SÍMBOLO DO ANARQUISMO
Anarquismo é uma palavra que deriva da raiz grega — an (não, sem) e archê (governador) — e que designa um termo amplo que abrange desde teorias políticas a movimentos sociais que advogam a abolição do Estado enquanto autoridade imposta e detentora do monopólio do uso da força. Exemplificando, Anarquismo é a teoria liberária baseada na ausência do Estado. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita, defendendo tipos de organizações horizontais e libertárias.
Para os anarquistas, Anarquia significa ausência de coerção, e não ausência de ordem. Uma das visões do senso comum sobre o tema é na verdade o que se considera "anomia", ou seja, ausência de leis. O anarquismo não se relaciona com a prática da anomia (ver adiante). Os anarquistas rejeitam esta denominação, e o anarquismo enquanto teoria política nada tem a ver com o caos ou a bagunça.
As diferentes vertentes do anarquismo têm compreensões diferentes quanto aos meios para a abolição dos governos e quanto à forma de organização social que disso resultaria.
Antiautoritarismo
Repulsa total a qualquer tipo de hierarquia imposta ou domínio de umas pessoas sobre as outras, defendendo uma organização social baseada na igualdade e no valor supremo da liberdade. Tem como principais, mas não únicos, objetivos a supressão do Estado, a acumulação de riqueza própria do capitalismo (exceto os Anarco-capitalistas) e as hierarquias religiosas. O anarquismo difere do Marxismo por rejeitar o uso instrumental do Estado burguês para alcançar seus objetivos.
Humanismo
Nos meios anarquistas, de forma geral, rejeita-se a hipótese de que o governo, ou o Estado, sejam necessários ou mesmo inevitáveis para a sociedade humana. Os grupos humanos seriam naturalmente capazes de se auto-organizarem de forma igualitária e não-hierárquica. A presença de hierarquias baseadas na força, ao invés de contribuírem para a organização social, antes a corrompem, por inibirem essa capacidade inata de auto-organização e por dar origem à desigualdade.
Ação direta
Os anarquistas afirmam que não se deve delegar a solução de problemas a terceiros, mas antes, atuar diretamente contra o problema em questão, ou, de forma mais resumida, "A luta não se delega aos heróis". Sendo assim, rejeitam meios indiretos de resolução de problemas sociais, como a mediação por políticos e/ou pelo Estado, em favor de meios mais diretos como o mutirão, a assembléia (ação direta que não envolve conflito), a greve, o boicote, a desobediência civil (ação direta que envolve conflito), e em situações críticas a sabotagem e outros meios destrutivos (ação direta violenta).
Apoio mútuo
Os anarquistas acreditam que todas as sociedades, quer sejam humanas ou animais, existem graças à vantagem que o princípio da solidariedade garante a cada indivíduo que as compõem. Este conceito foi exaustivamente exposto por Piotr Kropotkin, em sua famosa obra "O Apoio Mútuo". Da mesma forma, acreditam que a solidariedade é a principal defesa dos indivíduos contra o poder coercivo do Estado e do Capital.
A questão da violência
Poucos anarquistas defendem a violência contra indivíduos. Durante o fim do século XIX e início do século XX, o anarquismo era conhecido como uma ideologia que pregava os assassinatos e explosões, devido a ação de pessoas como o russo Nechaiev, o francês Ravachol e à influência dos meios de comunicação social da época. A maioria dos anarquistas acredita que a violência contra indivíduos é inútil, já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que a mantêm. Entretanto, os anarquistas acreditam ser inevitável o recurso à violência como legítima defesa contra a violência do Estado ou de instituições coercivas. Anarquistas como Errico Malatesta publicaram célebres debates e publicações, condenando o individualismo-terrorista de alguns anarquistas.
Existiram, no entanto, outros anarquistas, como Leon Tolstoi, que acreditavam que o caminho da anarquia era a não-violência.
Anomia
A idéia popular de anarquismo como absoluto caos e desordem, que os estudiosos chamam de anomia (ausência de normas) é rejeitada por todos os anarquistas tradicionais citados acima. Os anarquistas concebem os governos como as atuais fontes de desordens defendendo, portanto, que a sociedade estaria melhor ordenada sem a sua existência.
