Segundo Xenófanes os deuses não têm e não podem ter semelhança humana
O pano de fundo da filosofia de Xenófanes de Colofão é a crítica à concepção dos deuses fixada de modo paradigmático por Homero e Hesíodo, própria da religião tradicional e do homem grego em geral. O antropomorfismo (forma de homem) da religião grega é um erro e um absurdo que a crítica do filósofo quer superar. Não tem sentido crer que os deuses e o divino em geral têm aspecto, forma, sentimentos, tendências totalmente iguais aos dos homens, por mais nobres que sejam.
“Os etíopes dizem que os deuses são negros e têm nariz achatado, os trácios dizem, ao invés, que têm olhos azuis e cabelos ruivos”.
“Sempre no mesmo lugar permanece sem mover-se absolutamente, mas se lhe atribui o deslocamento, ora para um lugar, ora para outro”.
DEUS É O COSMO. “O universo é uno, deus, sumo entre os deuses e os homens, nem por figura nem por pensamento semelhante aos homens”.
“Todo inteiro vê, todo inteiro pensa, todo inteiro ouve”.
A física de Xenófanes é semelhante a dos jônicos em relação ao princípio de tudo. Em alguns fragmentos ele admite ser a terra, em outros, a terra e a água a origem e o fim de todas as coisas.
A importância de Xenófanes se deve ao fato de inaugurar um modo de pensar a unidade como totalidade, do movimento como ilusão e da separação entre o percebido e o refletido. Suas ideias terão acabamento na escola eleática, cujo maior expoente foi o famoso Parmênides.
Por João Francisco P. Cabral
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