22.8.11

Potsdam: o encontro que dividiu o mundo

Na Conferência de Potsdam, os líderes das potências aliadas traçaram as fronteiras do capitalismo e do comunismo. Era o começo da Guerra Fria

Era a primeira vez que o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o presidente americano Harry Truman e o general soviético Josef Stálin se reuniam depois da derrota alemã, em 8 de maio de 1945. O lugar escolhido: o magnífico Castelo de Cecilienhof, construído em 1917 e composto de 176 aposentos, nos arredores de Berlim. Em sua sala de conferência, no andar térreo, os chefes de estado discutiram o destino da humanidade entre 17 de julho e 2 de agosto. Afinal, terminada a guerra na Europa, os Três Grandes deveriam esboçar o projeto da nova ordem mundial e decidir quais seriam as fronteiras do capitalismo e do comunismo no continente europeu.
A agenda da reunião era conhecida dos Aliados havia pelo menos dois anos. As pautas foram as mesmas que ocuparam os líderes dos três países nas conferências de Teerã (dezembro de 1943) e Ialta (fevereiro de 1945): as indenizações alemãs aos países que enfrentaram Hitler, o controle político da Polônia, bem como a definição de suas fronteiras e a partilha da Alemanha. Mas em Potsdam circunstâncias diferentes deram um novo significado a velhas discussões. “A Segunda Guerra Mundial era o fator que ligava a União Soviética, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha contra um inimigo comum. Com o fim da guerra na Europa, as divergências entre as grandes potências se tornaram cada vez mais claras”, explica Geir Lundestad, professor de história contemporânea da Universidade de Oslo, na Suécia. O nazismo passava para o segundo plano, e cada tema a ser discutido era apenas um pretexto para deter o avanço do capitalismo ou do comunismo. O resultado: as novas fronteiras formalizadas em Potsdam abriram caminho para a Guerra Fria.
Chegando a Potsdam
A reunião dos Três Grandes estava marcada para 15 de julho, mas foi adiada devido a um problema de saúde de Stálin. O líder soviético tinha sofrido um leve ataque cardíaco. Recuperado, foi de trem a Potsdam – já que morria de medo de voar. Chegou apenas em 17 de julho. Isso não abateu seu ânimo. Ele continuava o temível negociador e encontrou seus colegas Truman e Churchill com a mesma tranqüilidade de sempre.
Aliás, o clima de calmaria entre os líderes das grandes potências vencedoras contrastava com o cenário de destruição em Berlim. Durante sua viagem à Alemanha, o presidente dos Estados Unidos pôde relaxar assistindo Alegria, Rapazes!, filme com a “brasileirinha” mais famosa no exterior, Carmem Miranda, a bordo do imponente navio de guerra Augusta. O primeiro-ministro britânico também resolveu espairecer antes de chegar à cidade alemã. Diferentemente de Truman, deixou o cinema de lado e mergulhou na pintura, dando pinceladas em telas que retratavam paisagens bucólicas, bem distantes do desolado quadro europeu do pós-guerra.
Com a chegada de Stálin, no entanto, os líderes foram logo trazendo para a mesa os assuntos que de fato importavam. O general soviético queria o reconhecimento dos governos comunistas nos países por ele libertados, como Hungria, Iugoslávia e Polônia, além de uma gorda indenização alemã – 10 bilhões de dólares –, que financiaria a reconstrução da União Soviética devastada pela guerra. Desejava ainda avançar as fronteiras do estado soviético sobre a Polônia e, como recompensa, dar aos poloneses um naco da parte oriental da Alemanha.
Do outro lado da mesa de negociações, Churchill fazia questão de melar as pretensões soviéticas: nada de reconhecimento aos novos países vermelhos, nem indenização para os bolsos soviéticos e de jeito nenhum dar à Polônia um pedaço de terra alemã. Truman, por sua vez, pouco ligava para o destino dos países periféricos do Leste Europeu: o que o presidente americano queria era evitar a todo custo o avanço soviético sobre a Europa. “O presidente dos Estados Unidos só se interessava em impedir o avanço comunista na Europa Central”, diz Jacob Gorender, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
O único ponto pacífico para os Três Grandes era a divisão da Alemanha e, em menor escala, de sua ca-pital, Berlim, entre a Grã-Bretanha, a União Soviética, os Estados Unidos e a França. No início, pensava-se numa divisão administrativa e superficial, com a manutenção da unidade econômica do país. Mas, como a história nos mostrou, não foi bem isso o que aconteceu.
Os Dois Grandes
Uma mudança inesperada no script do encontro deu novos rumos às negociações: a conferência terminou mais cedo para o líder britânico. Vencido nas eleições inglesas pela oposição traba-lhista, Churchill deixou Potsdam em 25 de julho e foi substituído, dois dias depois, por Clement Attleen, um orador mais modesto e menos carismático. A retórica aguda e a inflexibilidade do ex-primeiro-ministro, que batia o pé contra as reivindicações soviéticas, tinham truncado as negociações. “Churchill fala o tempo todo”, reclamou Truman em uma das inúmeras cartas que enviou a sua mãe durante o encontro de Potsdam. Sem Churchill e seu fumegante charuto, o caminho estava livre para que Truman e Stálin ficassem cara a cara e resolvessem de uma vez por todas o impasse.
O secretário de estado americano James F. Byrnes, que assessorava Truman, tirou da manga uma solução: os países do Leste Europeu seriam aceitos nas Nações Unidas, as fronteiras da Polônia seriam alteradas conforme o desejo de Stálin, mas a União Soviética não levaria para casa os 10 bilhões de dólares pelos estragos causados por Hitler. A razão da oferta era simples: os americanos sabiam que Stálin jamais abandonaria os territórios ocupados na guerra. Também avaliavam que a indenização iria enriquecer o estado soviético e empobrecer a Alemanha capitalista, que se tornaria suscetível aos ventos comunistas.
É claro que Stálin não iria aceitar tranqüilamente a proposta. Byrnes e Truman a completaram então com o que seria responsável pela divisão alemã por anos a fio: cada potência poderia retirar quanto quisesse de sua zona de ocupação. A unidade econômica da Alemanha seria letra morta, e o ministro de relações exteriores soviético, Viatcheslav Molotov, foi o primeiro a perceber essa proposta: “Isso não significa que cada país terá livre domínio em suas próprias zonas e atuará independentemente dos demais?” Era isso mesmo. A Alemanha seria dividida, e a União Soviética que explorasse à vontade sua parte, uma área rural e miserável que jamais renderia a quantia da indenização. Stálin, aliás, não poderia reclamar muito, pois a essa altura os Estados Unidos já haviam testado a bomba de urânio no deserto do Novo México e inauguravam uma era de “diplomacia atômica”.
Com a divisão do bolo entre a União Soviética e os Estados Unidos, a conferência de Potsdam foi, afinal, bem-sucedida? Depende do ponto de vista. Para o historiador Richard Ned Lebow, da Universidade de Dartmouth, em Hanover, cidade americana no estado de New Hampshire, o encontro evitou o pior. “Potsdam foi um marco na Guerra Fria, pois, junto com Ialta, estabeleceu uma linha divisória na Europa entre as superpotências. Nesse sentido, foi um sucesso porque a ausência de tal acordo tornaria o conflito entre os vencedores muito mais agudo.” Outros estudiosos estranham a contradição de uma conferência de paz ter sedimentado a base para a Guerra Fria. “Como os líderes vitoriosos se reuniram ao fim de uma guerra para garantir a paz futura e não conseguiram, aparentemente Potsdam foi um fracasso”, sintetiza Charles Mee, autor de O Encontro de Potsdam (ed. Círculo do Livro).

