No início da década de 1990, o governo George Bush sofreu oscilações diversas que colocaram em dúvida a credibilidade da administração dos republicanos. Por um lado, a queda do bloco socialista e os bem sucedidos ataques na Guerra do Golfo o prestigiavam. Por outro, os incômodos índices de desemprego e a retração da produção transformavam a manutenção de Bush no poder em uma verdadeira incógnita política para os norte-americanos.
De fato, seria por conta dessa dubiedade que George Bush não conseguiria se reeleger presidente, permitindo a chegada do democrata Bill Clinton ao mais alto cargo político dos EUA. Durante esse tempo, a redução significativa dos gastos militares e dos gastos públicos propiciou o desenvolvimento da economia e a recuperação da competitividade das empresas norte-americanas no mercado internacional. Sob tal aspecto, a “indigesta” década de 1980 parecia deixar seus efeitos no passado.
No final de seu primeiro mandato, Clinton conseguiu uma recuperação econômica que superou as mais otimistas projeções realizadas no período. Nessa época, o PIB dos Estados Unidos conseguiu atingir patamares superiores à somatória do PIB da Alemanha e do Japão. Usufruindo desse invejável desempenho e de uma imensa popularidade, o presidente democrata não teve maiores dificuldades para vencer as eleições presidenciais de 1996.
Naturalmente, o seu segundo mandato estava cercado de expectativas positivas e quase nenhuma ameaça sobre a hegemonia dos EUA. Contudo, o tempo em que Clinton teoricamente somente administraria as vitórias conquistadas, foi marcado por novas perturbações. O desenvolvimento que fez os norte-americanos reassumirem o topo do capitalismo mundial foi também responsável por um índice de concentração de renda nunca antes observado em toda história dos Estados Unidos.
Segundo algumas estimativas, em 1998, a nação americana contava com uma população de bilionários dezenas de vezes maior se comparada à década de 1980. Além disso, quanto à crise econômica que atingiu a economia internacional na mesma época, os EUA acumulavam um déficit comercial de aproximadamente 170 bilhões de dólares. No ano seguinte, a concentração veio a bater mais um novo recorde quando a renda dos 400 indivíduos mais ricos do país era de mais de um trilhão de dólares.
Nesse mesmo período, Bill Clinton ainda seria alvo de um processo de impeachment, decorrente de um escândalo sexual envolvendo a ex-estagiária Mônica Lewinsky. Em meio a esses problemas, o Partido Democrata ainda tentou se manter no poder lançando Al Gore como candidato à presidência nas eleições de 2000. No entanto, após uma polêmica apuração de votos, os republicanos voltaram à Casa Branca com o candidato George Walter Bush.
Por Rainer Sousa
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