Onze estátuas, classificadas como "arte degenerada" pelos nazistas que proibiram sua exposição, foram descobertas sob os escombros de um prédio em Berlim, capital da Alemanha que foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial.
As estátuas em bronze e terracota, datando do início do século XX e confiscadas pelos nazistas no fim dos anos 1930, serão expostas no museu arqueológico da capital a partir desta terça-feira, após terem passado cerca de 70 anos soterradas, anunciaram os diretores dos museus berlinenses.
Oito das esculturas, de pequeno porte e em sua maioria danificadas, foram identificadas como obras de Otto Baum, Otto Freundlich, Karl Knappe, Marg Moll, Emy Roede, Edwin Scharff, Gustav Heinrich Wolff e Naum Slutzky.
Freundlich e Slutzky eram artistas judeus. O primeiro morreu em um campo de concentração e o segundo, durante o exílio na Inglaterra.
A maioria das estátuas, que foram confiscadas de museus alemães, esteve em uma grande exposição intitulada "arte degenerada". Elas foram apresentadas pelos nazistas em várias cidades alemães em 1937 e 1938 como exemplos "da arte decadente judia e bolchevique".
Três esculturas ainda não foram identificadas, acrescentou Hermann Parzinger, diretor do Instituto de Cultura Prussiana.
O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, disse estar encantado com a descoberta feita há algumas semanas perto da prefeitura, em uma escavação para uma futura linha de metrô.
Questionado sobre quem ficará com os direitos de propriedade das obras, Wowereit preferiu não responder.
"Nós devemos simplesmente ficar felizes por termos encontrado esses objetos. A questão da propriedade é pouco importante", declarou ao longo de uma coletiva de imprensa. Segundo especialistas, as obras podem eventualmente voltar aos museus de origem, onde foram confiscadas.
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