Essa guerra teve início com a chamada “Defenestração de Praga”, momento em que membros da nobreza tcheca lançaram representantes do rei católico Fernando II pela janela. Tal ato era, na verdade, uma reação contra a severa política dos reis católicos que proibiram os cultos protestantes em diversas partes do Sacro Império Germânico. Em tal período, a dinastia dos Habsburgos procurava unificar os vários territórios germânicos sob força de um mesmo reinado.
Utilizando a perseguição religiosa dos Habsburgos como pretexto, vários príncipes da Europa se unificaram em torno de uma força militar e religiosa chamada de Liga Evangélica. Apesar de católica, a França incentivou levantes dos protestantes nas regiões em que os Habsburgos imperavam. Já em 1619, quando a guerra já completava seu primeiro ano, os protestantes cercaram a cidade de Viena, capital da Áustria, e determinaram que a coroa da Boêmia fosse entregue a Frederico V, da União Evangélica.
No ano seguinte, a Liga Sagrada, composta por nobres católicos, foi organizada com o objetivo de recuperar os domínios anteriormente perdidos. Na chamada Batalha da Montanha Branca, os católicos, sob a liderança de João T'Serklaes Von Tilly, venceu e expropriou todos os protestantes localizados nas regiões de língua checa. Tempos depois, o rei germânico Fernando II contou com o apoio da Espanha para transformar a Boemia em domínio dos Habsburgos.
Em 1648, a Paz de Vestfália deu um ponto final a essa extensa guerra. Nesse acordo, os holandeses finalmente tinham sua independência reconhecida pelos espanhóis. Ao mesmo tempo, o poderoso e ameaçador Sacro Império Germânico ficou reduzido apenas a um conjunto de pequenos estados autônomos. Sob o ponto de vista religioso, esse mesmo acordo determinou a liberdade religiosa nos países e territórios assolados pelo conflito.
Por Rainer Sousa
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