar Mediterrâneo. É o principal porto do país, a principal cidade comercial e a segunda maior cidade do Egito. Tem 3,5 milhões de habitantes (2001).
A cidade ficou conhecida por causa do empreendimento de tornar-se, na antigüidade, o centro de todo conhecimento do homem, com a criação da Biblioteca de Alexandria.
Possui vastas instalações portuárias(embarque de algodão). A parte ocidental do porto ocupa cerca de 900ha e a parte oriente constitui o porto de pesca. Entre estas duas docas está localizada a cidade maometana, com ruas estreitas e bazares.
Possui uma universidade e uma escola superior árabe. É a metrópole do comércio egípcio do algodão e centro de inúmeras indústrias. Tem refinaria de petróleo, central térmica, praia e aeroporto.
Fonte: www.fotoserumos.com
HIPÁCIA DE ALEXANDRIA
(C. 370 D.C - 415 D.C)
"Todas as religiões dogmáticas formais são falaciosas e nunca devem ser aceitas como palavra final por pessoas que respeitem a si mesmas."
"Ensinar superstições como uma verdade absoluta é uma das coisas mais terríveis."
A cidade de Alexandria foi fundada por Alexandre, o Grande, no ano de 332 a.C, e logo se tornou o principal porto do norte do Egito. Localizada no delta do rio Nilo, numa colina que separa o lago Mariotis do mar Mediterrâneo, foi o principal centro comercial da Antigüidade. Seu porto foi construído com um imponente quebra-mar que chegava até a ilha de Faros, onde foi erguido o famoso Farol de Alexandria, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
Sua localização privilegiada, na encruzilhada das rotas da Ásia, da África e da Europa, transformou a cidade num lugar ideal para concentrar a arte, a ciência e a filosofia do Oriente e do Ocidente.
A Biblioteca de Alexandria foi construída por Ptolomeu I Soter no século IV a.C, e elevou a cidade ao nível de importância cultural de Roma e Atenas. De fato, após a queda do prestígio de Atenas como centro cultural, Alexandria tornou-se o grande polo da cultura helenística. Todo manuscrito que entrava no país (trazido por mercadores e filósofos de toda parte do mundo) era classificado em catálogo, copiado e incorporado ao acervo da biblioteca. No século seguinte à sua criação, ela já reunia entre 500 mil e 700 mil documentos. Além de ser a primeira biblioteca no sentido que conhecemos, foi também a primeira universidade, tendo formado grandes cientistas, como os gregos Euclides e Arquimedes.
Os eruditos encarregados da biblioteca eram considerados os homens mais capazes de Alexandria na época. Zenódoto de Éfeso foi o bibliotecário inicial e o poeta Calímaco fez o primeiro catálogo geral dos livros. Seus bibliotecários mais notáveis foram Aristófanes de Bizâncio (c. 257-180 a.C) e Aristarco da Samotrácia (c. 217-145 a.C).
Hipácia foi a última grande cientista de Alexandria. Nasceu em 370 d.C (?) -- os historiadores são incertos em diferentes aspectos da vida de Hipácia e a data de seu nascimento é debatida atualmente. Foi filha de Theon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático e autor de diversas obras, professor da Universidade de Alexandria.
Durante toda a sua infância, Hipácia foi mantida por seu pai em um ambiente de idéias e filosofia. Alguns historiadores acreditam que Theon tentou educá-la para ser um ser humano perfeito. Hipácia e Theon tiveram uma ligação muito forte e este ensinou a ela seu próprio conhecimento e compartilhou de sua paixão na busca de respostas sobre o desconhecido. Quando estava ainda sob a tutela e orientação do seu pai, ingressou numa disciplinada rotina física para assegurar um corpo saudável para uma mente altamente funcional.
Hipácia estudou matemática e astronomia na Academia de Alexandria. Devorava conhecimento: filosofia, matemática, astronomia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica, com grande importância na aceitação e integração das pessoas na sociedade da época, também não foram descuidadas. No campo religioso, Hipácia recebeu informação sobre todos os sistemas de religião conhecidos, tendo seu pai assegurado que nenhuma religião ou crença lhe limitasse a busca e a construção do seu próprio conhecimento.
