Por Fernando Rebouças |
Essa guerrilha ocorreu no início da década de 70, e aconteceu nas proximidades do rio Araguaia, entre os estados do Pará, Maranhão e Tocantins (na época, parte de Góias). A “Guerrilha do Araguaia” foi organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B).
O partido tinha o objetivo de obter apoio popular e enfrentar a ditadura a partir das zonas rurais, dominar o Estado e organizar uma revolução. Antes da luta armada, o partido tentou uma ação democrática contra a ditadura.
A decisão de atuar por meio das armas viria depois da decretação do AI-5 e do endurecimento do regime militar. Outros partidos também tentaram seguir pelas armas no meio rural e urbano. O PC do B manteve-se somente no campo, seguindo como exemplo o sucesso conquistado pelos guerrilheiros cubanos e chineses.
O PC do B tinha a perspectiva de desequilibrar a ditadura por meio da luta armada, perante o endurecimento da ditadura, o partido enviou grande parte de seus membros à região do Araguaia. A guerrilha foi estrutura a partir da Comissão Militar, responsável pela coordenação de três agrupamentos menores, cada agrupamento era composto por cerca de 21 militantes.
A guerrilha seguia uma estrutura rígida e organizada. Acredita-se, historicamente, que a guerrilha teria sido descoberta antes de qualquer conflito, através de informações delatadas por um integrante do partido. Em abril de 1972, o Exército brasileiro avançou até a região em busca de guerrilheiros que viviam entre os civis.
Cerca de setenta militantes do partido viviam na região, exerciam tarefas profissionais de agricultor, farmacêutico, professor e comerciante. Aparentemente, disfarçados em suas atividades, ninguém transparecia postura política.
A guerrilha resistiu por quase dois anos às investidas do Exército, que encerrou o conflito na região do Araguaia, em dezembro de 1973, depois da aniquilação da Comissão Militar.
Além de sua base rural desmantelada, o PC do B também desmantelou-se nas áreas urbanas, não conseguindo manter comunicação entre as suas bases. O Exército ao perseguir e agir contra os guerrilheiros, investiu violentamente contra os moradores da região, num clima de caça aos comunistas.
Estima-se que o conflito tenha deixado 76 mortos, referentes à partidários e recrutados da região. Na época, a guerrilha não foi abertamente noticiada na imprensa local e nacional, mantida em sigilo pela dura censura da época. O governo só noticiaria o fato, pela sua própria voz, depois de findado o conflito.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha_do_Araguaia
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/guerrilha-araguaia.jhtm
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/08/21/brasil,i=209050/MINISTERIO+DA+DEFESA+VAI+RETOM