Por Antonio Gasparetto Junior |
A Ilha de Creta acomodou importante história dos gregos, nela se desenvolveu a civilização minóica. Esta civilização teve uma rica cultura e foi capaz de gerar uma grande rota comercial no Mar Egeu e até mesmo estabelecer colônias na Ásia Menor. Mas por volta de 1.400 a.C. a ilha começa a ser invadida por povos indo-europeus que seriam os responsáveis por uma ampla alteração nos padrões estabelecidos.
Os primeiros a invadir a Ilha de Creta foram os aqueus, dominando a principal cidade cretense, Knossos, e fundando a cidade de Micenas. Mesmo com uma tomada violenta dos aqueus sobre as terras na Ilha de Creta, ocorreu um intercâmbio entre a cultura que estava ali presente e a que acabava de chegar. A associação das duas culturas deu origem à cultura micênica.
Após este primeiro momento e implantação da cultura micênica vieram mais duas invasões de povos indo-europeus. A segunda invasão da ilha se deu pelo grupo que unia jônios e eólios, os quais chegaram pacificamente e se estabeleceram tranquilamente na Ilha de Creta assimilando os costumes micênicos. Já a terceira invasão foi a mais violenta e impactante na alteração dos hábitos cretenses. Os dórios invadiram a Hélade e dominaram a Ilha de Creta destruindo seus palácios. O povo que vivia na ilha tentou migrar como alternativa para sobrevivência. Primeiro se refugiaram em um canto da ilha e depois partiram para outros territórios no interior do continente, Ásia Menor e em regiões do Mar Mediterrâneo. Esse movimento é chamado de Primeira Diáspora Grega.
A presença dos dórios na Hélade foi muito impactante, foram os responsáveis por destruir tudo que havia sido construído até então. A civilização minóica tinha desenvolvido um intenso comércio no Mar Egeu, construído palácios e transformado cidades em importantes pólos urbanos. Em seguida, mesmo com a invasão violenta dos aqueus, a civilização micênica se aproveitou do legado da ilha para expandir mais ainda as relações comerciais e as colônias gregas. Todavia os dórios não ligaram para nada disso, destruíram todos os portos, arruinaram os pólos urbanos e por fim expulsaram a antiga civilização da ilha.
Após a chegada dos dórios teve início a Idade das Trevas na Grécia e os tempos mudaram. A sociedade foi toda alterada, os gregos passaram a viver em dependência de pequenas propriedades familiares. Era o início de uma nova fase de construção da sociedade. Todo o comércio foi perdido, os núcleos familiares produziam para a subsistência e o excedente era repartido com outros núcleos para que nenhum fosse superior. Com o tempo esses núcleos foram se fragmentando e a sociedade recebendo novas divisões, separava os possuidores das melhores terras, de terras nas periferias e aqueles que não tinham nenhum acesso à terra.
Essa fase rendeu muitos conflitos sociais devido a situação de carência vivida por grande parte da civilização grega contra uma aristocracia baseada na propriedade da terra. Muito dos costumes gregos foram alterados, os ritos funerários foram empobrecidos e principalmente o uso da escrita foi abandonado. Este é o principal fato para a determinação do período compreendido entre 1.200 a.C. e 800 a.C. como Idade das Trevas, os principais registros históricos sobre esse momento são os relatados na literatura épica de Homero bastante tempo depois, o alfabeto grego só voltaria a ser usado no século VIII a.C..
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_das_Trevas_(Grécia)
http://www.brasilescola.com/historiag/a-idade-das-trevas-grega.htm
http://www.utexas.edu/courses/classicalarch/images.html