Não é uma data específica e sim uma das invenções mais importantes da humanidade: a escrita. "A história tem como principal objeto de estudo as sociedades que possuem ou possuíram a escrita, enquanto os pré-historiadores se dedicam a obter informações sobre os grupos humanos que não sabiam escrever", afirma a arqueóloga Marisa Afonso, da USP. Isso, porém, não estabelece uma divisão rígida e universal, pois a escrita começou a ser usada em diferentes momentos por diferentes povos, em diferentes regiões do planeta. No Egito, por exemplo, a história teria começado há 5000 anos; na Grécia, há 3000 anos. Já no continente americano, a definição do fim da pré-história tem como referência a chegada dos colonizadores europeus. Assim, fica claro que esse é apenas um marco simbólico, nascido no século XIX, para facilitar os estudos.
No livro Pré-História do Brasil, os historiadores e também arqueólogos Pedro Paulo Funari e Francisco da Silva Noelli acrescentam: "A pré-história trata dos últimos 100 a 200 mil anos, período em que existe a espécie humana, o Homo sapiens sapiens, e também dos milhões de anos anteriores em que existiram os hominídeos, espécies que antecederam a nossa. Isso equivale a 99,9% do passado, portanto. Apenas 0,1% do tempo da existência do homem e dos seus ancestr
ais na cadeia evolucionária corresponde ao período em que existe aescrita."
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