Quando adolescente, viajou para Atenas para completar sua educação na Academia Neoplatônica, com Plutarco. A notícia se espalhou sobre essa jovem e brilhante professora, e quando regressou já havia um emprego esperando por ela, para dar aulas no museu de Alexandria, juntamente com aqueles que haviam sido seus professores.
Hipácia é um marco na História da Matemática que poucos conhecem, tendo sido equiparada a Ptolomeu (85 - 165), Euclides (c. 330 a. C. - 260 a. C.), Apolônio (262 a. C. - 190 a. C), Diofanto (século III a. C.) e Hiparco (190 a. C. - 125 a. C.).
Seu talento para ensinar geometria, astronomia, filosofia e matemática atraía estudantes admiradores de todo o império romano, tanto pagãos como cristãos.
Aos 30 anos tornou-se diretora da Academia de Alexandria. Do seu trabalho, infelizmente, pouco chegou até nós. Alguns tratados foram destruídos com a Biblioteca, outros quando o templo de Serápis foi saqueado. Grande parte do que sabemos sobre Hipácia vem de correspondências suas e de historiadores contemporâneos que dela falaram. Um notável filósofo, Sinesius de Cirene (370 - 413), foi seu aluno e escrevia-lhe freqüentemente pedindo-lhe conselhos sobre o seu trabalho. Através destas cartas ficou-se a saber que Hipácia inventou alguns instrumentos para a astronomia (astrolábio e planisfério) e aparelhos usados na física, entre os quais um hidrômetro.
Sabemos que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Canon Astronômico de Diofanto"), que escreveu um tratado sobre as seções cônicas de Apolônio ("Sobre as Cônicas de Apolônio") e alguns comentários sobre os matemáticos clássicos, incluindo Ptolomeu. E em colaboração com o seu pai, escreveu um tratado sobre Euclides.
Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos que haviam passado meses sendo frustrados por algum problema em especial escreviam para ela pedindo uma solução. E Hipácia raramente desapontava seus admiradores. Ela era obcecada pela matemática e pelo processo de demonstração lógica. Quando lhe perguntavam porque nunca se casara ela respondia que já era casada com a verdade.
A tragédia de Hipácia foi ter vivido numa época de luta entre o paganismo e o cristianismo, com este a tentar apoderar-se dos centros importantes então existentes. Hipácia era pagã, fato normal para alguém com os seus interesses, pois o saber era relacionado com o chamado paganismo que dominou os séculos anteriores e era alicerçado nas tradições de liberdade de pensamento.
O cristianismo foi oficializado em 390 d.C, e o recém nomeado chefe religioso de Alexandria, o bispo Cirilo, dispôs-se a destruir todos os pagãos assim como seus monumentos e escritos.
Por causa de suas idéias científicas pagãs, como por exemplo a de que o Universo seria regido por leis matemáticas, Hipácia foi considerada uma herética pelos chefes cristãos da cidade. A admiração e proteção que o político romano Orestes dedicou a Hipácia pouco adiantou, e acirrou ainda mais o ódio do bispo Cirilo por ela e, quando este tornou-se patriarca de Alexandria, iniciou uma perseguição sistemática aos seguidores de Platão e colocou-a encabeçando a lista.
Assim, numa tarde de 415 d.C, a ira dos cristãos abateu-se sobre Hipácia. Quando regressava do Museu, foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos, incitados e comandados por "São" Cirilo. Arrastada para dentro de uma igreja, foi cruelmente torturada até a morte e ainda teve seu corpo esquartejado (dilacerado com conchas de ostra, ou cacos de cerâmica, consoante as versões existentes) e queimado.
O historiador Edward Gibbon faz um relato vívido do que aconteceu depois que Cirilo tramou contra Hipácia e instigou as massas contra ela: "Num dia fatal, na estação sagrada de Lent, Hipácia foi arrancada de sua carruagem, teve suas roupas rasgadas e foi arrastada nua para a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e sua horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada de seus ossos com ostras afiadas e seus membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas".
O estúpido episódio da morte de Hipácia é considerado um marco do fim da tradição de Alexandria como centro de ciências e cultura. Pouco depois, a grande Biblioteca de Alexandria seria destruída e muito pouco do que foi aquele grande centro de saber sobreviveria até os dias de hoje.
