Por Emerson Santiago |
Apesar do extenso território, o Brasil havia prosperado quase que exclusivamente na região litoral, enquanto o vasto interior mantinha-se estagnado, vítima da política mercantilista colonial, da falta de estradas viáveis e de rios navegáveis, do liberalismo econômico e do sistema federalista que caracterizaram a República Velha (1889-1930).
Mais de 90% da população brasileira ocupava cerca de um terço do território nacional. O vasto interior, principalmente as regiões Norte e Centro-oeste, permanecia esparsamente povoado. Muitos índios fugiram para o interior justamente por estas razões. Mas os seus dias de isolamento, anunciava o governo então, estavam contados.
Até a segunda metade do século XX, o Brasil Central continuava a ser uma área desconhecida para a maior parte dos brasileiros, carregando ares mitológicos devido a seu território pouco desbravado e hostil. No censo de 1940, por exemplo, o sul matogrossense contava com somente 238.640 habitantes. Esse que era considerado um vazio populacional no Mato Grosso do Sul passou, a partir de então, a servir de atrativo para empresas colonizadoras entusiasmadas com o sucesso de suas similares empreitadas nos estados de São Paulo e Paraná – neste último, por exemplo, a Companhia de Terras Norte do Paraná foi responsável, nas décadas de 1920 e 1930, por toda a colonização de sua região oeste, compreendendo hoje municípos como Londrina e Maringá, através de um sistema de pequenos loteamentos rurais para imigrantes que escapavam das dificuldades econômicas e conflitos daPrimeira e Segunda guerras mundiais.
A ocupação do centro-oeste visava também a ser uma etapa preliminar à ocupação da Amazônia. Em Goiás foi instalada a primeira colônia agrícola, em 1941, na cidade de Ceres, a Colónia Agrícola Nacional de Goiás (CANG).
Os Objetivos da Macha Para o Oeste eram basciamente:
- Política demográfica de incentivo à migração;
- Criação de colônias agrícolas;
- Construção de estradas;
- Reforma Agrária;
- Incentivo à produção agropecuária de sustentação.
Em boa parte, tal sonho progressista se concretizou. Transcorrida por cerca de quarenta anos, a Marcha Para o Oeste fundou cerca de 43 vilas e cidades, construiu 19 campos de pouso, contatou mais de cinco mil índios e percorreu 1,5 mil quilômetros de picadas abertas e rios.
Bibliografia:
http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1327/a-marcha-para-o-oeste – Página “Rota Brasil Oeste” – A Marcha para o Oeste – A maior aventura do século 20
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882000000100002&script=sci_arttext – Revista Brasileira de História – As raízes de uma planta que é hoje o Brasil : os índios e o Estado-nação na era Vargas.
Fonte: