Durante o século XIX, o Japão enfrentava um grave problema, o superpovoamento que aconteceu devido ao isolamento que sofreu de 265 anos, característicos do período Edo, mais a “falta” de epidemias e guerras.
Com a era Meiji, foram priorizados projetos de modernização, abertura para o exterior e reforma agrária. Devido a mecanização da agricultura, diversos camponeses ficaram desempregados e foram tentar a vida nas principais cidades, que por sua vez, não conseguiam acomodar a alta concentração de população. Era preciso uma medida para aliviar as tensões sociais e tirar a povo daquela situação miserável na qual se encontravam. O governo nipônico então empregou a política emigratória através de contratos com outros governos, como Peru, México e Estados Unidos. E ainda com a intenção de colonizar os territórios recém-conquistados, passou a incentivar no início do século XX, a emigração para Coréia e Taiwan.
Durante este período, a economia do Brasil estava a todo o vapor junto com as plantações de café, o que faltava por aqui, sobrava por lá: mão-de-obra. O problema é que na época, a intenção da política imigratória brasileira era colonizar o país com a população européia. Em 1892, foi aprovada uma lei que permitia a entrada de imigrantes chineses e japoneses, porém o preconceito era ainda algo muito forte.
O Brasil só foi receber imigrantes japoneses, depois do governo da Itália proibir a emigração subsidiada de italianos, em 1902. Cinco anos mais tarde, um empresário chamado Ryu Mizuno firmou um acordo com o estado de São Paulo para trazer três mil imigrantes japoneses para trabalharem como agricultores.
O primeiro navio nipônico a chegar com imigrantes foi o Kasato Maru, em 1908. A viagem durou 52 dias e trazia 165 famílias.
Para os japoneses não foi nada fácil chegar aqui. Era tudo muito diferente, o idioma, os hábitos, o clima. Tudo isso, fez com que muitos tivessem o sonho de passar apenas alguns anos juntando dinheiro e retornar para o Japão. Porém, a realidade era muito diferente, eles eram submetidos a horas de trabalho e recebiam um salário miserável que mal dava para pagar as dívidas gigantescas que acumulavam com o proprietário. Alguns destes tinham parcerias com fazendeiros locais, conseguindo assim economizar e com muito esforço comprar um pedacinho de terra. A primeira compra de terra por japoneses aconteceu em 1911 no interior de São Paulo.
Porém, a grande imigração nipônica data do período pós Primeira Guerra Mundial, quando os japoneses foram proibidos de entrar nos Estados Unidos, Austrália, Canadá e outros vários países. O Brasil era um dos únicos que os aceitavam. Grande parte se localizava em São Paulo, porém pequenas comunidades também surgiram no Pará.
A entrada de imigrantes foi tanta, que na década de 1930, o Brasil era o país que mais abrigava japoneses fora do Japão. Com o crescimento da comunidade nipônica, o bairro da Liberdade, localizado no centro de São Paulo tornou-se praticamente um bairro japonês, onde estes empregavam seus costumes e abriam lojas típicas.
Com a acensão de vida e os laços familiares, os japoneses já não pensavam em voltar para o seu país. Durante a Segunda Guerra Mundial, os nipônicos sofreram repreensão no país, depois do Brasil declarar guerra ao Japão em 1942. Os bens dos japoneses foram confiscados, eles não podiam viajar, não podiam dirigir veículos e muitos foram presos por suspeita de espionagem.
A imigração japonesa recomeçou em 1950 e só parou dez anos depois. Neste período, os japoneses se mudaram do campo para a cidade, sendo que a cidade que mais os recebeu foi São Paulo. Estima-se que 200 mil japoneses entraram como imigrantes durante este período.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_japonesa_no_Brasil
http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=304&Artigo_ID=4722&IDCategoria=5385&reftype=2
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/imigracao_japonesa.htm