Esta convenção tem fortes conotações e historicamente tem sido usada como uma deficiência por grupos políticos contra seus oponentes, mais notavelmente os monarquistas contra os republicanos nos últimos séculos. Entretanto, a anomia tem sido abraçada por movimentos de contracultura.
Socialismo libertário
Os anarquistas socialistas libertários acreditam que a função de qualquer governo é a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Acreditam que, no sistema capitalista, o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos a propriedade sobre os meios de subsistência de todos.
Esta teoria clama por um sistema socialista, onde a posse dos meios de produção seja garantida a todos os que trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de nenhuma autoridade e/ou governo, uma vez que não seria necessário impor privilégios de uma classe sobre outra. A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e dividindo-se livremente (ou seja, com entrada e saída livre) em cooperativas e estas, em federações.
A origem da tradição socialista libertária está entre nos séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) tenha sido William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação sem participação do Estado, observando que esta tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era retirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a defender claramente uma visão mais socialista, foi Joseph Proudhon, seguido por Bakunin, que levou e elaborou as idéias daquele à primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, Kropotkin desenvolve a vertente comunista do anarquismo, a qual chegou a ser muito popular na primeira metade do século XX.
Histórico dos movimentos anarquistas
O anarquismo desempenhou papéis significativos nos grandes conflitos da primeira metade do século XX. Durante a Revolução Russa de 1917, Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam derrotadas pelos Estado bolchevique de Lênin.
Quinze anos depois, anarquistas organizados em torno de uma confederação anarco-sindicalista impedem que um golpe militar fascista seja bem sucedido na Catalunha (Espanha), e são os primeiros a organizar milícias para impedir o avanço destes na consequente Guerra Civil Espanhola. Durante o curso dessa guerra civil, os anarquistas controlaram um grande território que compreendia a Catalunha e Aragão, onde se incluía a região mais industrializada de Espanha, sendo que a maior parte da economia passou a ser autogestionada (autogerida).
Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento anarquista deixou de ser um movimento de massas, e perdeu a influência que tinha no movimento operário dos vários países europeus. Entretanto, continuaria a influenciar revoltas populares que se seguiram na segunda metade do século XX, como o Maio de 68 na França, o movimento anti-Poll Tax no Reino Unido e os protestos contra a reunião da OMC em Seattle, nos Estados Unidos.
Anarquismo no Brasil
Talvez uma das primeiras experiências anarquistas do mundo, antes mesmo de ter sido criado o termo, tenha ocorrido nas margens da Baía de Babitonga, perto da cidade histórica de São Francisco do Sul. Em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure, inspirado na teorias de Fourier, instala o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí, reunindo os colonos vindos de França no Rio de Janeiro em 1841. Houve dissidências e um grupo dissidente, à frente do qual estava Michel Derrion, constituiu outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital.
Mure conseguiu apoio do Coronel Oliveira Camacho e do presidente da Província de Santa Catarina, Antero Ferreira de Brito. Este apoio foi-lhe fundamental para posteriormente conseguir a ajuda financeira do Governo Imperial do Brasil para seu projeto.
O anarquismo no Brasil ganhou força com a grande imigração de trabalhadores europeus entre fins do século XIX e início do século XX. Em 1889 Giovani Rossi tentou fundar em Palmeira, no interior do Paraná, uma comunidade baseada no trabalho, na vida e na negação do reconhecimento civil e religioso do matrimônio, (o que não significa, necessariamente, "amor livre"), denominada Colônia Cecília. A experiência teve curta duração.
No início do século XX, o anarquismo e o anarco-sindicalismo eram tendências majoritárias entre o operariado, culminando com as grandes greves de 1917, em São Paulo, e 1918-1919, no Rio de Janeiro. Durante o mesmo período, escolas modernas foram abertas em várias cidades brasileiras, muitas delas a partir da iniciativa de agremiações operárias de inclinação anarquista.
Alguns acreditam que a decadência do movimento anarquista se deveu ao fortalecimento das correntes do socialismo autoritário, ou estatal, i.e., marxista-leninista, com a criação do Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1922 parcicipada inclusivamente, por ex-integrantes do movimento anarquista que, influenciados pelo sucesso da revolução Russa, decidem fundar um partido segundo os moldes do partido bolchevique russo.
Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, foi contestada pelos recentes estudos de Alexandre Samis, que indicam que a influência anarquista no movimento operário cresceu mais durante este período do que no já fundado (PCB) e só a repressão do governo de Artur Bernardes, viria diminuir a influência das idéias anarquistas no seio do movimento grevista.
Provavelmente devido aos problemas de comunicação resultantes da tecnologia da época, os anarquistas só terão compreendido a revolução russa de forma mais clara, a partir das notícias de célebres anarquistas, como a estadunidense Emma Goldman, que denunciara as atrocidades cometidas na Rússia em nome da ditadura do proletariado. Seria a partir deste momento histórico que se definiria a posição tática do anarquismo perante os socialistas autoritários no Brasil, separando a confusão ideológica que reinava em torno da revolução russa, identificada pelos anarquistas inicialmente como uma revolução libertária. Esta ideia seria depois desmistificada pelos anarquistas, que acreditam no socialismo sem ditadura, defendendo a liberdade e a abolição do Estado.
Anarquismo em Portugal
No final do século XIX dá-se o desenvolvimento de grupos anarquistas, que contribuíram para o derrube da monarquia em 1910. Com a Primeira República dá-se uma grande expansão e é fundada em 1919 a Confederação Geral dos Trabalhadores, de tendência sindicalista revolucionária e anarco-sindicalista.
Consequentemente, com a instauração da Ditadura Militar em 1926, e com a ditadura de Salazar que se lhe seguiu, proíbe-se a actividade dos grupos anarquistas. Em 1933 a censura prévia é legalmente instituída. Os vários jornais anarquistas, incluindo "A batalha", passam a ser clandestinos e a ser alvos de perseguições. Em 1938 dá-se o atentado de assassinato a Salazar.
Com o 25 de Abril de 1974 há um novo ressurgimento do movimento libertário, embora com uma expressão reduzida.
ORIGEM
O anarquismo é um termo amplo que abrange desde teorias políticas a movimentos sociais que advogam a abolição do Estado como autoridade imposta e detentora do monopólio do uso da força. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de hierarquia, defendendo uma forma de organização horizontal e libertária. A palavra anarquismo deriva da raiz grega an (não, sem) e archos (governador).
A própria definição adotada pela maioria dos dicionários, mostra a deturpação etimológica que a palavra anarquismo sofreu durante o tempo.
Uma das visões do senso comum sobre o tema é na verdade o que se considera "anomia", ou seja, ausência de leis. O anarquismonão se relaciona com a prática da anomia. Os anarquistas rejeitam esta denominação, e o anarquismo enquanto teoria política nada tem a ver com o caos ou a bagunça.
Grupos distintos têm compreensões diferentes quanto à abolição do governo e também à manutenção dessa ordem: socialistas libertários reconhecem o modo de produção socialista, como a coletivização dos bens, bem como a organização social feita horizontalmente (diferenciando-se assim dos socialismos científico, utópico e real); anarquistas invidualistas não teorizam sobre a coletividade, acreditam que o anarquismo só é e será possível com a conscientização e transformação individual e pessoal.
Socialismo libertário
Os anarquistas socialistas libertários acreditam que a função de qualquer governo é a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Eles acreditam que, no sistema capitalista, o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos a propriedade sobre os meios de subsistência de todos.
Esta teoria clama por um sistema socialista, onde a posse dos meios de produção seja garantida a todos os que trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de nenhuma autoridade e/ou governo, visto que não haveria necessidade de impôr privilégios de uma classe sobre outra. A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e dividindo-se livremente (ou seja, com entrada e saída livre) em cooperativas e estas, em federações.
A origem da tradição socialista libertária está nos séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) foi William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação sem a mão do Estado, observando que esta tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era tirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a defender claramente uma visão mais socialista, foi Joseph Proudhon, seguido por Bakunin que levou e elaborou as idéias de Proudhon à primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, Kropotkin desenvolve a vertente comunista do anarquismo, enquanto Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo em plena revolução russa na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam massacradas pelos revolucionários leninistas e trotskistas. (ver Godwin, Proudhon, Bakunin, Kropotkin, Makhno, etc).
Poucos anarquistas defendem a violência contra indivíduos. Durante o fim do século XIX e início do século XX, o anarquismo era conhecido como uma ideologia que pregava os assassinatos e explosões, devido a ação de pessoas como o russo Nechaiev, o francês Ravachol e à influência dos meios de comunicação da época. A maioria dos anarquistas acretitam que a violência contra indivíduos é inútil, já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que a mantém. Entretanto, os anarquistas acreditam ser inevitável o recurso à violência como legítima defesa à violência do Estado ou de instituições coercivas. Anarquistas como Errico Malatesta publicaram célebres debates e publicações, condenando o individualismo-terrorista de alguns anarquistas.
Existiram, no entanto, outros anarquistas, como Leon Tolstoi, que acreditavam que o caminho da anarquia era a não-violência. Tolstoi, inclusive, manteve contato com Gandhi.
Anomia
A idéia popular de anarquismo como absoluto caos e desordem, que os estudiosos chamam de anomia (ausência de normas) é rejeitada por todos anarquistas tradicionais citados acima. Os anarquistas concebem os governos como as atuais fontes de desordens defendendo, portanto, que a sociedade estaria melhor ordenada sem eles.
Esta convenção tem fortes conotações e historicamente tem sido usadas como uma deficiência por grupos políticos contra seus oponentes, mais notavelmente os monarquistas contra os republicanos nos últimos séculos. Entretanto, a anomia tem sido abraçada por movimentos de contracultura.
Histórico dos movimentos anarquistas
Anarquismo no Brasil
Talvez uma das primeiras experiências anarquistas do mundo, antes mesmo de ter sido criado o termo, tenha ocorrido às margens da Baía de Babitonga, próximo à cidade histórica de São Francisco do Sul. Em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure, inspirado na teorias de Fourier, instala o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí, com os colonos chegados da França ao Rio de Janeiro em 1841. Houve dissidências e um grupo dissidente, à frente do qual estava Michel Derrion, constituiu outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital. Mure conseguiu apoio do Coronel Oliveira Camacho e do presidente da Província de Santa Catarina, Antero Ferreira de Brito. Este apoio foi-lhe fundamental para posteriormente conseguir a ajuda financeira do Governo Imperial do Brasil para seu projeto.
O anarquismo no Brasil ganhou força com a grande imigração de trabalhadores europeus entre fins do século XIX e início do XX. Em 1889 Giovani Rossi tentou fundar em Palmeira, no interior do Paraná, uma comunidade baseada no trabalho, na vida e no amor livre, a Colônia Cecília. A experiência teve curta duração.
No início do século XX, o anarquismo e o anarcossindicalismo eram tendências majoritárias entre o operariado, culminando com as grandes greves de 1917, em São Paulo, e 1918-1919, no Rio de Janeiro. Alguns acreditam que a decadência do movimento anarquista se deveu ao fortalecimento das correntes do socialismo autoritário, ou estatal, i.e., marxista-leninista, com a criação do Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1922 feita, inclusive, por ex-integrantes do movimento anarquista que influenciados pelo sucesso da revolução Russa, decidem fundar um partido, aos moldes do partido bolchevique russo. Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, foi contestada pelos recentes estudos do historiador Alexandre Samis, que afirma que a influência anarquista no movimento operário cresceu mais durante este período do que o já fundado (PCB) e só a repressão do governo Artur Bernardes, viria diminuir a influência das idéias anarquistas no seio do movimento grevista. Interessante afirmar que, devido aos problemas de comunicação resultantes da tecnologia da época, os anarquistas só foram compreender a revolução russa de uma maneira ideológica mais clara, a partir das notícias de célebres anarquistas, como a estadunidense Emma Goldman, que denunciara as atrocidades cometidas na Rússia em nome da ditadura do proletariado. Foi a partir deste momento histórico que se definiu a posição tática doanarquismo perante os socialistas autoritários no Brasil, separando a confusão ideológica que reinava em torno da revolução russa. Identificada pelos anarquistas inicialmente como uma revolução libertária (devido aos problemas de comunicação da época), fora desmistificada pelos anarquistas, que acreditam no socialismo sem ditadura, defendendo a abolição do Estado e a liberdade.
Anarquismo na Espanha
Guerra Civil Espanhola - Durante a Guerra Civil Espanhola, as forças anti-fascistas eram formadas por várias facções, incluindo Comunistas e anarquistas. Grupos anarquistas controlaram o território e autogestionaram as fábricas por um tempo durante a guerra. Lutas foram travadas entre comunistas e anarquistas em algumas cidades. Um dos grupos anarquistas desse tempo, a CNT (Confederación Nacional del Tabajo), que é uma central sindical, ainda existe na Espanha e tem um site.
Anarquistas mais conhecidos
Aqui está uma pequena seleção dos mais famosos anarquistas. Para obter mais, veja em várias categorias.
Internacionalmente conhecidos
Mary Wollstonecraft - (1759 - 1797), ativista libertária e precursora do feminismo Louise Michel - (1833 - 1905), professora e militante anarquista Max Stirner (1806 - 1856), anarquista individualista Errico Malatesta(1853 - 1932), anarquista italiano Pierre Joseph Proudhon (1809 - 1865), anarquista mutualista Mikhail Bakunin (1814 - 1876), conhecido anarquista socialista Benjamin Tucker (1854 - 1939), grande defensor do anarquismo individualista Voltairine de Cleyre (1866 - 1912) Rudolph Rocker (1873 - 1958) Noam Chomsky (1928 - ), lingüista, adepto do socialismo libertário .
Anarquistas brasileiros
José Oiticica (1882 - 1957) Maria Lacerda de Moura (1887 - 1945) - Anarquista Feminista Domingos Passos Florentino de Carvalho (1889 - 1947)
Anarquistas portugueses
Neno Vasco (1878 - 1920)
Fonte: pt.wikipedia.org
ANARQUISMO
Anarquismo (literalmente "sem poder")
Movimento político que defende uma organização social baseada em consensos e na cooperação de indivíduos livres e autónomos, mas onde à partida sejam abolidas entre eles todas as formas de poder. A Anarquia seria assim uma sociedade sem poder, dado que os indivíduos de uma dada sociedade, se auto-organizariam de tal forma que garantiriam que todos teriam em todas as circunstâncias a mesma capacidade de decisão. Esta sociedade, objecto de inúmeras configurações, apresenta-se como uma "Utopia" (algo sem tempo ou espaço determinado). É um ideal a atingir.
As origens do anarquismo, entroncam directamente na concepção individualista dos direitos naturais defendida por John Locke. A sociedade para este filósofo inglês era o resultado de um contrato voluntário acordado entre individuos iguais em direito e em deveres. No entanto foi só a partir do final do século XVIII que o anarquismo se veio a estruturar como uma corrente política autónoma, com seguidores em toda a parte do mundo. Entre os seus teóricos contam-se pensadores tão diversos como William Godwin (1773-1836), P.J.Proudhon (1809-1865), Bakunine (1814-1870), Kropotkin (1842-1921) ou o português Silva Mendes.
A intervenção política dos anarquistas, pouco inclinados à constituição de grandes organizações, embora muito dispersa tem historicamente se centrado a sua luta na defesa de seis ideias:
1. Direitos Fundamentais dos Indivíduos. Os anarquistas, como os liberais foram os primeiros retirar das ideias de John Locke profundas implicações politicas. Em primeiro lugar a ideia da primazia do indivíduo face à sociedade. Em segundo, a ideia de que todo o indivíduo é único e possui um conjunto de direitos naturais que não podem ser posto em causa por nenhum tipo de sociedade que exista ou venha a ser criada.
2. Acção Directa. Recusando por princípio o sistema de representação, os anarquistas afirmam o valor da acção directa do indivíduo na realidade social. Este conceito foi interpretado no final do século XIX/princípios do século XX, por alguns anarquistas, como uma forma de actuação política, cometendo assassinatos de figuras políticas que diziam simbolizarem tudo aquilo que reprovavam ( a célebre propaganda por factos).
3. Crítica dos Preconceitos Ideológicos e Morais. Uma das suas facetas mais conhecidas pela sua crítica irreverente à sociedade. Com a sua crítica demolidora dos preconceitos sociais pretendem destruir todas as condicionantes mentais que possam impedir o indivíduo de ser livre e de se assumir como tal.
