O cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano no ano 380 por ordem do imperador Teodósio I, que tomou a medida numa lei conhecida como Édito de Tessalônica. Antes disso, os cristãos foram, durante muito tempo, impopulares em Roma por não adorarem o imperador e sim outro tipo de rei - Jesus -, o que era encarado como um ato subversivo. Mesmo gerando antipatias - e até perseguições, como no reinado de Nero entre os anos 54 e 68 - eles foram tolerados nos primeiros séculos de vida de sua religião. Com a decadência do império no final do século II e a ameaça de invasões bárbaras, iniciou-se outro período de dura perseguição aos cristãos, que se recusavam a servir no exército romano. Mas nem isso impedia o cristianismo de ganhar seguidores, tornando-se logo a crença mais popular no império. Percebendo a força crescente da religião, o imperador Constantino I resolveu usá-la politicamente para fortalecer seu próprio poder e enfrentar a decadência romana.
Sob a inspiração do lema "um Deus no Céu, um Imperador na Terra", Constantino proclamou em 313 o Édito de Milão, lei que garantia liberdade para cultuar qualquer deus, o que seria fundamental para a futura conversão total do império à religião. "Na prática, o Édito de Milão representou a verdadeira guinada. Teodósio apenas sacramentou um processo de algumas décadas, consolidando a tendência inaugurada por Constantino", diz o teólogo Pedro Vasconcellos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
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