Uma imagem medieval representando uma das passagens bíblicas que falam sobre o apocalipse.
Por Rainer Sousa
A relação dos homens com o tempo é passível das mais intrigantes interpretações. A morte, por exemplo, revela pela simples observação de sua experiência, que a nossa trajetória pelo mundo é limitada por um período que se esvai no passar de apenas algumas décadas. Se por um lado, a finitude da existência instiga a busca pela eternidade, sabemos que esse mesmo fato instiga muitas outras pessoas a imaginarem um tempo em que todos nós experimentaríamos coletivamente o fim do mundo.
Logicamente, que a crença no fim do mundo está muitas vezes ligada ao desenvolvimento de um pensamento religioso. O furor dos deuses, a formação de uma nova realidade ou os vários pecados do homem são apenas algumas das justificativas que revelam a capacidade do homem em projetar o fim de sua existência. Mesmo que recorrente, vemos que existem alguns momentos da História em que esse tema ganha uma força, no mínimo, especial.
Em 999 d. C., uma parcela significativa dos europeus esperava que o mundo alcançasse o seu fim. Afinal de contas, em um período tomado pela fé cristã, muitos se assustaram ao saber das condenatórias palavras presentes no Apocalipse de São João, o último e ainda mais temido livro da Bíblia. Conforme suas próprias palavras, a passagem de mil anos seria marcada pela soltura do demônio na Terra e, consequentemente, a vivência dos mais terríveis pesares.
A partir da circulação dessa mensagem sagrada, qualquer indício se mostrava suficiente para que as temíveis palavras bíblicas fossem tomadas como uma incontestável verdade. A ocorrência de epidemias, o acontecimento de qualquer fenômeno natural de pouca recorrência, o nascimento de umacriança acometida por anomalias abomináveis... Tudo era desculpa para o desespero de comunidades inteiras. Na medida em que o ano 999 se esgotava, as situações de angústia e desespero eram ainda mais corriqueiras.
Mesmo o ano 1000 chegando e nada acontecendo, o temor ainda pairava nas mentes e corações de alguns cristãos. No fim das contas, as coisas só ficaram mais calmas com a chegada do ano de 1033, que obviamente marcava a passagem de mil anos do sacrifício de Jesus Cristo na Terra. De fato, mais do que simples crendice, todo esse temor tem uma relação direta com as incertezas e transformações que marcaram a passagem entre a Antiguidade e a Idade Média.
Veja mais links relacionados:
Mundo Educação - As crenças medievais que divergiam da concepção religiosa da Igreja.
Brasil Escola - A grande crise que marca o final da Idade Média.
Logicamente, que a crença no fim do mundo está muitas vezes ligada ao desenvolvimento de um pensamento religioso. O furor dos deuses, a formação de uma nova realidade ou os vários pecados do homem são apenas algumas das justificativas que revelam a capacidade do homem em projetar o fim de sua existência. Mesmo que recorrente, vemos que existem alguns momentos da História em que esse tema ganha uma força, no mínimo, especial.
Em 999 d. C., uma parcela significativa dos europeus esperava que o mundo alcançasse o seu fim. Afinal de contas, em um período tomado pela fé cristã, muitos se assustaram ao saber das condenatórias palavras presentes no Apocalipse de São João, o último e ainda mais temido livro da Bíblia. Conforme suas próprias palavras, a passagem de mil anos seria marcada pela soltura do demônio na Terra e, consequentemente, a vivência dos mais terríveis pesares.
A partir da circulação dessa mensagem sagrada, qualquer indício se mostrava suficiente para que as temíveis palavras bíblicas fossem tomadas como uma incontestável verdade. A ocorrência de epidemias, o acontecimento de qualquer fenômeno natural de pouca recorrência, o nascimento de umacriança acometida por anomalias abomináveis... Tudo era desculpa para o desespero de comunidades inteiras. Na medida em que o ano 999 se esgotava, as situações de angústia e desespero eram ainda mais corriqueiras.
Mesmo o ano 1000 chegando e nada acontecendo, o temor ainda pairava nas mentes e corações de alguns cristãos. No fim das contas, as coisas só ficaram mais calmas com a chegada do ano de 1033, que obviamente marcava a passagem de mil anos do sacrifício de Jesus Cristo na Terra. De fato, mais do que simples crendice, todo esse temor tem uma relação direta com as incertezas e transformações que marcaram a passagem entre a Antiguidade e a Idade Média.
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Fonte: AlunosOnLine.com.br