4. Educação Libertária. Os anarquistas viram na educação um processo de emancipação dos indivíduos, acreditando que por esta via podiam lançar as bases de um nova sociedade.
5. Auto-organização. Embora recusem qualquer forma de poder, a maioria dos anarquistas não recusa a constituição de organizações. Estas devem contudo ser o resultado de uma acção consciente e voluntária dos seus membros, mantendo entre eles uma total igualdade de forma a impedir a formação de relações de poder (dirigentes/dirigidos, representantes/representados, etc). É por esta razão que tendem desconfiar ou combater, as grandes organizações porque nelas a maioria dos indivíduos tendem a ser afastados dos processos de decisão. Os anarquistas estão desde o século XIX ligados à criação de sociedades mutualistas, cooperativas, associações de trabalhadores (sindicatos e confederações, etc), ateneus, colónias e experiências auto-gestionárias. Em todas estas formas de organização procuram em pequena ou grande escala ensaiar a sociedade que preconizam.
6. Sociedade Global. Um dos seus grandes ideais foi sempre a constituição de uma sociedade planetária que permitisse a livre circulação de pessoas ou o fim das guerras entre países. É neste sentido que alguns anarquistas, como P. Kropotkin, viram no desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação um meio que poderia conduzir ao advento da Anarquia.
A defesa destas ideias tem caracterizado o movimento anarquista internacional, ao longo dos seus duzentos anos de existência.
Fonte: afilosofia.no.sapo.pt
ANARQUISMO
A principal idéia que rege o anarquismo é de que o governo formal é totalmente desnecessário, violento e nocivo, tendo em vista que toda a população pode, voluntariamente, se organizar e sobreviver em paz e harmonia (anarquismo político).
A proposta dos anarquistas é contraditória ao sistema capitalista, mas não deve ser confundida com o individualismo, pois está fundamentada na cooperação e aceitação da realidade por parte da comunidade. De acordo com os maiores pensadores anarquistas, o homem é um ser que por natureza é capaz de viver em paz com seus semelhantes, mas órgãos governamentais acabam inibindo esta tendência humana de cooperar com o resto da sociedade. A organização na sociedade anarquista não é descontrolada, ela depende da autodisciplina e cooperação voluntária, está baseada no instinto natural do homem; não é uma decisão hierárquica como acontece nas sociedades convencionais.
De acordo com Bakunin, é impossível criar uma sociedade livre, sem antes acabar com alguns conceitos da sociedade convencional, como a igreja, classes sociais, governos; e a partir da dissolução desses elementos, se teria liberdade para viver como indivíduos livres. "A liberdade é o direito absoluto de todo homem ou mulher maiores de só procurar na própria consciência e na própria razão as sanções para seus atos, de determiná-los apenas por sua própria vontade e de, em conseqüência , serem responsáveis primeiramente perante si mesmos, depois, perante a sociedade da qual fazem parte, com a condição de que consintam livremente dela fazerem parte".
Bakunin escreveu vários textos com teorias anarquistas, entre essas, está a idéia de se dissolver o estado e transformar as cidades e os países em federações, em pequenos núcleos, cada um tendo seus regulamentos, mas todos sendo livres para se unirem com outras federações, desde que adequem seus estatutos em comum acordo para que progressivamente as federações se unam até formar uma federação mundial.
Correntes de pensamento no anarquismo
Existe duas vertentes do pensamento anarquista; , uma é o anarquismo radical, que usa da violência para mostrar sua indignação perante o sistema e para reivindicar seus direitos; A outra é o anarquismo político, que usa debates, encontros e o diálogo como meio de se chegar a uma solução melhor, pensa alternativas de sociedade e desenvolve-se no campo intelectual.
Fonte: www.anarquia.oi.com.br
ANARQUISMO
Conjunto de doutrinas que preconiza a organização de uma sociedade sem nenhuma forma de autoridade imposta. Considera o Estado uma força coercitiva que impede os indivíduos de usufruir liberdade plena. A concepção moderna de anarquismo nasce com as revoluções Industrial e Francesa. Em fins do século XVIII, William Godwin (1756-1836) desenvolve o pensamento anárquico na obra Enquiry Concerning Political Justice.