Potsdam e a paz: para quem?
A conferência resolveu, de fato, o grande problema dos vencedores: impedir que a União Soviética e os Estados Unidos se engalfinhassem depois de 1945. Mas, para os países periféricos, a situação foi bem diferente. ”Não poderia haver conflito direto entre os grandes, porque viraria a Terceira Guerra Mundial – e seria nuclear. Assim, as lutas entre o capitalismo e o comunismo esquentaram a Guerra Fria em outras partes do mundo”, analisa Jacob Gorender, da USP. A Grã-Bretanha se recusou, por exemplo, a retirar suas tropas na Grécia, depois de Potsdam. Temia que Stálin se apoderasse do berço da civilização ocidental. Como os britânicos estavam à beira do colapso financeiro, pediram aos Estados Unidos que pagassem seus soldados. Por esse forte intervencionismo, a anglofobia segue até hoje como um dos mais fortes sentimentos entre o povo grego. A Polônia, por sua vez, foi um dos principais assuntos em Potsdam – sua fronteira foi deslocada 241 km a oeste. Jogados de um lado para o outro, invadidos por nazistas e comunistas, os poloneses nunca puderam ditar os rumos de sua própria história e, até hoje, não se dão nem com russos nem com alemães.
Os donos do mundo
Churchill: veterano da Primeira Guerra Mundial e escolado nas lutas contra o nazismo desde os anos 30, Winston Churchill era o mais experiente chefe de estado em Potsdam. Sua personalidade marcante, reforçada pelo inseparável charuto cubano, norteava as discussões entre os Três Grandes. Quando ele desatava a falar com elegância e retórica, os outros escutavam com respeito e circunspecção. Foi o inventor da expressão “cortina de ferro”, que mais tarde seria sinônimo para a fronteira política entre os países do bloco comunista europeu e o resto do continente.
Truman: enquanto Churchill e Stálin usavam fardas nos encontros internacionais, Harry Truman comparecia às cúpulas de gravata borboleta. É provável que tenha sido o único a enviar cartas à mãe nos intervalos entre as reuniões de Potsdam. Em uma delas, dizia como era árdua a tarefa de dirigir as discussões: “É tão difícil como presidir o Senado. E Stálin só fica grunhindo, mas a gente sabe o que ele quer dizer.”

Stálin: filho de um sapateiro da Geórgia, Joseph Stálin tinha um jeito todo humilde para as negociações. Não elevava a voz jamais, não se aborrecia nunca, não proferia palavras inúteis nem uma vez. Sempre acompanhado de um maço de cigarros – charutos, como os de Churchill, só em ocasiões especiais –, ele adotava ainda a técnica de nunca dizer não. Sua calma e sua sutileza permitiam que conseguisse o que queria sem passar por teimoso ou turrão. Era um temível negociador.

1945: Conferência de Potsdam

Churchill, Truman e Stalin em Potsdam
Churchill, Truman e Stalin em Potsdam
A partir de 17 de julho de 1945, os EUA, o Reino Unido e a União Soviética passaram a estabelecer as diretrizes político-econômicas para a Alemanha no pós-Guerra. A seguir, enviaram ultimato ao Japão, exigindo rendição.

Em 17 de julho de 1945, os chefes de governo dos Estados Unidos, Reino Unido e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), vencedores da Segunda Guerra Mundial, reuniram-se pela terceira vez no contexto do conflito. Antes, haviam acontecido as conferências de Teerã (em 1943) e de Ialta (fevereiro de 1945).

Quando os Aliados se reuniram em Potsdam, nas proximidades de Berlim, em julho de 1945, começava a se desgastar a aliança estabelecida em junho de 1941, com a invasão da Alemanha nazista.

A Conferência de Potsdam significou uma reviravolta nas relações Leste-Oeste. Seus principais protagonistas foram o novo presidente norte-americano, Harry S. Truman, que em abril de 1945 havia substituído Franklin Delano Roosevelt; o ditador soviético Josef Stalin; e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, destituído durante a conferência e substituído por Clement Attlee.

Os chefes de governo e seus ministros do Exterior pareciam entre dois mundos: com a incursão de suas Forças Armadas no Leste Europeu, a URSS havia criado uma hegemonia que tão cedo não seria equiparada. Já a Inglaterra consolidava sua posição como parceira dos Estados Unidos. Enquanto isso, o governo Truman tentava inverter a política pró-russa de seu antecessor.

O confronto estava programado

Em Potsdam, o choque de interesses entre Moscou e seus aliados ocidentais ficou bem mais evidenciado que nas duas conferências anteriores. Depois dos testes bem-sucedidos com a bomba atômica naquele julho de 1945, Truman pretendia o apoio da URSS na guerra contra o Japão, mas ao mesmo tempo queria evitar uma ocupação soviética naquela região asiática. Já a União Soviética, por seu lado, distanciou-se definitivamente das nações ocidentais, marcando o início de uma nova era: a Guerra Fria.

A conferência estabeleceu as diretrizes básicas para a administração da Alemanha logo depois do fim do conflito. Além da histórica decisão de dividir a Alemanha em quatro zonas de ocupação, foi criado um conselho de ministros das Relações Exteriores, com sede em Londres e a participação de representantes do Reino Unido, União Soviética, China, França e Estados Unidos.