Enrico Riboni descreve os motivos e as conseqüências dessa ação fanática dos religiosos: "a brilhante professora de matemática representava uma ameaça para a difusão do cristianismo, pela sua defesa da Ciência e do Neoplatonismo. O fato de ela ser mulher, muito bela e carismática, fazia a sua existência ainda mais intolerável aos olhos dos cristãos. A sua morte marcou uma reviravolta: após o seu assassinato, numerosos pesquisadores e filósofos trocaram Alexandria pela Índia e pela Pérsia, e Alexandria deixou de ser o grande centro de ensino das ciências do mundo antigo. Além do mais, a Ciência retrocederá no Ocidente e não atingirá de novo um nível comparável ao da Alexandria antiga senão no início da Revolução Industrial. Os trabalhos da Escola de Alexandria sobre matemática, física e astronomia serão preservados, em parte, pelos árabes, persas, indianos e também chineses. O Ocidente, pelo seu lado, mergulhará no obscurantismo da Idade Média, do qual começará a sair somente mais de um milênio depois. Em reconhecimento pelos seus méritos de perseguidor da comunidade científica e dos judeus de Alexandria, Cirilo será canonizado e promovido a Doutor da Igreja, em 1882."
E Carl Sagan nos acrescenta: "Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e sua base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. Sua última cientista foi uma mulher, considerada pagã. Seu nome era Hipácia. Com uma sociedade conservadora à respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido à Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época."
Fonte: br.geocities.com
ALEXANDRIA
A Cidade de Alexandria, principal porto do norte do Egito, fica localizada no delta do rio Nilo, numa colina que separa o lago Mariotis do mar Mediterrâneo. Nesta cidade sempre existiram dois portos, dos quais o ocidental é o principal centro comercial, com instalações como a alfândega e inúmeros armazéns. A cidade foi fundada em 332 a.C., por Alexandre Magno, para ser a melhor cidade portuária da Antigüidade. O porto foi construído com um imponente quebra-mar que chegava até a ilha de Faros, onde foi erguido o famoso farol conhecido como uma das sete maravilhas do mundo. A cidade se tornou a capital do Egito com os Tolomeos, que construíram muitos palácios, além da biblioteca de Alexandria. Atingiu o nível de centro científico e literário da época, fato que se prolongou durante os primeiros anos da dominação romana. A fundação da cidade de Constantinopla contribuiu para a queda da metrópole egípcia. Com os muçulmanos, a decadência de Alexandria avançou ainda mais, sobretudo pelo auge que adquiriu o Cairo.
Fonte: www.ebookcult.com.br
ALEXANDRIA
O que o Ventor me conta!
Ouçam o que ele me diz! Vou contar-vos a história como o Ventor ma contou.
Alexandria foi uma cidade importante ao ponto de merecer a intervenção de grandes homens de diferentes civilizações, como Pompeu, outros romanos e gentes de outros quadrantes, mas a sua fama está na sua Biblioteca e na propagação do Helenismo
Disse-me o Ventor que uma vez, dois e tal milénios para trás, o seu amigo Alexandre, ... aquele que...(o Grande, sabeis!), encontrava-se junto a uma praia numa terra que se chamava Egipto, de pé, apoiando os seus braços na garupa do Bucéfalo a olhar o mar e a pensar nos seus próximos passos quando o Ventor, em mais uma das suas surtidas pelo planeta Terra se aproximou montado no seu cavalo branco Antar. Alexandre largou o Bucéfalo e o Ventor, ainda afastado, largou o Antar e os dois cavalos começaram a correr um para o outro e começaram uma belíssima brincadeira correndo, escabriolando, a par, pela praia fora junto às águas do mediterrâneo.
Alexandre, ficou sorrindo, de braços cruzados, vendo os cavalos correr enquanto o Ventor, caminhava devagar, calçando umas sandálias gregas que deixavam entrar a areia seca a roçar-lhe a pele dos pés e penetrando entre os dedos e já estava a ficar danado por ter descido do Antar. O Ventor nunca gostou da areia seca das praias mas, também estava contente, ao ver como o Bucéfalo e o Antar se davam tão bem. Alexandre, ia olhando o Ventor pensando como começar mais uma grande conversa que nunca mais acabava, sobre os desígnios que levaram Alexandre por terras do Egipto. Nessa conversa, voltou a repetir, ao Ventor, as razões porque pretendeu fazer-se Faraó do Egipto (depois fez um sinal com a cabeça apontando para a aldeia de Rhakotis) e como ele, o seu novo Faraó, iria sem qualquer dúvida, tornar-se inesquecível na história das gentes do Nilo.
