Por Antonio Gasparetto Junior |
A Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Estados Unidos e pela União Soviética, as duas potências, contudo, ocupavam posições ideológicas opostas no cenário mundial. Os Estados Unidos eram os propagadores da ideologia capitalista no mundo, enquanto a União Soviética, desde a Revolução Russa de 1917, defendia e acreditava no sistema socialista. Com o fim da guerra, um novo conflito surgiu entre esses dois pólos, mas dessa vez o embate ficou no campo ideológico. Uma vez que ambas as potências possuíam um arsenal militar, e nuclear, considerável, a ocorrência de um novo confronto bélico entre as duas poderia representar a completa aniquilação de uma delas ou das duas. Por se tratar de um enfrentamento que no campo de batalha não poderia acontecer, por causa das consequências catastróficas, o conflito ideológico que dominou o mundo por várias décadas ficou conhecido comoGuerra Fria.
O mundo ficou dividido entre o bloco dos países capitalistas e o bloco dos países comunistas. Em 1949, os Estados Unidos lideraram uma organização que reuniria os países europeus de sistema capitalista em um pacto de auxílio militar mútuo. No dia 4 de abril daquele ano foi criada em Washington a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ficava então estabelecido que os países envolvidos se comprometiam na colaboração militar mútua em caso de ataques oriundos dos países referentes ao bloco socialista.
Algum tempo depois, os países do bloco socialista, liderados pela União Soviética, reagiram e criaram o Pacto de Varsóvia. Esta organização tinha os mesmos preceitos de cooperação militar mútua em caso de ataque a seus membros por parte dos países capitalistas.
A atuação da OTAN não ficou restrita apenas ao campo militar, embora fosse seu preceito inicial, a organização tomou dimensões de interferência nas relações econômicas e comerciais dos países envolvidos.
Na década de 1980, o socialismo entrou em crise e declinou rapidamente. A fragilidade da União Soviética frente ao cenário mundial refletia no Pacto de Varsóvia, que não tinha forças mais para existir. Nesse contexto, a OTAN se reorganizou adotando outras medidas como prioritárias, já que o motivo que esteve no cerne da criação da organização já não tinha mais representação nenhuma. O Muro de Berlim, a União Soviética e o socialismo caíram, em consequência o Pacto de Varsóvia foi extinto. Assim a OTAN passou a reinar soberana no contexto mundial juntamente com a vitória do capitalismo.
A OTAN seguiu o rumo de manter-se como o eixo de segurança da Europa e América do Norte e foi progressivamente se expandindo para o Leste Europeu, antiga região do bloco socialista. Polônia, Hungria eRepública Tcheca, antigos membros do Pacto de Varsóvia, foram convidados e admitidos na OTAN em 1997. A Rússia deparou-se com o progressivo esvaziamento de sua influência no mundo. No século XXI, mais um série de países que outrora integraram o bloco socialista foram admitidos na OTAN.
Atualmente, a OTAN exerce grande influência nas decisões políticas da Europa e é coordenada, desde agosto de 2009, pelo dinamarquês Anders Fogh Rasmussem. Os países que hoje formam a OTAN são: Albânia, Alemanha, Bélgica, Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Países Baixos, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria, Polônia, República Tcheca, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia.
Fontes:
http://www.nato.org/
http://www.espacoacademico.com.br/009/09almeida_otan.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organização_do_Tratado_do_Atlântico_Norte