Entre os principais objetivos da conferência daquele 17 de julho estavam a criação de diretrizes para o tratamento da Alemanha derrotada, questões de reparação de guerra, além da nova fronteira para a Polônia, ao longo dos rios Oder e Neisse, assim como os acordos de paz com a Itália, Bulgária, Finlândia, Hungria e Romênia.
Fonte:DW

Quando surgiu a Cruz Vermelha?

Essa organização humanitária surgiu em 1863, resultado direto dos esforços do suíço Henri Dunant. Durante uma viagem de negócios pela Itália, em 1859, ele testemunhou a Batalha de Solferino, travada entre tropas austríacas e francesas, que teve quase 40 mil baixas. Impressionado com a tragédia, Dunant organizou os serviços para atender os feridos de ambos os lados. Três anos depois, publicou o livro Un Souvenir de Solférino ("Uma Lembrança de Solferino"), no qual contava sua experiência e sugeria a formação de sociedades voluntárias para ajudar e proteger os feridos de guerra. O livro despertou a opinião pública européia para o problema. "O desenvolvimento da Cruz Vermelha é um produto típico da Europa do século 19. A guerra era então encarada como um mal necessário. Portanto, a proposta de fazer o máximo possível para limitar o sofrimento humano tornou-se popular", diz o jornalista inglês Kim Gordon-Bates, porta-voz da Cruz Vermelha.
Em 1863, Dunant foi nomeado pelas autoridades suíças para um comitê que passou a viabilizar suas propostas humanitárias. Assim nascia a Cruz Vermelha. Dunant tratou de expandir sua idéia para outros países ao convocar uma conferência sobre o assunto com representantes de várias nações. E, em 1864, foi assinado um tratado internacional - o primeiro das famosas Convenções de Genebra - que, entre outras medidas, garantia neutralidade ao pessoal médico que trabalhasse nas guerras . "Hoje a entidade age tendo como base legal o seu reconhecimento pelas Convenções de Genebra. Em teoria, governo algum pode impedir a entrada de agentes médicos num campo de prisioneiros, por exemplo", diz Gordon-Bates. Quando começou organizar a criação da Cruz Vermelha, Henri Dunant era um empresário milionário. Mas ele acabou indo à falência ao dedicar mais tempo às atividades humanitárias do que aos seus negócios, chegando a virar um mendigo de rua numa pequena cidade suíça.
Doente, foi redescoberto por um admirador, que conseguiu interná-lo num sanatório. Em 1901, Dunant recuperou o reconhecimento mundial e teve seus esforços humanitários recompensados ao se tornar o primeiro ganhador do Prêmio Nobel da Paz.
Dois símbolos
Nos países muçulmanos, uma Lua identifica as equipes médicas
A cruz vermelha foi escolhida como símbolo das organizações médicas voluntárias em um tratado internacional assinado em 1864
Os muçulmanos questionaram a cruz como símbolo. Em 1906, adotaram o Crescente Vermelho como símbolo e como nome da mesma organização
Fonte:SUPER

22 de agosto de 1981 - Morre Glauber Rocha

Glauber Rocha na Redação do Jornal do Brasil. Carlos Wrede/CPDoc JB

Exilado em Portugal desde o início da década de 70, Glauber Rocha, o maior cineasta que o Brasil já teve, voltou a seu país para morrer. Transferido já doente de Lisboa para uma clínica no Rio de Janeiro, com septicemia e choque bacteriano, Glauber resistiu três dias até que a morte o levasse de vez. “Um dos mais extraordinários, lúcidos e honestos intelectuais desse país”, escreveu o médico no atestado de óbito do Homem.

Controvertido, polêmico, considerado dos mais geniais cineastas brasileiros, Glauber foi, em seu funeral, protagonista também de um filme. Ele que procurou fazer da morte de Di Cavalcanti uma obra de arte, que revolucionou o cinema brasileiro, seria desta vez o tema de uma homenagem, registro indispensável decidido por cineastas e representantes da Embrafilme.


Gênio, louco, radical, apocalíptico, caótico, santo guerreiro ou dragão da maldade, Glauber parece ter sido um produto de suas contradições. Foi o mais importante nome da história do nosso cinema e reconhecia isso. Desde que Fritz Lang (Metrópolis, 1927) e Luis Buñuel (O cão Andaluz, 1928) reconheceram em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963) uma obra-prima ao nível das melhores já produzidas no mundo, nunca mais teve dúvidas de sua genialidade. Com Deus e o Diabo ganhou prêmio de melhor diretor em Cannes, no ano seguinte, por unanimidade.




Em Terra em Transe (1967), no entanto, Glauber recebeu críticas negativas ferrenhas dos intelectuais brasileiros, que acusaram-no de louco, mistificador ou irresponsável. Ali Glauber critica a conjuntura brasileira pré-golpe de 64, incluindo todos os que participaram, de alguma forma deste processo, incluindo camadas da esquerda brasileira.


“Os senhores que antes me chamaram de gênio, agora me chamam de burro. Devolvo a genialidade e a burrice. Sou um intelectual subdesenvolvido como os senhores, mas, diante do cinema e da vida, tenho pelo menos coragem de proclamar minha perplexidade”, escreveu ele.

As críticas não contiveram o gênio. Logo depois, lançou Câncer, O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, Cabeças Cortadas, todas obras-primas, premiadas, discutidas e reverenciadas por críticos e espectadores do mundo inteiro.
Fonte:JBlog
Raul Seixas dizia que "ninguém morre, as pessoas despertam do sonho da vida". Jornal do Brasil: 22 de agosto de 1989

“Se o diabo é o pai do rock, Raul Seixas foi o ajudante que meteu a colher de pau no caldeirão do demo e ainda tascou-lhe uma mosca na sopa”. Jornal do Brasil

Antes de tornar-se o artista que subverteu a ordem do dia, caminhando na contramão da Tropicália e mesclando o rock de Elvis Presley com o baião de Luiz Gonzaga, Raul Seixas foi apenas Raulzito, o primeiro filho de Dona Maria Eugenia e do engenheiro Raul Varella Seixas. Nasceu às 8h da manhã do dia 28 de junho de 1945, na capital baiana - Salvador, onde, apesar da cultura predominante, apaixonou-se ainda jovem pelo rock n’roll. “Tudo era novo pra mim.Ouvia os discos de Elvis e Little Richard até estragar os sulcros. O rock era como uma chave que abria as minhas portas que viviam fechadas”, escreveria aos 15 anos em seu diário.

