A comunidade gentílica (ou clã), baseada na propriedade coletiva dos meios de produção e na inexistência de classes sociais* e do Estado, apesar de provavelmente ter surgido no Paleolítico Médio, teve um grande impulso a partir do Neolítico, com a revolução agrícola, o pastoreio e a utilização de metais, que melhoraram o desempenho dos instrumentos de trabalho. Foi esse desenvolvimento técnico que exigiu novas relações sociais, fator responsável pela transformação da sociedade primitiva.
A transição, entretanto, fez-se de forma lenta e complexa, pois cada região ou civilização assumiu características particulares. Por causa disso, não é possível formular um único modelo explicativo para todas as civilizações. Tendo em vista esse problema, deixaremos de analisar, de forma genérica, a transição da sociedade sem classes para a sociedade de classes, procurando apreendê-la, quando possível, individualmente, no estudo de cada civilização.
As pesquisas sobre esse período têm avançado muito nas últimas décadas, mas, mesmo assim, os elementos disponíveis são ainda muito frágeis para garantir afirmações mais consensuais e duradouras. A fim de ilustrar esse problema, vejamos algumas questões. A primeira delas diz respeito à revolução urbana o surgimento das cidades no Oriente Médio, dominando os campos e aumentando a divisão social do trabalho. Ao analisar o surgimento das cidades, vários autores acabam por estabelecer uma relação, às vezes mecânica e simplista, entre a sedentarização, a explosão demográfica e a conseqüente urbanização.
Entretanto, nem todos os povos agrícolas do Oriente Médio desenvolveram cidades. Na Mesopotântia, por exemplo, a urbanização foi mais acentuada do que no Egito, e as condições de aproveitamento das cheias dos rios Tigre e Eufrates exigiam um trabalho mais complexo. Apesar disso, nímia houve a unificação das cidades-estados, enquanto no vale do Rio Nilo, onde o controle coletivo da irrigação podia ser feito pelas pequenas comunidades, a unificação e a centralização do poder foi característica constante.
Outra questão é a tentativa de procurar determinar mais precisamente o período histórico em que se deu a transição da sociedade sem classes para a sociedade de classes. Vários autores, no caso da civilização grega, caracterizam os gene grandes grupos de homens e mulheres que descendiam de um antepassado comum, existentes nos primeiros tempos de formação da Grécia como comunidades onde, a princípio, as diferenças de classes não eram muito acentuadas, mas foram aumentando progressivamente. Outros auto-resta classificam os gene como grupos essencialmente aristocráticos, isto é, dominados por uma nobreza de grandes proprietários de terras. Esses autores acreditavam que, apesar de existir a crença num antepassado comum dentro dos gene, as diferenças internas eram bastante acentuadas.
Recebeu o nome de Mesopotâniia (entre nos) a região situada no centro geográfico do Oriente Médio, entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, no atual território do fraque. Constituindo uma passagem natural entre a Ásia e o Mediterrâneo, a Mesopotâmia tem duas regiões geográficas distintas: a Alta Mesopotâmia, bastante montanhosa e com raras pastagens, e a Baixa Mesopotâmia, muito fértil em função do regime dos rios.
A Mesopotâmia foi o núcleo de uma civilização que se difundiu pelas regiões periféricas do Oriente Médio. Foi na Baixa Mesopotâmia que surgiram os primeiros Estados e as primeiras formas de escritas ideográficas.
Fonte: http://www.clickescolar.com.br/passagem-da-sociedade-sem-classes-para-sociede-de-classes.htm