O Ventor sorriu e não achou grande piada, por ele se dizer filho de deuses mas como isso não era da sua conta e daí não viriam grandes males ao mundo, perguntou a Alexandre se achava que se tornaria realmente "grande" pelo facto de se tornar Faraó do Egipto, esquecendo-se que ainda iria ter de voltar a encontrar os persas pela frente e resolver o problema de Dario III que, para Alexandre, tinha cometido o maior crime de todos quando insultou o seu pai (o rei Filipe da Macedónia), então morto.
Mas Alexandre, sempre pensativo, sentou-se na areia seca pegando num pauzinho também seco que tinha sido para ali transportado pelas ondas do mar Mediterrâneo e apontando o chão para o Ventor, começou a traçar sulcos na areia. O Ventor ajoelhou-se na areia e perguntou a Alexandre para que serviam aqueles gatafunhos rectos e curvos que ele continuava a traçar na areia seca. "O sistema não é bom" - disse Alexandre, ao ver que a areia de tão seca que estava rolava logo entupindo os sulcos e, levantou-se dirigindo-se para a areia húmida, fazendo sinal ao Ventor para o acompanhar. Foi ali na areia húmida das costas do mar Mediterrâneo que Alexandre traçou para o Ventor aquilo que podia ser considerada a planta arquitectónica daquela que viria a ser a bela cidade de Alexandria.
Alexandre traçou e retraçou a areia e por fim, virou-se para o Ventor e disse-lhe: "vês! Isto que vês aqui, é a planta daquela que, como tu já sabes, vai ser uma das mais importantes cidades deste mundo oriental".
Depois levantou-se e com as suas sandálias começou a destruir a célebre planta da futura cidade de Alexandria, olhou o Ventor, apontou para a testa e disse: "já está aqui, se não fosse eu a destruí-la seria o mar, e já tenho homem para realizar esta obra, tal como eu a quero. É o Dinocrates". «Sim, ele é bem capaz», disse o Ventor.
E o Ventor prosseguiu com a sua narrativa:
«Alexandre e eu encontramo-nos ali, junto ao mar nesse local onde hoje fica a cidade de Alexandria e ficamos a olhar as ondas serenas do Mediterrâneo a fazerem a areia rebolar-se naquela espuma branca, onde as gentes da aldeia próxima, chamada Rhakotis se costumavam refrescar. O barulho que ouvíamos junto ao mar, não era a água furiosa, era a areia a rir às gargalhadas quando a água faz cócegas nas barriguinhas bojudas daqueles pedacinhos de rochas desfeitas pelo caminhar dos milénios, as areinhas que estavam, sossegadas, a apanhar sol. Nós, conversávamos sobre aquela mania que o Alexandre teve de se fazer Faraó do grande Egipto numa época desmoralizante para os egípcios, mas Alexandre era um teimoso e teria de levar a dele avante. E levou! Depois achou por bem acalmar a minha má vontade de não o apoiar nessa sua caminhada que levara a cabo algum tempo atrás, quando se entusiasmara pela rababa. Então, olhou-me, pegou no tal pauzinho e riscou na areia o plano daquela que viria a tornar-se numa das mais famosas cidades de tempos passados - a cidade de Alexandria.
De repente, numa grande cavalgada pela praia fora, chegavam oficiais de Alexandre com más notícias. Dario III já tinha organizado um poderoso exército e preparava-se para correr, de vez, com Alexandre e as suas falanges das terras que considerava suas. No Egeu e no Mar Negro, as marinhas reorganizavam-se e Dario concentrara o seu poder naval, em Halicarnasso, mas Alexandre não estava só e já conseguira que os barcos de Chipre se aliassem aos seus que já tinham destruído as marinhas fenícia e cartaginesa por causa do cerco de Tiro, na Fenícia. Tiro tinham caído e Alexandre preparava-se para a eventualidade de voltar a ter as forças de Dario III pela frente. E foi isso! Em 6 de Abril de 331 AC, segundo as contas do Ventor, Alexandre deu ordens de marcha às suas falanges que voltaram a passar pela Fenícia rumo à Pérsia de Dario. Porém, antes de partir, deixou Dinocrates incumbido de construir a cidade de Alexandria tal como ele pretendia.