Com o amigo Thildo Gama, formou o grupo Os Relâmpagos do Rock, sua primeira banda e o embrião do conjunto Os Panteras, banda com a qual Raulzito gravou o seu primeiro disco, que foi um fracasso de vendas. A projeção nacional veio somente em 1972, com sua participação no Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, onde classificou duas canções: Let me sing e Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo. Depois, lança o compacto Ouro de Tolo, que alcança grande sucesso, e conhece Paulo Coelho, formando uma parceria que atrairia uma multidão de fãs e renderia músicas que se tornaram clássicas, como Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa, Al Capone, entre outras. Nos anos seguintes sua produção musical é constante, lançando diversos discos sucessos de público, como Novo Aeon (75), Há Dez Mil Anos Atrás (76), O Dia Em Que A Terra Parou (77). A partir de 1978, o consumo de álcool e drogas começa a causar-lhe problemas e o artista perde 1/3 do pâncreas. Em 1987 lança o estrondoso disco Uah bap lu lap béin bum e torna-se parceiro de Marcelo Nova, com quem grava seu último álbum, A Panela do Diabo, no ano de sua morte.

Legado vivo
Há exatos 22 anos, vítima de uma pancreatite aguda provocada pelo excesso de álcool, Raul Seixas foi encontrado morto em seu apartamento. Ao partir, deixou três filhas, milhares de fãs e uma obra que se estende por mais de 20 álbuns, além de seis póstumos, e diversos livros publicados. Sua capacidade de transmitir mensagens de impacto e abordar assuntos profundos de forma irreverente mantém sua obra relevante até hoje. A juventude atual lhe dedica um carinho saudoso, levando suas fotos e frases em camisetas, e lançando incontáveis covers seus em eventos e festas.
Fonte: JBlog

1960: Primeira pílula anticoncepcional chega ao mercado

Primeira pílula anticoncepcional vendida na Alemanha

No dia 18 de agosto de 1960 foi lançado o contraceptivo oral Enovid-10 nos Estados Unidos. A pílula significaria uma verdadeira revolução nos hábitos sexuais do mundo ocidental.

Primeira pílula anticoncepcional vendida na Alemanha

"Um dia histórico e um tremendo passo à frente": foi com essa manchete que a revista Der Stern anunciou, na década de 60, o lançamento do contraceptivo oral no mercado alemão. Tudo havia começado no início dos anos 50 nos Estados Unidos. A feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick haviam se unido para inventar uma pílula contra a gravidez que fosse fácil de usar, eficiente e barata.

O cientista Gregory Pincus aceitou o desafio. Mas tinha que trabalhar às escondidas, pois os contraceptivos estavam oficialmente proibidos nos Estados Unidos até 1965. Ele alegou tratar-se de uma pesquisa para aliviar os sintomas da menstruação e encerrou seu trabalho cinco anos depois de iniciar as pesquisas. No dia 18 de agosto de 1960 lançou o novo produto no mercado norte-americano: o Enovid-10.

Na Alemanha, a pílula apareceu apenas em 1º de junho de 1961, quando foi lançada pela Schering com o nome de Anovlar. Eram pequenos comprimidos verdes, cuja bula, naturalmente, vinha com a indicação "para aliviar os sintomas desagradáveis da menstruação".

A revolução sexual dos anos 60

O sexo, na época, ainda era tratado apenas como meio de reprodução. Por isso, a pílula significou uma reviravolta no conceito de sexualidade, pois o casal podia passar a manter relações sexuais apenas por prazer. A demanda aumentou muito a partir de 1965 na Alemanha. Ao mesmo tempo em que a indústria farmacêutica enriquecia, o sexo masculino começou a preocupar-se com a fidelidade de esposas e namoradas.

O auge da pílula anticoncepcional veio a seguir, com Woodstock e os hippies, a efervecência do movimento estudantil e o avanço do feminismo. Em pouco tempo, no entanto, começaram a ficar claros os efeitos colaterais, como mal-estar e ganho de peso.

Os laboratórios continuaram pesquisando e criaram a mini e a micropílula (com dosagens hormonais menores), a pílula para depois, a pílula do aborto, o adesivo e o implante com hormônios. Parece faltar apenas um tipo de pílula: a para o homem.

Fonte:DW

Judith Hartl (rw)

1945: Pétain é condenado à morte

Pétain perante o tribunal

Em 14 de agosto de 1945, Philippe Pétain, chefe do regime de Vichy, é condenado à morte por um tribunal de guerra francês, por colaboração com a Alemanha nazista.

"Deixem o réu entrar", ordenou o

juiz. Mal começava o processo contra o marechal Henri Philippe Pétain, chefe de Estado francês durante os quatro anos do regime de Vichy, quando algo inusitado acontece na sala da 1ª Câmara do Tribunal de Apelação de Paris.

Por uma estreita porta, aparece o acusado de alta traição, vestido de uniforme cáqui, com medalhas e condecorações, bainha de seda e luvas brancas, e cumprimenta a todos com um gesto imponente. O efeito de sua presença é tão magnético que os presentes – em sua maioria contrários ao réu – se levantam instintivamente, em sinal de respeito. Esta cena ilustra bem a personalidade de Pétain.

Marechal não pede perdão

Com voz rouca, ele lê a seguinte declaração: "Um marechal francês jamais pede perdão. Só Deus e as próximas gerações poderão julgar. Isso basta à minha consciência e à minha honra. Deposito toda a minha confiança na França."

Pétain confia na França, mas acaba ficando só. Charles de Gaulle teme que a nação se divida. Depois de ser humilhada pela Alemanha, a França é ridicularizada pelos aliados, que apenas a toleram como parceira.

Vichy – o regime que executou as ordens de Hitler na França – é o símbolo desta humilhação, uma cicatriz na consciência nacional francesa, e Pétain é o representante de Vichy. De herói nacional a bode expiatório: apesar de Pétain desempenhar o papel de pai da nação, a razão de Estado exige uma vítima.

Popularidade contra colaboração

Para os militares, uma condenação de Pétain à morte seria parricídio. Afinal, o marechal – filho de agricultor com uma carreira militar impecável – é venerado pelos soldados.