No século XIX surgem duas correntes principais. A primeira, encabeçada pelo francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), afirma que a sociedade deve estruturar sua produção e seu consumo em pequenas associações baseadas no auxílio mútuo entre as pessoas. Segundo essa teoria, as mudanças sociais são feitas com base na fraternidade e na cooperação. O russo Mikhail Bakúnin (1814-1876) é um dos principais pensadores da outra corrente, também chamada de coletivismo. Defende a utilização de meios mais violentos nos processos de transformação da sociedade e propõe a revolução universal sustentada pelo campesinato. Afirma que as reformas só podem ocorrer depois que o sistema social existente for destruído. Os trabalhadores espanhóis e italianos são bastante influenciados por Bakúnin, mas o movimento anarquista nesses países é esmagado pelo surgimento do fascismo. O russo Peter Kropótkin (1842-1876) é considerado o sucessor de Bakúnin. Sua tese é conhecida como anarco-comunismo e se fundamenta na abolição de todas as formas de governo em favor de uma sociedade comunista regulada pela ajuda mútua e cooperação, em vez de instituições governamentais. Enquanto movimento social, o anarquismo não sobrevive à II Guerra Mundial.
Fonte: geocities.yahoo.com.br
ANARQUISMO
A principal idéia que rege o anarquismo é de que o governo formal é totalmente desnecessário, violento e nocivo, tendo em vista que toda a população pode, voluntariamente, se organizar e sobreviver em paz e harmonia (anarquismo político).
A proposta dos anarquistas é contraditória ao sistema capitalista, mas não deve ser confundida com o individualismo, pois está fundamentada na cooperação e aceitação da realidade por parte da comunidade. De acordo com os maiores pensadores anarquistas, o homem é um ser que por natureza é capaz de viver em paz com seus semelhantes, mas órgãos governamentais acabam inibindo esta tendência humana de cooperar com o resto da sociedade. A organização na sociedade anarquista não é descontrolada, ela depende da autodisciplina e cooperação voluntária, está baseada no instinto natural do homem; não é uma decisão hierárquica como acontece nas sociedades convencionais.
De acordo com Bakunin, é impossível criar uma sociedade livre, sem antes acabar com alguns conceitos da sociedade convencional, como a igreja, classes sociais, governos; e a partir da dissolução desses elementos, se teria liberdade para viver como indivíduos livres. "A liberdade é o direito absoluto de todo homem ou mulher maiores de só procurar na própria consciência e na própria razão as sanções para seus atos, de determiná-los apenas por sua própria vontade e de, em conseqüência , serem responsáveis primeiramente perante si mesmos, depois, perante a sociedade da qual fazem parte, com a condição de que consintam livremente dela fazerem parte".
Bakunin escreveu vários textos com teorias anarquistas, entre essas, está a idéia de se dissolver o estado e transformar as cidades e os países em federações, em pequenos núcleos, cada um tendo seus regulamentos, mas todos sendo livres para se unirem com outras federações, desde que adequem seus estatutos em comum acordo para que progressivamente as federações se unam até formar uma federação mundial.
Correntes de pensamento no anarquismo
Existe duas vertentes do pensamento anarquista; , uma é o anarquismo radical, que usa da violência para mostrar sua indignação perante o sistema e para reivindicar seus direitos; A outra é o anarquismo político, que usa debates, encontros e o diálogo como meio de se chegar a uma solução melhor, pensa alternativas de sociedade e desenvolve-se no campo intelectual.
O anarquismo no mundo
O anarquismo se iniciou na metade do século XIX, na França, através de Proudhon, e se expandiu para a Rússia, Itália e Espanha na Europa, até chegar aqui no Brasil no final do século XIX, através de imigrantes espanhóis, italianos, portugueses, franceses,belgas.
No Brasil
De acordo com Edgar Rodrigues, as primeiras experiências anarquistas foram antes mesmo da chegada dos imigrantes: nos quilombos. Lá, tudo era de todos: terras, produção agrícola e artesanal- cada um retirava o necessário. Depois por volta de 1890, o sul do Brasil teve uma fracassada experiência anarquista, financiada pelo imperador. No fim do século XIX, as aspirações anarquistas no Brasil ganharam vigor. A greve de 1917 foi comandada em sua maioria por anarquistas, a infinidade de jornais libertários da época inclusive atestaram a força e organização dos anarquistas do Brasil.
