Quando a civilização tem por base a mentira Oxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx |
Não existe diferença entre os homens, a não ser ética. Entre os chamados civilizados, o caráter pode ser íntegro ou não, dependendo do homem, se só ou dentro da sua família e comunidade. Na política, tal caráter vai depender – e muito, de terceiros, no qual o próprio ambiente, inflado pela vaidade e ambição, acabará por moldar outro caráter, transformando a pessoa, mesma plena de boas intenções, em um camaleão, que com uma cara se proclama defensora dos direitos de todos, e com a outra cara buscará apenas ambiciosos benefícios próprios.
Foram esses, de caráter dúbio, que dizimaram nossos índios, em busca das riquezas que abundavam em solo brasileiro, e foram esses que dizimaram os índios norte-americanos, para ficar com suas terras. E tantos os nossos índios, como os dos EUA, privados da sua vida livre e sem mentiras nas florestas e planícies, foram jogados pelo branco em reservas, como se ainda, com isso, fizessem um grande bem a eles. Como também homens mais estúpidos que religiosos, foram até os índios para os tornar pecadores, para depois enfiar-lhes goela abaixo suas religiões. E nenhum desses se preocupou em defender o direito dos índios...
Como Sepé Tiaraju, o guerreiro tupi, outros índios se levantaram contra o homem branco, mas predominou a força do civilizado contra o selvagem. Mas para demonstrar seu espírito cristão e honrado, o branco, após vencer o índio, fez-lhe muitas promessas. Todas falsas, como comprovou o bravo Gerônimo, ao acreditar na lingua política e mentirosa.
O grande chefe apache, nascido em 1829, foi um dos mais célebres líderes dos apaches. Seu nome indígena era Gokhlayeh, e em 1858, após sua família ter sido chacinada por tropas mexicanas, ele passou a ser conhecido como o grande chefe Gerônimo e em busca de vingança, aterrorizou todo o sudoeste americano. Gerônimo tinha apenas 29 anos de idade, quando se rebelou contra a violência e o jugo do homem branco.
Caçado sem trégas pelo Exército americano e também perseguido no México, mesmo assim Gerônimo liderou seus homens na luta contra os cara-pálidas por 28 anos, até se render em 1886, acreditando em palavras do homem branco. Gerônimo tinha 57 anos de idade quando depôs as armas. Ele foi exilado na Flórida, sem que visse o cumprimento das palavras dos seus inimigos. O grande chefe dos apaches, privado da liberdade das planícies e do direito de se defender, morreu desgostoso em Fort Sill, Oklahoma, em 1909, aos 80 anos de idade. Gerônimo tinha bravura e um caráter íntegro. O motivo de sua derrota foi não ter aprendido a mentir como o homem civilizado...