Pétain já conquistara sua fama em 1916, como "salvador de Verdun", por ter resistido a uma ofensiva das tropas alemãs. Graças a este mérito, Petáin torna-se marechal, assumindo o comando das Forças Armadas francesas.

Após a Primeira Guerra, o marechal já é uma das personalidades mais populares da França. Apesar da idade avançada, Pétain mantém o comando militar e assume o Ministério francês da Guerra em 1934.

Armistício com Hitler e jogo duplo

Quando as tropas nazistas invadem o país pelas Ardenas, em março de 1940, e tomam o país de assalto, cresce o apelo por um "salvador". Em julho do mesmo ano, Pétain assume – aos 86 anos – o cargo de chefe de Estado francês, mas a derrota militar já estava selada.

Em Compiègne, no famoso vagão de trem em que a Alemanha se submetera ao Tratado de Versalhes, Pétain assina o armistício com Hitler. Com isso, a França é dividida numa parte ocupada e em outra livre, o "Etat Français", com sede na cidade de Vichy.

Por trás da fachada do "Etat Français", Pétain faz um suspeito jogo duplo, de recusa e colaboração com o regime nazista, tolerando inclusive a deportação de judeus para campos de concentração alemães. Ao incentivar as estruturas camponesas e patriarcais, ele segue à risca a ideologia nazista do "solo e sangue".

Pétain consegue – por um lado – excluir a França dos planos de Hitler e – por outro – manter o contato com os aliados até a libertação, em 1944. Por fim, ele acaba por fugir das tropas aliadas e passa os últimos meses da guerra na Alemanha, retornando à França, através da Suíça, logo após a capitulação alemã. O Tribunal de Guerra o acusa de colaboracionismo e alta traição.

O marechal só se manifesta poucas vezes durante o julgamento. Ele se considera o "escudo da França", deixando a De Gaulle o papel de ser a "espada". "Os alemães me chamavam de raposa velha. Eu sou mesmo uma raposa velha. Mas se vocês acham que Vichy foi fácil, estão muito enganados. Eu jamais mostrei minhas verdadeiras intenções. Como na infantaria, nunca se deve colocar a cabeça para fora da trincheira antes da hora."

Uma sentença e uma surpresa

Em 14 de agosto de 1945, os jurados se reúnem pela última vez, pronunciando a sentença, às quatro da manhã do dia seguinte: "O tribunal condena o marechal Philippe Pétain à morte, suspende seus direitos de cidadão e confisca seus bens".

Mas o fim do processo também foi inusitado: após anunciar a sentença, os jurados expressam o desejo de que ela não seja executada. Então, De Gaulle lança mão de seu direito de indulto e comuta a pena de morte em prisão perpétua.

Pétain ouve o pronunciamento da sentença, impassível. E cumpre a pena de prisão, até a sua morte, em julho de 1951, na ilha de Yeu.

Fonte:DW

Sabine Ochaba (si)

Educação na Idade Média

Sorbonne, uma das mais antigas Universidades da Europa
Sorbonne, uma das mais antigas Universidades da Europa


O processo de educação na Idade Média era responsabilidade da Igreja. Existiam nesse período medieval escolas que funcionavam anexas às catedrais ou a escolas monásticas que funcionavam nos mosteiros, nesse contexto, a Igreja assumiu a tarefa de disseminar a educação e a cultura no medievo e o seu papel foi preponderante para o nosso legado educacional contemporâneo.

A escola no período medieval era dirigida por um cônego, ao qual se dava o nome de scholarius ou scholasticus. Os professores eram clérigos de ordens menores e lecionavam as chamadas sete artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, geografia, astronomia e música, que mais tarde constituíram o currriculum de muitas universidades.

Para acontecer o ensino precisava-se de uma autorização, essa era cedida pelos bispos e pelos diretores das escolas eclesiásticas que, com medo de perderem a influência, dificultavam ao máximo essa concessão. Reagindo contra essas limitações, professores e alunos organizaram-se em associações denominadas universitas, que mais tarde originou a palavra universidades. As universidades eram compostas por quatro divisões ou faculdades. A faculdade de Artes era o lugar onde a educação acontecia de forma mais geral, as faculdades de Direito, Medicina e Teologia trabalhavam o conhecimento de forma mais específica. Os diretores das faculdades eram chamados de decanos e eleitos pelos professores; o decano da Faculdade de Artes era o reitor e representava oficialmente a universidade.

Os cursos oferecidos eram em latim e com isso exigia-se do estudante muito empenho e dedicação. O estudo das sete artes liberais era dividido em dois ciclos: o trivium e o quadrivium. O primeiro compreendia a gramática, a retórica e a lógica; o segundo compunha-se do estudo da aritmética, geografia, astronomia e música. Conforme o grau de afinidade, distribuíam-se então os estudantes pelos cursos de Direito, Medicina e Teologia. Os estudantes viviam em um ritmo frenético e as calorosas discussões com a população eram rotineiras. De uma forma geral os estudantes eram de origem humilde e muitos viviam internos em colégios ou internatos que contavam com rígidas formas disciplinadoras estudantis. Com o tempo esses colégios passaram a constituir campos de estudos autônomos, sendo que alguns deles ainda existem, e são renomados mundialmente, como os deOxford, Cambridge e o de Sorbonne, fundado em 1257 por Rogério de Sorbon, na França.

A metodologia de ensino baseava-se na leitura de textos e na exposição de ideias feitas pelos professores. As aulas muitas vezes eram animadas quando os debates entre mestres e alunos eram travados em público, discutiam sobre um tema determinado, essas aulas foram denominadas descholastica disputattio. Esse processo de estudo foi muito usado por São Tomás De Aquino e foi chamado de escolástica. A escolástica teve seu apogeu no século XIII, o método proporcionou a criação de diversas Universidades por toda a Europa, como as de Paris, Oxford, Cambridge, Salerno, Bolonha, Nápoles, Roma, Pádua, Praga, Lisboa e assim por diante. Sendo que a Universidade de Bolonha ficou célebre por sua faculdade de Direito e Salerno, por sua faculdade de Medicina.

Por Lilian Aguiar

Fonte:

Síndrome de Estocolmo

Imagem do assalto de 1973, que resultou na descoberta da “síndrome de Estocolmo
Imagem do assalto de 1973, que resultou na descoberta da “síndrome de Estocolmo


Em uma manhã de agosto de 1973, dois assaltantes invadiram um banco, o “Sveriges Kreditbank of Stockholm”, em Estocolmo, Suécia. Após a chegada da polícia, resultando em uma considerável troca de tiros, tal dupla transformou em reféns, por seis dias, quatro pessoas que ali se encontravam.

