or: Edevânio Francisconi Arceno
AUPEX-UNIASSELVI
Estamos impressionados com os avanços tecnológicos, então indagamos onde o Homem vai parar? Acreditamos que a pergunta razoável seria: Onde o Homem quer parar? Dizemos isso porque cada dia mais limites são superados e quem afirmar categoricamente que a morte é o limite para o Homem, corre o risco mais tarde ser reconhecido como o Idiota que limitou a Humanidade. Entenderemos melhor estas afirmações se voltarmos no tempo para analisar as atitudes e estratégias adotadas pelo Homem diante das adversidades.
A convivência em grupo nasceu da necessidade de proteção, em virtude dos predadores. Através desta relação em sociedade, compreenderam que a união não só poderia deixá-los mais fortes tanto para defender-se como para atacar, tornando-se assim também predadores. Quando o Homem conseguiu impor sua superioridade diante das demais espécies, sentiu necessidade da disputa entre si, para descobrir quem é mais sábio ou forte. Desde então a força e o intelecto vem ditando regras entre a humanidade, no intuito de descobrir quem é o mais poderoso. Com o advento da escrita, todas as estratégias adotadas pelo intelecto e as proezas realizadas através da força, foram sendo registradas, propiciando ao Homem, aquilo que conceituamos progresso.
Este era o Cenário em quase toda a Europa, com exceção de um pequeno país banhado pelo oceano atlântico, que recentemente havia conquistado sua independência e a consolidando com a histórica “Revolução de Avis”, que conduziu ao trono de Portugal D. João I. Este governante conseguiu unir os interesses dos Burgueses e a maioria dos nobres, com total apoio do povo. Isto fez de Portugal, o primeiro Estado nacional da Europa, dando-lhe estabilidade política e econômica necessária para dar inicio a Expansão Marítima, em busca de uma rota alternativa rumo às Índias.
Depois de Ceuta, foi a vez da Ilha da madeira, em seguida o arquipélago de Açores, e a cada expedição, mais informações eram mapeadas. Após várias tentativas, o navegador Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador, um obstáculo à pretensão portuguesa de chegar às Índias. Junto com a gloriosa vitória pelo seu feito, Gil Eanes desembarca em Portugal com a embarcação cheia de negros, para serem vendidos como escravos, tornando-se uma mercadoria muito lucrativa.
Bartolomeu Dias traz para Portugal, a travessia do Cabo da Tormenta, que para o Rei, nada mais é que a Boa Esperança, de que a Índia está próxima. Instituindo Feitorias e demarcando o litoral africano para a glória de Portugal, Vasco da Gama chega com sua expedição a Calicute. Apesar de não ter êxito no contato diplomático com o Rajá (Governante) daquela cidade Indiana, Vasco da Gama oficializa a abertura de uma rota alternativa às Especiarias. Veja a narração de um trecho do poema “Os Lusíadas”, de Camões ao avistar Calicute:
Já a manhã clara dava nos outeiros
Por onde o Ganges murmurando soa,
Quando da celsa gávea os marinheiros
Enxergavam terra alta, pela proa.
Já fora de tormentas e dos primeiros
Mares, o temor vão do peito voa.
Disse alegre o piloto melindano:
-Terra é de Calicute, se não me engano;
(RODRIGUE, apud Camões. p.103)
Nos relatos registrados no diário de bordo, Vasco da Gama faz menção de que ao afastar-se da costa africana em direção ao leste, percebeu a presença de aves, o que dava indícios da existência de terra não distante dali. (SOUZA; SAYÃO, apud Bueno, p.26)
No dia 08 de março de 1500, a maior e mais poderosa frota de Portugal, comandada pelo jovem fidalgo Pedro Álvares Cabral, composta por mais de 1.500 homens distribuídos nas dez naus e três caravelas, saiu em direção à Índia. Cabral afastou-se em direção leste da rota demarcada por Vasco da Gama. A mudança de itinerário causa polêmica até hoje, afinal, esta mudança foi proposital ou casual? Se foi prevista ou não, se houve tempestade ou não, estas respostas ficaram para sempre no campo das especulações, até que o Homem crie uma “Máquina do Tempo”e retorne até 22 de abril de 1500, dia que Cabral avista a Ilha de Vera Cruz, o nosso Brasil! Dez dias depois, ele retoma sua rota para a Índia, onde fez acordos comerciais muito lucrativos para Portugal e o Mundo.
Logo o pioneirismo português, faria seguidores. Os Espanhóis chegaram a América, sob o comando de Cristóvão Colombo, pois assim como Vasco da Gama, procurava um caminho alternativo para as Índias. Em seguida foram os Ingleses, Franceses, Flamengos e Holandeses. Ao dominar águas estranhas surgiram novas terras, que também foram dominadas, muitos mitos foram colocados abaixo e um novo mundo se formou.
Há muitas terras ainda a serem conquistadas, afinal a nossa Via Láctea, é apenas uma entre muitas, há ainda vários planetas a serem explorados e também novos povos ou seres a serem encontrados. Analisando o retrospecto do Homem, você dúvida que isto acontecerá?
REFERÊNCIAS
RODRIGUE, Joelza Ester. A História em Documento. 6ª Série. São Paulo. Ftd, 2006.
SOUZA, Evandro André; SAYÃO Thiago Juliano. História do Brasil Colonial. Indaial: ASSELVI, 2007
Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com/historia/um-novo-mundo-no-caminho-das-indias.htm