Essa cidade foi famosa, fundamentalmente, por se tornar um pólo cultural, com a sua grande Biblioteca, atravessando todo o tempo a que chamamos Helenismo e prosseguindo para além dele.
Por isso, hoje, recordo, o nascimento da bela cidade de Alexandria, porque segundo as contas do Ventor, faz hoje 2.338 anos que Alexandre deixou para trás aquele belíssimo local e, por isso, deixo aqui a minha homenagem ao nascimento de Alexandria e à audácia de Alexandre.
Fonte: quico97.no.sapo.pt
ALEXANDRIA
Fundada por Alexandre Magno – o Grande, um dia a cidade foi a capital do Egito
e recentemente descobriu mais uma de suas antigas histórias...
Quase todas as pessoas já ouviram falar sobre as dinastias do Antigo Egito... Especificamente na Dinastia dos Ptolomeus (abaixo), o Egito foi conquistado pelos gregos. Isso ocorreu entre 332 a 32 antes de Cristo, época em que a cidade de Alexandria reinava absoluta.
A primeira Biblioteca de Alexandria foi fundada em 306 a. C., por Ptolomeu I, sucessor de Alexandre, o Grande, e continha cerca de 700 mil itens. Os responsáveis pela Biblioteca tinham autorização para comprar todos os pergaminhos existentes da época.
Dizem que todos os navios que aportavam na cidade tinham seus pergaminhos confiscados e aos donos eram devolvidas cópias feitas pelos especialistas... Essas e outras façanhas contribuíram para fazer de Alexandria o mais famoso centro do saber da humanidade. Para lá foram estudiosos e pensadores como Arquimedes e Euclides.
Durante 700 anos, o país, cenário de uma das civilizações mais importantes da antigüidade, foi sucessivamente invadido. Lentamente helenizou-se, romanizou-se e foi governado por uma série de dinastias estrangeiras. Por fim, os árabes, que chegaram ao delta do Nilo, no século VII depois de Cristo, onde introduziram o islamismo.
Hoje, o turismo é uma importante fonte de renda para o país, da mesma forma que o pedágio cobrado pela passagem de navios no Canal de Suez. Seu nome é República Árabe do Egito. A língua oficial é o árabe, mas fala-se também berbere, núbio, inglês e francês.
Sua hora local em relação a Brasília é de + 5 horas. Atualmente sua capital é o Cairo, mas outrora a Alexandria ostentou este título, sendo considerada por séculos também a capital cultural do mundo!
Território francês entre 1830 a 1930, a cidade está no delta do Nilo e às margens do Mediterrâneo. É a segunda maior cidade do Egito, com mais de 3 milhões de habitantes e com um dos maiores portos do Mediterrâneo. Fundada em 332 a.C., por Alexandre, essa cidade teve papel eminente no último período da Antigüidade egípcia.
Capital do reino, era uma cidade com numerosa população grega e judaica. Tornou-se um grande centro comercial e intelectual da antigüidade. Tinha uma impressionante infra-estrutura administrativa, financeira e comercial.
Entrou em decadência durante o século I a.C., quando Roma começou a intervir nos assuntos egípcios. A última governante ptolomaica foi Cleópatra, filha de Ptolomeu XII, que reinou graças ao apoio de seus dois amantes: primeiro de Julius Caesar e depois de Marcus Antonius.
Na antigüidade existiam sete grandes estruturas consideradas as Maravilhas do Mundo. Tal classificação foi alterada muitas vezes e a que prevalece até hoje, data do século VI d.C. O Farol de Alexandria era uma delas.
Construído em 280 a.C., todo em mármore branco, pelo faraó Ptolomeu II, na ilha de Pharos - da qual derivou o nome Farol. Esta estrutura media 134 metros de altura. As Pirâmides que foram construídas muito tempo antes de Cristo, é a única maravilha que resistiu ao tempo...