Ao contrário do que se poderia imaginar, quando os policiais iniciaram suas estratégias visando à libertação dos reféns, esses recusaram ajuda, usaram seus próprios corpos como escudos para proteger os criminosos e, ainda, responsabilizaram tais profissionais pelo ocorrido. Um deles foi ainda mais longe: após sua libertação, criou um fundo para os raptores, com o intuito de ajudá-los nas despesas judiciais que estes teriam, em consequência de seus atos.

Tal estado psicológico particular passou então a ser chamado de “síndrome de Estocolmo”, em homenagem ao referido episódio. Ao contrário do que se imagina, ele não é tão raro quanto pensamos, e não se resume somente a relações entre raptores e reféns. Escravos e seus senhores, sobreviventes de campos de concentração, aqueles submetidos a cárcere privado, pessoas que participam de relacionamentos amorosos destrutivos, e até mesmo algumas relações de trabalho extremas, geralmente permeadas de assédio moral; podem desencadear o quadro. Em todos esses casos, são características marcantes: a existência de relações de poder e coerção, ameaça de morte ou danos físicos e/ou psicológicos e um tempo prolongado de intimidação.

Nesse cenário de estresse físico e mental extremos, o que está em jogo inconscientemente é a necessidade de autopreservação por parte do oprimido, aliada à ideia, geralmente errônea, de que, de fato, não há como escapar daquela situação. Assim sendo, ele inicialmente percebe que somente acatando as regras impostas é que conseguirá garantir pelo menos uma pequena parcela de sua integridade.

Aos poucos, a vítima busca evitar comportamentos que desagradem seu agressor, pelo mesmo motivo pontuado anteriormente; e também começa a interpretar seus atos gentis, educados, ou mesmo de não violência como indícios de uma suposta simpatia da parte dele a ela. Tal identificação permite a desvinculação emocional da realidade perigosa e violenta a qual está submetida.

Por fim, a vítima passa a encarar aquela pessoa com simpatia, e até mesmo amizade – a final de contas, graças à sua “proteção”, ela ainda se encontra viva. No caso de pessoas sequestradas, mais um agravante: tal indivíduo é geralmente a sua única companhia!

Para exemplificar, temos o que Natascha Kampusch, a austríaca que viveu em cativeiro por oito anos, escreveu em seu livro (3.096 Dias, Verus Editora):

“Eu ainda era apenas uma criança, e precisava do consolo do toque (humano). Então, após alguns meses presa, eu pedi a meu sequestrador que me abraçasse”.

Vale frisar, no entanto, que a referida pessoa, assim como muitas que passam por essa situação e se comportam tal como foi dito, não se identifica com o quadro descrito neste texto, afirmando que“ninguém é totalmente bom ou mau” e que “aproximar-se do sequestrador não é uma doença; criar um casulo de normalidade no âmbito de um crime não é uma síndrome - é justamente o oposto: é uma estratégia de sobrevivência em uma situação sem saída”.

Na maioria dos casos, mesmo após sua libertação, a vítima continua a nutrir um sentimento de afeição por tal pessoa. Um exemplo clássico é o de algumas mulheres que sofrem agressões de seus esposos e continuam a defendê-los, amá-los e a justificar suas agressões.


Por Mariana Araguaia

Fonte:

http://www.brasilescola.com/doencas/sindrome-estocolmo.htm

Revolução de Avis


Revolução de Avis

Durante o período de grande crise do século XIV, as rotas terrestres entre a França e os Flandres tiveram que ser fechadas, na tentativa de se evitar a propagação das guerras constantes do período e da peste bubônica.

Assim, Portugal tornou-se passagem obrigatória no caminho que levava do Mar Mediterrâneo ao Mar do Norte e vice-versa. Essa posição privilegiada impulsionou grandemente o crescimento econômico da burguesia mercantil portuguesa.

Entretanto, se por um lado a crise beneficiava a burguesia, por outro dizimava a população rural.

Esta última sofria diretamente com as guerras e com a peste. Quem não sucumbia a alguma dessas duas adversidades, ou revoltava-se ou migrava para as cidades. O êxodo rural tornou-se imenso e, para freá-lo, o rei lusitano Afonso IV proclamou a Lei das Sesmarias.

De acordo com essa legislação, os proprietários de terras não-cultivadas perdiam o direito a elas. Ou seja, a lei fazia com que os latifundiários se vissem na obrigação de impedir a migração dos camponeses, garantindo assim a produtividade das terras e, portanto, sua manutenção.

Tal medida, que prejudicava a nobreza proprietária favorecia claramente a burguesia, mostrando sua influência junto ao rei.

Portanto, o momento era, em todos os sentidos, bastante próspero para a classe burguesa, que usufruia de um período de ascensão em meio à crise geral. Em 1383, o último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando I, morreu sem deixar herdeiros.

A ausência de descendentes reais lançou Portugal numa séria crise monárquica, cujos desdobramentos só viriam a provar a hegemonia burguesa na nação. Instaurou-se dois grupos rivais na disputa pelo trono: de um lado, Dona Leonor Teles (viúva de D. Fernando), que comandava o grupo apoiado pela nobreza tradicional, defendia a união de Portugal ao reino de Castela; de outro lado, D. João (Mestre de Avis e irmão ilegítimo de D. Fernando), que encabeçava o grupo apoiado pela burguesia, pela nobreza militar e pelas plebes urbanas e rurais.

Uma eventual união de Portugal com Castela seria desastrosa para a burguesia portuguesa. Explica-se: a Espanha (onde estava Castela) vivia ainda sob estrito contexto feudalista, ao passo que os portugueses já apresentavam claros sinais do desenvolvimento que logo situaria a nação como a mais poderosa do mundo conhecido.

Como uma solução pacífica para o impasse não foi alcançada, o conflito armado tornou-se inevitável.

Por fim, em 1385, na batalha de Aljubarrota, as tropas de D. João esmagaram os castelhanos.

Iniciava-se desta forma a dinastia de Avis em Portugal, que seria marcada pela consolidação da aliança real com a burguesia, o que possibilitou uma centralização monárquica até então inédita na história do país. Tal centralização levaria a um grande crescimento e faria de Portugal a primeira nação européia a expandir seus limites para territórios extracontinentais, através das conquistas coloniais ultramarinas.