A primeira iniciativa dos anarquistas brasileiros foi tentar expandir o seu trabalho através do voluntariado. Os primeiros jornais anarquistas e anarco-sindicalistas tentaram se sustentar apenas de contribuições, porém os militantes eram poucos e não possuíam muitos recursos econômicos. Assim, pouco foram os jornais anarquistas que publicaram mais de cinco números; todos pediam exaustivamente contribuições em seus editoriais. 'A terra livre' - o jornal melhor sucedido antes da primeira guerra mundial, só editou setenta e cinco números em cinco anos. O tempo passava e os anarquistas procuravam um suporte financeiro mais eficaz, passaram a vender assinaturas, usaram de recursos outrora considerados corruptos, como rifas e festas. Estas últimas eram freqüentes, e seu êxito dependia muito mais das atrações sociais do que de sua dedicação ideológica.
As teorias e táticas do anarco-sindicalismo infiltraram-se no Brasil através de livros de teóricos sindicalistas residentes na França. Como em todos países onde penetram essas teorias, difundiram-se no Brasil através da imprensa, de panfletos, e das decisões dos congressos operários dominados por anarco-sindicalistas.
"A ação direta era a bandeira do sindicalismo revolucionário". Cada ação direta - greves, boicotes, sabotagens, etc, era considerada um meio dos trabalhadores aprenderem a agir de uma maneira solidária na sua luta por melhores condições de trabalho, contra o seu inimigo comum, os capitalistas. Cada uma dessas ações diretas é uma batalha na qual o proletário conhece as necessidades da revolução por meio de sua própria experiência. Cada uma delas prepara o trabalhador para a ação final: a greve geral que" destruirá o sistema capitalista".
Nestas ações, considera-se a violência como algo aceitável, sendo justamente este o fato que distinguia o anarco-sindicalismo das outras formas de sindicalismo brasileiro. A sabotagem, era considerada especialmente eficaz para o proletariado, se não pudessem entrar em greve, estes, poderiam agredir seus exploradores de outra forma, empregando a filosofia de que para um mau pagamento há um mau trabalho. A destruição de equipamentos tocaria no ponto fraco do sistema, pois as máquinas são mais difíceis de se substituir do que os trabalhadores.(anarquismo radical).
Grupo anarquista de Natal
Em Natal existia o o Grupo Afim (o nome tem haver com o conceito de afinidade de idéias , pois não existis um pré-requisito formulado para se fazer parte do grupo). Era formado em sua maioria por universitários, e era um grupo libertário (sem tendências específicas).
O grupo Afim promovia mesas redondas relacionadas ao anarquismo, levando temas como Tecnologias alternativas ou Cultura libertária x Cultura hegemônica. Lançou um livro cujo título é: Terra Livre, Compilação comemorativa do III encontro de cultura libertária de Natal. Esse livro reúne textos e panfletos anarquistas que circularam aqui.
Existe uma carência de informações relacionada ao anarquismo e sua atuação aqui em Natal, devido à nunca ter sido feito um levantamento mais preciso, visando o lado histórico; mas nos anos 80 já existia o movimento anarco-punk, e é o mais ativo até hoje.
Christiania- um exemplo de sociedade anarquista
Christiania
Christiania surgiu da idéia de fundar uma comunidade alternativa, que tivesse suas própias leis, baseadas na liberdade do indivíduo e no trabalho coletivo. Até os usuários de drogas tem um tratamente diferenciado, que vai da oferta de ajuda à expulsão da comunidade, caso o viciado não se cure. Drogas pesadas como cocaína e heroína são proibidas por lá, mas drogas leves como o hashishe são fáceis de encontrar. o sistema adotado é o da auto-gestão, em que toda a comunidade participa das decisões.
Com esses dados, pode-se ver que o anarquismo mesmo com ideais utópicos, está presente e promove mudanças.
Fonte: www.contrac.hpg.ig.com.br