Histórias e histórias são o que os turistas aprendem em qualquer parte daquelas terras. O Forte Qait Bay, construído no século XV, foi durante muito tempo considerado uma das sete maravilhas do mundo faraônico antigo; hoje, é um museu da vida marinha.
Athanaeus (fl. c. 200 CE)
O Grande Espetáculo e a Procissão de Ptolemy II Philadelphus, 285 BCE
Quando Ptolomeu II Philadelphus tornou-se rei do Egito (285 a.C.), ele celebrou sua ascenção com uma magnífica procissão e um festival, em Alexandria. O que segue abaixo é somente uma parte da descrição do elaborado espetáculo...
A mera discrição de toda essa pompa, poder e luxúria converge à idéia da Dinastia dos Ptolomeus, o esplendor e toda riqueza da corte deles e os recursos de seus reinados...
História
Primeiro, eu irei descrever a tenda preparada dentro da velha cidade amuralhada - uma parte do lugar designado para receber os soldados, artesãos e estrangeiros. Era maravilhoso e enorme, podendo acomodar 130 mesas (para banquetes) arrumadas em círculo. O teto era sustentado por 50 pilares cúbicos de madeira, dos quais 4 foram arrumados para parecerem palmeiras. O interior era rodeado de cortinas vermelhas; no meio do espaço, foram suspensos estranhas peles de bestas, de cores e tamanhos variados. Do lado de fora dos pilares havia um pórtico (a céu aberto), o qual estava todo adornado e tinha uma cobertura em arco; essa parte era sombreada por árvores myrtle e louro, assim como outras vegetações.
Todo piso estava recoberto com todos os tipos de flôres; para o Egito, obrigado pelo clima agradável e pela gentileza das pessoas que cuidaram da jardinagem, produzidas abundantemente e o ano inteiro, essas flôres que eram escarsas em outras terras e só apareciam em estações epeciais. Rosas, lírios brancos e várias outras flôres nunca faltavam naquele país. Embora o grande entretenimento aconteceu no meio do inverno, havia um show de flôres que extasiavam os estrangeiros. Flôres que eram difíceis de serem econtradas em quantidade para se fazer um buquêt em qualquer outra cidade, aqui, eram abundantes para os convidados... todas essas flôres no grande piso da tenda, davam a aparência de um jardim divino.
Em volta da tenda foram colocados postes com animais esculpidos em mármore por artistas, cem em número; enquanto nos espaços entre os postes haviam pinturas de pintores Sicyonian. Alternadamente com esses, foram cuidadosamente selecionadas imagens de todo tipo, também tecidos bordados com ouro, alguns tendo retratos de reis do Egito e algumas histórias da mitologia. Acima deles foram colocadas espadas de ouro e prata, alternadamente. Ao longo seguem lugares e suportes dourados, pratos de prata, conjunto de chícaras etc, desponíveis para os convidados.
E agora vamos para o show e a exibição das procissões; que passaram pelo estádio da cidade. Primeiramente, aconteceu a procissão de Lúcifer (nome dado ao planeta Vênus) iniciando-se quando a primeira estrela apareceu. Depois vieram as procissões em honra a vários deuses. Na procissão de Dionísio, em primeiro lugar entrou Sileni para manter fora a multidão. Em seguida veio Satyrs, segurando lâmpadas feitas de madeira ivy. Depois vieram imagens de Victory, tendo asas de ouro e trazendo em suas mãos incensos incandescentes, adornados com folhas de árvore, ouro e túnicas bordadas com figuras de animais. Continuando, vieram garotos com túnicas púrpuras, trazendo fragâncias e mirra, também açafrão em pratos dourados. Depois 40 Satyrs coroados com guirlandas douradas; seus corpos estavam pintados, alguns com púrpura, outros com vermelhão e alguns com outras cores. Cada um deles usava uma coroa dourada, imitando folhas de videira e de ivy. Também vieram Philiscus, o Poeta, que era o mestre de Dionysus, e com ele todos os artesãos contratados para o serviço daquele deus; e ainda os Delphian como treinadores dos atletas, um como treinador dos jovens, outros para treinar os homens.