Fonte:
http://www.sosprofessor.hpg.ig.com.br/Historia/revolucao_de_avis.htm

Principado Romano


Principado Romano

A vitória de Accio abriu uma nova era: Roma, centro político do Mediterrâneo, progressivamente iria adaptar-se à administração das vastas Tenas que compunham seu império, e dar forma legal ao governo militar, que se superpusera aos órgãos políticos da cidade – Estado. Em 27 AC, Otávio adotou o cognome de Augusto, ao mesmo tempo que se consumava a transposição constitucional, por meio de um compromisso com as principais instituições da república; em princípio, o Senado dividiria a s tarefas administrativas e políticas com a autoridade militar.

Transição
Tal compromisso deu origem ao regime que vigorou na primeira fase do império (27 AC - até o fim do séc. II DC), cuja denominação de Principado, deriva do título de princeps, assumido em 28 AC por Augusto e daí em diante pelos chefes de Estado. As ressonâncias republicanas desse Título (princeps senatus, primeiro da lista senatorial) refletem a posição constitucional do governante.


Característica
O principado, assim, caracteriza-se por uma, dupla base política. De um lado, a autoridade civil, conferida ao príncipe pela Tribunícia potestas, que lhe proporcionava o direito de convocar o Senado e os comícios, tornava-o inviolável enquanto tribúno da plebe. Ampliavam essa autoridade certas prerrogativas extraordinárias, tais como as faculdades de incluir e recomendar nomes de candidatos as magistraturas (nominatio ecommendatio), o direito de nomear funcionários imperiais nas províncias, o direito de adlectio, seja, de inscrever no álbum senatorial indivíduos sem qualificações do cursus honorum, a direção da política exterior e o poder de legislar por atos pessoais.



O Problema do “Optimus Princeps”
Acabou-se a nostalgia da liberdade republicana e acabaram-se a s discussões sobre César e Pompeu.

A monarquia reflete a hegemonia romana e permanece sendo o regime mais desejável. “Como é preferível ter somente um mestre que servir !”

Mas aprendeu-se a opor dominatio e principatus. O principado foi corrompido pelos príncipes maus. O que se queria é que o príncipe fosse “excelente” em vez de “feliz” ou “grande”.

O príncipe ideal deve ser um “homem” sem querer ser igualado aos “deuses” deverá ser um “cidadão” e não um “tirano”, deve ser um “pai” sem comportar-se como “senhor”, porque ele é definido também por oposição ao pior dos príncipes.

O príncipe não é muito jovem num muito velho; Tem um talho elegante, o corpo “aperfeiçoado pelo trabalho e os membros robustecidos pelos exercícios”; o semblante grave, mas afável. Percebe-se que é um homem de ação, capaz de mudar os trajes civis para vestir a farda de guerra. Nada de principesco nem de sagrado, mas uma majestade que afasta as imoderações demagógicas e que inspira uma veneração de caráter religioso. Ele anda a pé, permite aos concidadãos que se aproximem, sem se irritar comas reclamações que fazem. Sabe também divertir-se conversando com pessoas de cultura ou caçando; o príncipe leva a vida de um senador com um pouco mais de aparato.




A idade do despotismo esclarecido: Flávios e Antoninos
O PODER exercido pelos sucessores; de Augusto foi meramente pessoal e seu modo de vida mais do que discutível: a atmosfera de sua corte era de intriga, crime e escândalo. Cresceu, por isso, entre as classes dirigentes do império uma forte oposição ao principado como instituição. Os pregadores da moralidade estóica, cuja influência sabre as camadas esclarecidas da sociedade aumentava firmemente, forraram uma teoria que se chocava com os pontos de vista mantidos pelos imperadores posteriores a Augusto.

Consideravam estes a sua autoridade como um direito pessoal, firmado na ligação com o falecido imperador; de acordo com os estóicos, porém, era falso considerar o principado como algo que pretendesse apenas gratificar a ambição pessoal, ou como um despotismo baseado na violência e na força. 0 poder, diziam ele, era confiado por Deus ao homem moral e intelectualmente superior ao resto da comunidade, e seu exercício adequado era um dever imposto por Deus, uma pesada obrigação pessoal. 0 governante, príncipe ou rei, não era um senhor, segundo o ensinamento estóico, mas um seno da humanidade e devia trabalhar para o bem de todos, e não em prol de seus interesses próprios e de sua manutenção no poder.

Essa teoria não era nova: fora criada e sustentada pelos cínicos, passando destes aos estóicos e dela haviam participado muitos dos melhores governantes da Idade Helênica. Foi também, em certas proporções, a fundação de uma moralidade nova o que Augusto ditou a seus contemporâneos, pelas palavras de Horácio, e especialmente à classe que servia ao Império por ele criado. Quase toda a sociedade romana a adotou aos poucos, e seus defensores acabaram por impô-la à consideração dos governantes. Tal ponto de vista era defendido com ousadia por muitas das vítimas do reinado de terror de Nero.

Os acontecimentos que se seguiram à morte de Nero porém provaram que a monarquia, qualquer que fosse a sua forma, era inevitável, e que só essa forma de governo era reconhecida pela massa do povo e especialmente pelo exército, e que uma campanha para restauração do antigo sistema senatorial não era apenas inútil, mas infinitamente prejudicial, porque poderia levar à guerra civil, com todos os seus horrores. Por isso, o aparecimento de uma nova dinastia no trono, por mais que devesse ao acaso a sua ascensão, não provocou nenhum protesto da sociedade romana. Os homens esperavam que o principado regenerado realmente desse ao mundo um exemplo do poder nas mãos “do melhor”, exercido com o devido respeito pela Constituição estabelecida, e sem prejuízo dos privilégios desfrutados pelas classes superiores.

Essa esperança não foi decepcionada pelos reinados de Vespasiano e de seu filho mais velho, Tito. Vimos que o primeiro, pelo menos teoricamente, considerava seu governo uma continuação do principado de Augusto, e que o segundo realmente se aproximou do ideal estóico. Mas de fato o poder de Vespasiano dependia inteiramente de sua ligação com os exércitos. Isso se prova pelo título de imperator que, como Augusto, adotou como nome pessoal, reafirmando com isso o seu comando dos soldados e também a natureza hereditária e sem limites de sua autoridade. O mesmo podemos deduzir de suas persistentes tentativas de restringir a sucessão à própria família. Seu esquema foi vigorosamente contestado pela oposição, afirmando esta que o herdeiro do trono devia ser “o melhor dos melhores” – em outras palavras, o melhor entre os senadores – e que o parentesco com o atual governante deveria ser ignorado. Essa posição provocou uma tensão ainda em vida de Vespasiano. Ele e seu filho Tito, porém, reinaram apenas doze anos, durante os quais ocuparam totalmente da recuperação do Estado, especialmente de suas finanças, arruinadas pela extravagância doentia de

Nero e pelo custo da guerra civil dos anos 69 e 70 de nossa era. Evitaram ambos, por isso, levar a questão às conseqüências finais, mantendo-se sempre que possível dentro dos limites da Constituição de Augusto.

