No fim do século XVIII a França ganhava espaço com sua política revolucionária, ganhando não só terreno, mas aliados políticos. Não que os países aliados assim quisessem, mas não havia como enfrentar uma nação mais forte ou com contingente maior, daí então existiam duas opções lógicas: aliar-se ou se aliar à nação fortemente armada.
Acontece que a expansão francesa fez com que as relações políticas européias fossem abaladas e modificadas. Portugal não entrou em conflito com a França graças a um acordo assinado onde se declarava neutro. Só que, quando a França invadiu a Espanha a posição de neutralidade lusitana logo foi contestada por outro tratado de cooperação militar assinado com os hispânicos. No desenrolar da história a França começou a invadir a Espanha, mas foi barrada pela assinatura de outro tratado de cooperação. Dessa maneira Portugal era pressionado, pela Espanha, a se aliar a França. Ou seja, Portugal era neutro;Espanha cedeu à França, o que fez com que Portugal fosse pressionada pelos hispânicos a se aliar a França. No estilo “amigo de amigo é amigo”. A aliança de Portugal poderia ter acontecido, mas na verdade era a Inglaterra que exercia uma forte influência sobre Portugal. Tal nação precisou então sair de cima do muro.
Como não conseguiu passar como neutro novamente Portugal se aliou a Inglaterra e acabou montando tropas para se preparar para a invasão franco-espanhola. Mas nenhuma invasão aconteceu por alguns meses. Com isso Portugal resolveu enxugar seus gastos e diminuiu seu contingente. A Inglaterra, viu a ação de Portugal e também retirou seus homens. Tudo indicava que Portugal conquistaria sua neutralidade e a paz reinaria novamente. Só que Portugal não imaginava que a demora nas invasões acontecia porque Inglaterra e França estavam negociando com a Espanha. No dia 02 de março de 1801 a França apóia os Espanhóis a invadirem Portugal.
Os espanhóis saíram vitoriosos e diz a lenda que durante a conquista dos territórios lusitanos o ministro Manuel Godoy, solicitou que seus oficiais colhessem finas e suculentas laranjas que seriam enviadas à rainha Maria Luísa, com quem supostamente tinha um romance. Outra vertente afirma que Manuel Godoy havia solicitado galhos com flores e frutas que acompanharam um bilhete onde dizia: “Eu careço de tudo, mas sem nada irei para Lisboa.”
Ah o amor… move montanhas e vence batalhas… até parece.
Ah, só pra constar, no carnaval italiano acontece a guerra das laranjas nas ruas das cidades. Fico imaginando o quanto isso deve doer.