Seguiu-se uma enorme carruagem de 4 rodas transportada por 180 homens. Dentro dela havia uma imagem de Dionysus (10 cubits de altura). No final, havia um vasto número de empregados do palácio carregando vasos de ouro do rei; 24 carruagens carregadas por 4 elefantes cada; em seguida desfilou toda coleção real de animais: 20 carruagens carregadas por antílopes, 15 por búfalos, 8 por pares de avestruzes, 8 por zebras; também por várias mulas, 14 leopardos, 16 panteras, 4 linces, camelos, 24 leões, 1 CAMELOPARDALIS e um rinoceronte etíope, além de outras criaturas estranhas...
E, por fim, começou a procissão das tropas (homens a cavalo e à pé), todos marcharam armados e em forma; haviam 57.600 da infantaria e 23.200 da cavalaria.
O custo dessa grande ocasião foi de 2.239 "talents" e 50 "minae" (grosseiramente, por volta de 35 milhões de dólares, em 1998).
DINASTIA DOS PTOLOMEUS
Família Macedônica que reinou no Egito durante o período Helênico, da morte de Alexandre - o Grande, em 323 a.C., até o Egito transformar-se em Província Romana, em 30 a.C. O nome correto seria Dinastia Lágida.
A dinastia foi fundada pelo general de Alexandre, Ptolomeu I, que se estabeleceu como governante independente em 305 a.C., adotando o nome de Ptolomeu I Soter.
O reino prosperou sob sua gestão e as de seus sucessores, Ptolomeu II Philadelphos e Ptolomeu III Euergetes, que competiu com outra dinastia macedônica, os Selêucidas da Síria, pela supremacia no Mediterrâneo oriental.
A capital do reino, Alexandria, cidade cosmopolita com numerosa população Grega e Judaica, tornou-se um grande centro comercial e intelectual da Antigüidade.
Os lágidas criaram uma impressionante infra-estrutura administrativa, financeira e comercial. Entraram em decadência durante os séculos II e I a.C., quando Roma começou a intervir nos assuntos egípcios. A última governante ptolomaica foi Cleópatra VII.
Ptolomeu XII foi pai de Cleópatra VII, a qual foi amante de Julius Caesar e Marcus Antonius. A moeda abaixo, juntamente de outras, foi encontrada próxima da Costa de Haifa, em Israel.
REINADOS DOS PTOLOMEUS
Ptolomeu I, Soter (305-283 a.C.)
Ptolomeu II, Philadelphos (285-246)
Ptolomeu III, Euergetes (246-221)
Ptolomeu IV, Philopator (221-205)
Ptolomeu V, Epiphanes (205-180)
Ptolomeu VI, Philometor (180-145)
Ptolomeu VII, Eupator (145)
Ptolomeu VIII, Euergetes II (145-116)
Ptolomeu IX, Soter (116-106)
Ptolomeu X, Alexander I (106-88)
Cleópatra II (106-101)
Ptolomeu IX, Soter (88-80)
Ptolomeu XI, Alexander II (80)
Ptolomeu XII, N. Dionysos (80-51)
Cleópatra VII, Philopator (51-30)
Ptolomeu XIII (51-47)
Ptolomeu XIV (47-44)
Ptolomeu XV (40)
Ptolomeu XVI
Septuaginta
Versão dos Setenta - Primeira tradução dos escritos do Antigo Testamento hebraico para o grego, produzida em Alexandria, no século III a.C., a pedido de um dos reis macedônicos do Antigo Egito, Ptolomeu II Filadelfo. Durante o seu reinado, os judeus receberam privilégios políticos e religiosos totais. Também foi durante esse tempo que o Egito passou por um grande programa cultural e educacional, sob o patrocínio de Arsínoe, esposa e irmã de Ptolomeu II. Nesse programa inclui-se a fundação do museu de Alexandria e a tradução das grandes obras para o grego.
