Por Tiago Soriano |
O descobrimento das primeiras minas de ouro, principalmente na região de Minas Gerais, fez com que todos olhares se voltassem para essa região, pois encontraram nessa área, a oportunidade de se enriquecerem. Porém, essa busca pelo tal minério provocou muitas disputas e conflitos.
Um desses conflitos foi a Guerra dos Emboabas, de 1708 a 1709, no qual os bandeirantes paulistas, primeiros descobridores das jazidas e em sua maioria mestiços, lutavam pelo direito de explorar tais regiões mineradoras, contra os chamados emboabas, que eram formados por forasteiros portugueses e imigrantes das demais partes do Brasil, vindos de outras capitanias, liderados por Manuel Nunes Viana.
Essa alcunha, emboabas, dada pelos bandeirantes paulistas aos portugueses e imigrantes, tem sua origem do Tupi, que significa ave que possui penas até os pés, pois estes usavam botas; ao contrário dos vicentinos (bandeirantes paulistas), que andavam descalços.
Após o líder dos emboabas ser nomeado como governador de Minas, os paulistas sentiram-se prejudicados e deram início a uma série de ataques; porém, sem sucesso, e tiveram de abandonar algumas regiões auríferas, refugiando-se no interior das matas. Contudo, o pior combate entre os dois grupos foi o chamado Capão da Traição, no qual os paulistas, ao renderem-se e entregarem suas armas aos emboabas, visto que esses prometiam poupar-lhes a vida, acabaram sendo traídos e massacrados.
As consequências dessa batalha foi que os bandeirantes paulistas, por terem perdido inúmeras minas de ouros, tiveram que partir em busca de novas jazidas, no interior brasileiro, e que mais tarde, viriam a descobrir outras regiões auríferas, agora em Goiás e Mato Grosso.
Outras consequências desse confronto foi que a partir de então, a metrópole tornou-se responsável pela fiscalização da região, houve certa distribuição de jazidas entre os emboadas e alguns bandeirantes, e além também, da criação das capitanias de São Paulo e Minas de Ouro, sob a determinação da Coroa Portuguesa, em 1709.