Dez descobertas que nos mantêm vivos
por Álvaro Silva
Em pouco mais de 200 anos, tratamentos grotescos tornaram-se precisos. Doenças foram controladas, “milagres” passaram a ser descritos em livros científicos e as pessoas pararam de morrer. Em 1790, havia na Terra 1 bilhão de pessoas. Hoje, o número de habitantes do planeta chega a 6,4 billhões.
1798 - Vacina
Até então, evitava-se varíola com um costume turco de colocar secreções das feridas dos doentes sob a pele de pessoas sãs. Adquiria-se a doença de forma leve, ficando imune ao contágio forte. Mas muitos morriam. Em 1798, o inglês Edward Jenner coletou a secreção de vacas (daí o nome “vacina”. Como a varíola bovina não matava ninguém, Napoleão mandou vacinar suas tropas.
1846 - Anestesia
O dentista William Thomas Green Morton já havia utilizado nitrogênio para anestesiar pacientes com inflamações dentárias. Em 1846, ele fez um paciente inalar NO2 antes da operação. O paciente nada sentiu. E, cheio de si, Morton disse que aquela era a mais gloriosa descoberta na história da ciência. A sala onde a demonstração foi feita é hoje patrimônio da humanidade.
1867 - Assepsia
Não havia mais dor, mas cerca de 45% dos operados morriam misteriosamente. Foi Joseph Lister, cirurgião inglês, quem conseguiu explicar e controlar o fenômeno. Baseado nos estudos de Louis Pasteur, Lister percebeu que microorganismos infeccionavam as feridas dos operados. Decidiu usar um desinfetante, o ácido fênico, durante os trabalhos. O número de mortes em cirurgias caiu para 1%.
1895 - Radiografia
O alemão Wilhelm Roentgen descobriu por acaso a estranha radiação que passava por certos materiais e imprimia uma espécie de fotografia. Fez sua esposa meter a mão no meio da radiação e notou que aquele raio que ele chamou de “X” seria útil à medicina.
1901 - Transfusão
Em 1901, quando o austríaco Karl Landsteiner publicou um artigo sobre os tipos sanguíneos, era proibido tentar fazer transfusões de sangue. Seu estudo foi um grande avanço, mas não conseguira identificar o tipo AB. A correção foi feita em 1909, por Emil von Dungern e Ludwick Hirsfeld. E, desde então, as transfusões passaram a ser uma prática rotineira.
1908 - Água Tratada
Em 1900, 25 mil pessoas morreram de febre tifóide nos Estados Unidos. Anos depois, esse número cairia para menos de 100 por causa do uso de cloro para purificar a água. A cloração começou a ser usada em Jersey City, e chegou ao Brasil na década de 1926. Eliminando doenças intestinais infecciosas, ela aumentou a expectativa de vida em mais de 50%.
1928 - Penicilina
Ao sair de férias, o médico inglês Alexander Fleming esqueceu amostras de estafilococos em seu laboratório. Quando voltou, as bactérias estavam cobertas de fungos. Um deles, do gênero Penicilium, produzira um halo branco: era a substância bactericida que seria a mãe dos antibióticos.
1958 - Transplante
Foi o francês Jean Baptiste Dausset quem explicou o problema da rejeição de órgãos transferidos de uma pessoa para outra. Ele percebeu que os glóbulos brancos dos pacientes – e não os vermelhos, como se acreditava – eram os responsáveis pela rejeição. Seus estudos lhe renderam o prêmio Nobel e deflagraram, em dez anos, uma onda de transplantes de órgãos, entre eles, o coração.
1978 - Bebês in Vitro
A realidade estava cada vez mais próxima da ficção científica. Em Oldham, Inglaterra, nasceu o primeiro bebê de proveta – a pequena Louise Brown. Louise cresceu normalmente. Aos 18 anos, formou-se professora e foi trabalhar em creches. Para gerar a menina, a fertilização in vitro foi estudada por 16 anos pelos médicos Robert Edwards e Patrick Steptoe. Na época, 15% dos casais não conseguiam ter filhos.
2004 - Célula-tronco
Uma das maiores descobertas médicas ocorreu no ano passado: o uso de células embrionárias, extraídas do cordão umbilical ou da medula para reconstituir tecidos. No Brasil, dezenas de cardíacos foram tratados com as células-tronco. Para religiosos radicais, porém, a possível cura de males como a tetraplegia atentam contra a vida porque utilizam embriões humanos.
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