Por Fernando Rebouças |
Era filho do padre Antônio Moreira César de Almeida e de Francisca Correia de Toledo, sua mãe faleceria solteira e era prima da esposa do capitão Bento Moreira César de Almeida, irmão do padre.
Quando jovem, Moreira César esteve envolvido no assassinato do redator-chefe do jornal “Corsário”, Apulcro de Castro, morto por militares no centro do Rio de Janeiro em 1884. Segundo Euclides da Cunha, o fato custou a Moreira César uma transferência forçada ao Mato Grosso.
Em 1891, já ocupava o posto de tenente-coronel, em meados desse ano, Moreira César participou da derrubada do presidente da Bahia, José Gonçalves da Silva. Era comandante no 9° Batalhão de Infantaria de Salvador, antes ocupara o mesmo cargo no 33° Batalhão de Infantaria de Aracaju, no estado de Sergipe.
Entre 24 de novembro a 22 de dezembro de 1891, ocupou o cargo de chefe de polícia da Bahia. No ano seguinte, em abril de 1892, assumiu como comandante do 7° Batalhão de Infantaria.
Ainda no mesmo ano, o seu batalhão embarcou para a cidade de Niterói, situada na província do Rio de Janeiro. Na época, o governador aclamado do Rio de Janeiro era Francisco Portela via sublevação do corpo policial. A Força Pública foi desfeita por Moreira César e o verdadeiro governador, José Tomás de Porciúncula, reconduzido ao governo.
Durante o governo republicano , houve a revolta da armada, quando unidades da Marinha brasileira de armou contra o presidente. Foi iniciada em setembro de 1893, no Rio de Janeiro se estendendo à Região Sul, a revolta perdurou até março de 1894.
Moreira César foi responsável por planejar um cerco a Ilha de Villegaignon, na retomada da Ilha do Governador e na vigilância do porto do Rio de Janeiro. As ocupações foram realizadas pelos homens do 7° Batalhão de Infantaria. Logo, em 1894, Moreira César passaria o comando do batalhão ao capitão Augusto Frederico Caldwell do Couto.
O trabalho de Moreira César foi reconhecido por Floriano Peixoto, então vice-presidente da república. Na Revolução Federalista, ocorrida no Rio Grande do Sul , os anos de 1893 e 1895, O Marechal Floriano Peixoto enviou a Santa Catarina o coronel Moreira César. Moreira César desembarcou em Desterro, atual cidade de Florianópolis, com cerca de quinhentos e dois Batalhões de Infantaria.
Moreira César reprimiu os rebeldes federalistas, entre militares e civis que mantinham a guerra civil na região, principalmente os cruéis guerrilheiros de Gumercindo Saraiva.
Depois de duas derrotas na Campanha de Canudos, o então vice-presidente da república, Manuel Vitorino, enviou Moreira César para chefiar a terceira expedição em 1897. O efetivo de Moreira César era composto por mil e trezentos homens, armados com seis canhões, munições e a participação de médicos, engenheiros militares e ambulâncias. Moreira César, após estudar algumas estratégias de ataques, resolveu atacar o arraial de Canudos imediatamente, em cinco horas de combate com os defensores de Canudos, Moreira César foi ferido no ventre mortalmente, falecendo doze horas depois.
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