O Apartheid foi uma segregação racial ocorrida na África do Sul, onde negava aos negros o direito a participação social, política e econômica. Esse termo surgiu legalmente em 1948, embora essa forma de separação ocorresse desde o século 17, com a colonização européia.
Nesse sistema os brancos decentes dos colonizadores eram quem comandavam a vida trabalhista na África, eles que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais.
Tudo implantava no negro de forma ferrenha um sentido total de abandono dentro da sua própria pátria, onde eles eram impedidos por leis de viver uma vida social; esse Apartheid alterou a vida na África do Sul.
Na verdade esse apartheid surgiu com a chegada dos colonizadores ingleses e espanhóis. Quem iniciou a liderança da África foram os ingleses No final do século XVIII e meados do século XIX, eles tinham grande poder naval. A participação dos holandeses também foi decisiva para a mudança social para os africanos.
Os holandeses estabeleceram-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1.652. Desenvolvendo na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos Bôeres.
A localização da África do Sul era estratégica para uma entrada marítima, para o acesso ao Oriente, por ser a África banhada pelo Oceano Atlântico e Oceano Indico, Os europeus chegaram ao país em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança em busca das rotas comerciais para as Índias. Habitada inicialmente por diversos grupos negros.
Esses colonizadores deixaram com os seus descentes essa sentimento de superioridade sobre os negros, tomando espaços que deveriam ser entregues aos donos da terra.
Essa herança desfragmentou totalmente a vida dos africanos, que ficaram presos em sua própria casa. O trabalho outrora desenvolvido foi substituído pelo espaço europeu, os africanos já tinham passado por uma historia dolorosa de escravização, e em 1948, a situação continuava a mesma, ou pior, por não terem espaço para trabalhar.
A Lei da Terra, de 1913, impedia que negros possuíssem mais de 13% da área total do país, porcentagem referente aos bantustões. Rapidamente, estas áreas ficaram superlotadas, impedindo a agricultura e o pastoreio. Assim, os negros viram-se obrigados a vender sua força de trabalho aos brancos. Mesmo em áreas urbanas, a permanência de negros era restrita.
As casas eram escolhidas onde deveria ser construído, havia separação de praias, ônibus, bibliotecas, escolas, teatros, banheiros publico, cinemas, a separação era total. Outras leis proibiam casamentos com outras raças, e garantiam a posse de terras para os brancos.
Havia censura, qualquer jornal que publicasse uma defesa contra o apartheid era julgado. Da mesma forma, se um branco se manifestasse contra essa segregação poderia ser preso e pagar multas.
Mas isto não significa que a população se conformava com as leis aplicadas, vozes se levantaram para lutar pela liberdade racial. Na década de 1950, foi criada no Congresso Nacional Africano, uma campanha de desobediência civil, que foi correspondida com mais violência ainda. Em 1960, o CNA organizou uma campanha antipasses – o negro que era pego sem o seu passe, um livrinho de quase cem páginas, era preso e punido. Em 21 de março, uma multidão de voluntários foi arregimentada para se apresentar sem seus passes em frente à delegacia de polícia de Shaperville, em uma demonstração pacífica de resistência. A manifestação foi reprimida com extrema violência, gerando 67 mortos. Como forma de repressão, o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso e condenado à prisão perpétua em 1962. O Massacre de Shaperville, como ficou conhecido, provocou protestos no país e no exterior.
Outra personalidade que merece ser enfatizado é a pessoa de Nelson Mandela, por ter sido uma voz ferrenha contra o apartheid na África do Sul, sua luta inicialmente era pacífica, mas teve um dia em que 69 pessoas foram mortas, então Mandela passou a responder com a mesma atitude.
Após muitas pressões locais e internacionais, os objetivos do fim da segregação racial foram alcançados, embora para isto muito sangue fossem derramados. O fim do apartheid foi concretizado, com a posse de Mandela como o primeiro presidente negro da África do Sul , no ano de 1994.
Essa política de separação racial foi sem duvida um marco vergonhoso que ficará registrado não somente na historia da África do Sul, mas, uma advertência para toda a humanidade. Pois não vale apena o ser humano massacrar a sua própria espécie.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/41410/1/Apartheid-/pagina1.html#ixzz0udEolJkZ