Em 1917, o governo britânico emitiu a Declaração de Balfour, manifestando seu apoio a uma nação judaica na Palestina. Tropas britânicas comandadas pelo general Allenby ocuparam a Palestina entre 1917 e 1918, pondo fim a 400 anos de domínio turco. A Liga das Nações deu aos britânicos o domínio sobre a Palestina em 1922 (outro mandato foi estabelecido na Transjordânia, hoje Jordânia, a leste do rio Jordão).
Cerca de 300 mil judeus emigraram para a Palestina entre 1922 e 1939, e judeus compraram dos árabes áreas de terra. A maioria árabe temia um plano sionista de expulsá-la e fazer da Palestina um Estado judaico. Para apaziguar os árabes, que tinham se revoltado em 1936/37, a Grã-Bretanha emitiu, em 1939, o Documento Branco, que virtualmente interrompeu a imigração judaica e limitou a aquisição de terras por judeus. Os sionistas se opuseram, mas mesmo assim tropas de judeus da Palestina apoiaram os britânicos durante a Segunda Guerra.
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A cidade de Jerusalém
Conforme os nazistas perseguiam e matavam judeus na Europa, líderes sionistas pressionavam por um Estado judeu e imigração sem restrições para a Palestina. Passou a haver maciça imigração clandestina de judeus, e ocorreram sangrentos confrontos entre judeus e árabes e entre judeus e britânicos. Os grupos judaicos extremistas Irgun e Stern promoveram atos terroristas.
O Estado de Israel
A Grã-Bretanha se considerou incapaz de resolver a questão da Palestina e a remeteu à ONU. Em novembro de 1947 a ONU decidiu repartir a Palestina entre árabes e judeus, mantendo Jerusalém como zona internacional. Líderes árabes rejeitaram o plano e houve conflitos. Em 14 de maio de 1948, com o fim do mandato britânico na Palestina, líderes judeus proclamaram o Estado de Israel. David Ben-Gurion assumiu o cargo de primeiro-ministro.
Guerra árabe-israelense de 1948. O mapa mostra a área reservada a Israel pelo plano de repartição de 1947 da ONU e o território tomado por Israel na guerra de 1948.
O novo Estado rechaçou a invasão pelos vizinhos da Liga Árabe. A luta terminou em 1949, com Israel ocupando parte de Jerusalém e parte da Palestina árabe. Israel se recusou a recuar, e não houve assinatura de um tratado. Os árabes foram expulsos das areas capturadas, criando enorme problema com refugiados. Muitos permaneceram indefinidamente em campos de refugiados na Jordânia. Em 1950 a Jordânia anexou o restante da Palestina árabe, incluindo Jerusalém oriental.
Em outubro de 1956 Israel atacou bases egípcias na península do Sinai e avançou até chegar a 16 km do canal de Suez. Enquanto isso, França e Grã-Bretanha avançaram para tomar o canal. A ONU parou o ataque franco-britânico e conseguiu estabelecer uma trégua. As forças israelenses recuaram.
Na década de 60 a tensão permaneceu alta, com choques frequentes na fronteira, mas só em junho de 1967 estourou a guerra. Israel derrotou em seis dias as forças reunidas do Egito, da Síria e da Jordânia e rapidamente tomou a Faixa de Gaza, a península do Sinai, as colinas de Golã e todo o território jordaniano a oeste do rio Jordão (com o que retomou pleno controle de Jerusalém). O conflito, chamado de Guerra dos Seis Dias, foi interrompido por um cessar-fogo promovido pela ONU.
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Guerra dos Seis Dias. O mapa mostra o território tomado por Israel como resultado da Guerra de junho de 1967 com Egito, Síria, Jordânia e Iraque. No fim da guerra Israel controlava a península do Sinai e a Faixa de Gaza, antes egípicias; as Colinas de Golã, sírias; e a Cisjordânia, da Jordânia.
Passados alguns meses, israelenses e árabes tinham voltado a lutar, de forma restrita – normalmente ataques aéreos e incursões. Houve confrontos frequentes ao longo da fronteira com o Líbano e no Canal de Suez. Extremistas palestinos iniciaram uma campanha terrorista internacional contra Israel e seus aliados.
A tensão cresceu até outubro de 1973, quando o Egito e a Síria fizeram forte ataque a Israel durante o feriado judaico do Yom Kippur. O Iraque e a Jordânia enviaram tropas para auxiliar os árabes no conflito (conhecido como Guerra do Yom Kippur). Com o apoio dos Estados Unidos e da União Soviética, a ONU conseguiu um cessar-fogo no 22° dia de guerra. Na ocasião havia forças egípcias no Sinai e tropas israelenses a oeste do Canal de Suez; as Colinas de Golã estavam ocupadas por forças israelenses.Em 1974 houve retirada parcial das tropas de Israel do território egípcio e sírio.
Israel tentou um acordo permanente de paz com os países árabes, mas não houve progresso até que o presidente egípcio, Anuar Sadat, visitasse Jerusalém, em 1977. Em 1979 foi assinado um tratado de paz prevendo a devolução em etapas do Sinai ao Egito, em um série de etapas que terminariam em 1982. Em troca, o Egito reconheceu a soberania de Israel.
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Mapa mostra as etapas da retirada de Israel da Península do Sinai
A ocupação por Israel de terras da Jordânia e da Síria continuou a minar os esforços de paz com outros países árabes. A tensão cresceu em 1981, quando Israel anexou as Colinas de Golã, e em 1982, quando Israel invadiu e ocupou o sul do Líbano. As forças israelenses deixaram quase todo o Líbano em 1985.
De 1987 a 1991 o domínio de Israel sobre os territórios ocupados foi desafiado por uma campanha árabe de resistência chamada de Intifada (levante). Em 1991 tiveram início conversações de paz entre Israel, Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Síria, Jordânia e Líbano. Num acordo de paz de 1994, a OLP aceitou encerrar o conflito com Israel, que em troca deu à OLP autonomia limitada na Faixa de Gaza e na cidade de Jericó, na Cisjordânia. Israel e Jordânia também assinaram um acordo de paz.
Em setembro de 1995 o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e o líder da OLP, Yasser Arafat, assinaram um acordo expandindo o controle árabe na Cisjordânia. Rabin foi assassinado em novembro do mesmo ano por um judeu de direita contrário ao tratado. Em 2000 encerrou a ocupação do sul do Líbano e houve sensível aumento de atos de violência entre palestinos e israelenses. Em 2003, líderes palestinos e israelenses concordaram em avaliar um plano de paz apoiado pela ONU e vários países, mas a violência e a retaliação continuaram. Apesar da oposição palestina, Israel começou a erguer um muro para separar áreas palestinas de outras partes do país. Em 2004 o Knesset aprovou o plano do primeiro-ministro Ariel Sharon de remover da Faixa de Gaza e de Partes da Cisjordânia colonos de Israel e dar aos palestinos total controle sobre as duas áreas.
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