O emprego extensivo de mão de obra escrava: uma das consequências trazidas com a mineração.
Quando falamos sobre economia mineradora para os alunos, poucos têm a curiosidade de investigar ou estabelecer os limites do desenvolvimento desta atividade econômica em terras brasileiras. Logo de cara, muitos alunos associam a extração aurífera à obtenção de uma vasta riqueza. Como se obtenção de ouro fosse a única questão relevante ao considerarmos o assunto!
Para tentarmos dissipar a força desse pensamento simplista, oferecemos ao professor uma consideração sobre o assunto que dialoga de modo muito interessante com as impressões inicias da turma. Em artigo publicado em novembro de 2008, a Revista de História da Biblioteca Nacional fez a seguinte consideração sobre a importância da economia mineradora, no Brasil Colonial:
“Mais do que um recurso natural. Mais do que um artigo de exportação. O que se descobriu em Minas, depois de dois séculos de colonização, foi uma fortuna em estado puro. Ao contrário do que ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste, o metal extraído dos leitos dos rios mineiros não dependia da demanda internacional e suas oscilações de cotação; já vinha em forma de dinheiro, pronto para ser posto em circulação ali mesmo. O ouro em pó transformou-se imediatamente na principal moeda das Minas Gerais naquele final do século XVII. E era tãoabundante que, embora quase sempre tivesse Portugal como destino, causou enorme impactoeconômico e social também deste lado do Atlântico.”
(REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL, nov/2008.)
Realizando a leitura do trecho com a turma, o professor pode levantar questões diversas sobre o impacto da mineração no Brasil. Primeiramente, é relevante questionar por qual razão o ouro brasileiro deve ser visto como “mais do que um artigo de exportação”. Ao fazer essa afirmativa, o texto sugere que a mineração do tempo colonial não foi somente responsável por enriquecer os cofres portugueses.
Seguindo a linha de raciocínio apresentada, o texto chega a concordar que a descoberta do ouro teve impacto econômico imediato. Afinal de contas, o metal precioso era empregado como moeda e não estava sujeito a longos processos de fabricação ou a existência de mercado. Enquanto produto, o ouro em si já era particularmente capaz de proporcionar a execução de outras ações de natureza econômica.
Apesar da brevidade do parágrafo, vemos ainda que esse texto abre caminho para que o aluno busque novas informações sobre a dimensão que a economia mineradora teve no Brasil Colonial. Ao dizer que o ouro “causou enorme impacto econômico e social também deste lado do Atlântico”, o texto permite que o professor conduza uma pesquisa junto à turma sobre esses tais impactos.
Como sugestão, recomendamos que o professor exponha aos alunos alguns diferentes aspectos desse impacto, como a interiorização, a criação de novos núcleos urbanos, a formação de classes médias heterogêneas ou o enrijecimento da fiscalização lusitana. Superado esse repasse de informação, peça para que os alunos revisem o conteúdo aprendido produzindo charges ou quadrinhos sobre os aspectos trabalhados. É uma forma criativa e divertida de se fixar o tema abordado.
Fonte: Brasil Escola