As primeiras cidades surgiram há cerca de 5000 anos e foram construídas, maioritariamente, próximas de grandes afluxos de água, como mares ou rios, uma vez que estes proporcionavam terras férteis e irrigação, garantindo, assim, a produção necessária de alimentos para abastecê-las. É o caso de Tebas, no vale do Nilo, Mohenjo-Daro, no vale do Indo, e de Pequim, no vale do rio Amarelo.
As cidades primogénitas eram, em comparação com as da atualidade, de pequenas dimensões. No entanto, com o passar dos tempos, tornaram-se cada vez maiores, como é o caso de Atenas, a mais importante cidade-Estado da Grécia Antiga, que chegou aos 250 mil habitantes, ou Roma, que chegou a um milhão. Estas cidades tornaram-se as duas mais importantes da Antiguidade, apresentando uma organização do espaço cívico bastante perspicaz.
A Grécia é um país que apresenta um relevo acentuado. Este fato teve grandes impactos na organização política do país.
De fato, o relevo conduziu o país, na época clássica, à autarcia – cada cidade tem o seu próprio governo, a sua própria lei e o seu próprio culto religioso. Assim, a Grécia não era vista como um país, mas como um conjunto de cidades independentes umas das outras, denominadas polis (cidade-Estado). De entre as várias polis, Atenas, a atual capital da Grécia, teve um lugar de destaque, sendo uma das primeiras cidades a instituir a democracia, acabando por se tornar modelo para as outras cidades-Estado.
O espaço cívico – espaço urbano vivido pelo cidadão – das polis gregas estabelecia-se, frequentemente, em torno da acrópole – área mais alta da cidade (akros = alto; polis = cidade). Na acrópole encontrava-se o centro religioso e político da cidade, ou seja, os templos e os palácios. Era nesta zona que se concentrava aquilo que era considerado o mais importante das cidades, como forma de protecção. A parte mais baixa da cidade, a ágora, era a praça pública, onde se encontrava o comércio, o ensino e o espaço de convívio. Com a instituição da democracia, a ágora torna-se também o espaço político por excelência, onde funcionava a Eclésia (Assembleia dos cidadãos).
A atual Itália não era, na Antiguidade, como a Grécia, um conjunto de cidades-Estado, mas sim dominada por uma única cidade:Roma.
Esta cidade conquistou um dos maiores impérios da História, que ia desde a Península Ibérica à atual Turquia.
De fato, “o espaço de Roma era a cidade e o Mundo”, já dizia o poeta romano Ovídio, no século I d. C. De forma a gerir este vasto império, contrariamente a Atenas, centralizaram-se todos os poderes numa única pessoa, institucionalizando, assim, um Estado Imperial.
A organização do espaço urbano da civilização romana caracterizou-se pelo pragmatismo: filosofia ou corrente de pensamento que valoriza o senso comum, ou juízo prático e objetivo, como orientação de vida. Assim, a construção dos espaços urbanos tinha como objetivo simbolizar e refletir o poder e a grandeza.
Em Roma, a praça pública não se designava ágora, mas fórum, e era lá que se encontravam os edifícios mais importantes ligados à política e à religião.Na periferia da cidade encontravam-se os espaços de lazer, como as termas, os teatros, os anfiteatros e os estádios, uma vez que se tornava mais fácil o abastecimento de água e outras necessidades.
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O centro urbano era decorado com várias estátuas e outros monumentos decorativos, como arcos do triunfo e colunas.
A nível estrutural as ruas eram construídas paralelamente, com o objetivo de facilitar a circulação, de conseguir uma cidade organizada e de controlar os inimigos em caso de invasão.
No entanto, havia um grande contraste entre o majestático centro e os depauperados bairros populares, também conhecidos como ínsulas (ilhas). Estes bairros apresentavam ruas muito estreitas e sujas e, muitas vezes, eram vítimas de incêndios.
Estas cidades da época clássica cresceram e desenvolveram-se até aos dias de hoje, tornando-se, assim, a base das cidades do século XXI.
Fonte: dhumanitas.com