A Septuaginta tomou esse nome pelo fato de ter sido realizada por 70 anciões, trazidos de Jerusalém exclusivamente para a tarefa. Foi rechaçada pelos judeus ortodoxos, numa atitude semelhante ao católicos da Idade Média, diante do reformador protestante Martim Lutero, que traduziu a Bíblia para o alemão, tornando-a acessível ao povo. A idéia era a mesma: Ampliar o conhecimento do Antigo Testamento para a língua grega, para atingir outros judeus alexandrinos, mas os radicais viram este trabalho como uma profanação. A Septuaginta incluía não apenas o cânon hebraico, mas também outras obras judaicas, em sua maior parte escritas nos séculos II e I a.C., em hebraico, aramaico e grego. Esses escritos, mais tarde, vieram a ser conhecidos como os Apócrifos, palavra grega que significa oculto ou ilegítimo. Os judeus consideravam esses livros como não inspirados. Os denominados Apócrifos são 15 livros judaicos, surgidos no período intertestamentário. São eles: 1 e 2 Esdras, Tobias, Judite, Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiastes, Baruc, Epístola de Jeremias, Prece de Azarias e Cântico dos Três Jovens, Suzana, Bel e o Dragão, A Prece de Manassés, 1 e 2 Macabeus.
A Septuaginta serviu de fundo às traduções para o latim a para as outras línguas. Tornou-se também uma espécie de ponte religiosa colocada sobre o abismo existente entre os judeus (de língua hebraica) e os demais povos (de língua grega). O Antigo Testamento da LXX foi o texto utilizado em geral na primitiva igreja cristã.
O Pilar de Pompéia, um grande pilar de granito cor de rosa, encontra-se nas ruínas do templo de Serapiun. Tal pilar foi dedicado em 297 d.C. ao imperador Diocletian, por sua vitória sobre o cristão Aquiles que havia requerido o título de imperador.O Museu Greco-Romano, fundado em 1891 pelo arqueologista italiano Botti, possui mais de 40 mil relíquias valiosas.
O Anfiteatro Romano é uma ruína com 20 terraços em forma de semicírculos, que foi descoberto por arqueólogos, em 1964, localiza-se no distrito de Kom El Dekka.
Mosque Abu El Abbas El-Norsi: É uma das relíquias islâmicas da cidade. Fica no distrito de Al Anfushy.
Mais recente, em 18 de dezembro passado, jornais noticiaram que fortes terremotos podem ter sido responsáveis pelo desaparecimento de duas cidades do Egito antigo: Menouthis e Herakleion, cujas ruínas, muito bem preservadas, foram encontradas no leito do Mar Mediterrâneo alguns meses atrás. Acredita-se que tais cidades foram submersas há mais de 1.000 anos, sugerindo que a Alexandria de hoje, pode estar sob risco, por encontrar-se sobre uma falha geológica sísmica.
Outra história mais recente ainda, 28 de março deste ano, surpreende-nos com o que os representantes da Nauticos Corporation (companhia de exploração oceânica dos EUA) disseram ter encontrado enquanto procuravam um submarino israelense, desaparecido 30 anos atrás. Em lugar disso, encontraram uma embarcação grega que, segundo arqueólogos, tem mais de 2.000 anos e está numa região conhecida como Planície Abissal de Heródoto. Provavelmente, tal embarcação percorria o Mediterrâneo na época entre os reinados de Alexandre – o Grande, e Cleópatra, pois os arqueólogos estimaram que o navio afundou entre 200 e 300 a.C.
Bem, depois de todas essas histórias, vista-se como os árabes: com a tradicional galabeia (uma espécie de túnica ampla) e perca-se em Alexandria que está muito mais próximo, no tempo, do que se imagina...
Fique por dentro
Tome cuidado com o que vestir, pois os shorts, por exemplo, são aceitos nas visitas arqueológicas, mas nem tanto nas cidades. Evite também camisetas cavadas.
Tome muito cuidado com o sol, use protetor e não se esqueça do boné ou chapéu .
A moeda é a libra egípcia. Todas as notas são escritas em inglês de um lado e em árabe do outro. É extremamente difícil trocar dinheiro com cartões de crédito, exceto em grandes hotéis e nos estabelecimentos bancários.
O ônibus do Cairo para a Alexandria parte da estação Midan at-Tahrir a cada 30 minutos. O preço é de 25 libras egípcias e o tempo da viagem é de 3 horas. Pode-se ir também de trem, taxi ou de avião. A Egyptair opera entre o Cairo/Alexandria com vários vôos diários, exceto nas terças-feiras. Apesar desse transporte ser o mais caro é o melhor meio de locomoção. O preço é de 124 libras egípcias e o tempo da viagem é de 30 minutos.
Fonte: www.sergiosakall.com.br