Domiciano, o filho mais novo de Vespasiano e o terceiro da dinastia Flávia, tornou impossível qualquer meio-termo. Rejeitou a teoria do “melhor homem” como governante do Estado e, mais ainda, tirou as conclusões lógicas inevitáveis dessa rejeição. Tomando o caminho trilhado por César e seguido por Antônio e Calígula, Domiciano acentuou em todos os seus atos a natureza absoluta de seu poder e a condição sagrada de sua pessoa. Demandava uma submissão cega a e confiava apenas no exército, que subornou com um aumento considerável de salários, tanto dos oficiais como dos soldados.

Havia, porém, e como mais tarde veremos, razões políticas e militares para tal aumento.

A tentativa para transformar-se num autocrata do tipo helênico contrariava as esperanças e as idéias da sociedade romana e encontrou intensa oposição em todas as classes. O descontentamento do Senado foi esmagado com grande crueldade, sob a alegação de combate aos “filósofos”, ou, em outras palavras, a todos os que apoiavam e pregavam a nova teoria de uma relação adequada entre os governantes e seus súditos. O espírito de oposição, porém, não se limitava a Roma: difundiu-se também nas províncias. O mundo helênico e Alexandria, sua capital intelectual, há muito alimentavam o descontentamento. Os filósofos que, como Dión Crisóstomo, haviam sido expulsos de Roma atacavam com eloqüência a “tirania”, defendendo a teoria do poder real tal como exposta pelos estóicos. Apolônio de Tiana, filósofo e profeta, clarividente e miraculoso, tornou-se um ídolo. Finalmente,

Domiciano tombou, vítima de um conspiração palaciana. Embora a ocasião de sua morte tenha sido acidental, foi indubitavelmente provocada pelo crescente ressentimento contra sua política.

Como sucessor de Domiciano, o Senado e os exércitos proclamaram Caio Coceio Nerva, que pertencia a antiga e nobre família romana. A substituição de governo se fez sem derrame de sangue. Nerva, que era muito respeitado mas já idoso, reinou de 96 a 98. Começou fazendo concessões à opinião pública. Uma de suas primeiras ações foi adotar Marco Úlpio Trajano, de família romana residente na Espanha, universalmente conhecido como hábil e experimentado general e também como defensor sincero da teoria estóica de governo. Com Nerva e Trajano tem início um novo capítulo da história do principado, no qual a característica principal é a harmonia entre a autoridade suprema e a comunidade. Esta reconhecia, de uma vez por todas, o principado como indispensável e se prontificou a servi-lo. Em troca, o princeps aceitava a teoria estóica do poder imperial, integralmente, e tacitamente se comprometia a respeitar os sentimentos e a manter os privilégios da classe dominante. Também se comprometia a respeitar as antigas forma constitucionais, e a agir, pelo menos na aparência, não como monarca de poder ilimitado, mas como o primeiro e o melhor cidadão, como tal livremente reconhecido pelo Estado.

Nenhuma modificação essencial do principado resultou dessas concessões. Pelo contrário, o poder do princeps aumentou com a reconciliação com a comunidade, tornou-se menos limitado e mais autocrático. Os senadores, felizes por conservarem seus privilégios e sua alta posição no Estado, estavam prontos a se submeterem, tornando-se apenas um órgão consultivo do imperador. Não obstante, este estava moralmente comprometido pela aceitação sob pressão da opinião pública, da teoria estóica do dever de governante – comprometido ainda por aceitar a teoria sem reservas e conformar a ela seu comportamento pessoal. Isso se evidencia claramente pelo fato de renunciarem à idéia de um império hereditário, à transmissão do poder dentro da mesma família, o que se tornou ainda mais fácil pelo fato de não terem vários imperadores herdeiros direitos. A adoção substituiu, portanto, a herança, e os imperadores tentavam honestamente escolher para seus sucessores os melhores homens ou os jovens mais promissores da aristocracia.

Tal sistema de adoção produziu resultados excelentes. Roma não teve uma sucessão de governantes capazes, honestos, trabalhadores, patriotas e consciosos como nos primeiros 75 anos do século II. Os imperadores diferenciam pelo caráter, temperamento e origem: alguns pertenciam à nobreza italiana, outros à provincial, mas todos puseram em prática o mesmo princípio e colocaram acima de tudo o dever de trabalhar pelo Estado, pelo império e pelo bem-estar de seus súditos.

Após o curto reinado de Nerva, as bases da nova política foram lançadas pelo cuscessor, Trajano, que reinou de 98 a 117. De todos os sucessores de Augusto, Trajano é o mais notável. Foi um grande gênio militar e um estadista de visão, que compreendeu claramente os problemas imediatos do império e os perigos que o ameaçavam externamente. Além disso, era excelente administrador, influindo em todos os detalhes do governo e dirigindo pessoalmente seus subordinados, que escolhia cuidadosamente entre a aristocracia governante. Sua correspondência com Plínio, representante típico de uma classe de servidores públicos bem-nascidos e educados, proporciona um exemplo notável de colaboração honesta entre governante e seus subordinados,
pelo bem do Estado.


Bibliografia
1. A história Social do Brasil
Géza Alföldi

2. História de Roma
M. Rostovtzeff

3. Coleção Universitária de Ciências Humanas (O Direito Romano) - Jean Marie Engel, Jean Remy Palanque

4. Enciclopédia Mirador

Perguntas e Respostas sobre o Período Pré-Colonial


Perguntas e Respostas sobre o Período Pré-Colonial

Por que Portugal não se interessou de imediato pelo Brasil?
Porque tinham um comércio lucrativo com as Índias e não poderiam comercializar como Brasil.



Quais as principais expedições ao Brasil no Período Pré Colonial?
Foram cinco. Duas de exploração (em 1501 Gaspar Lemos, em 1503 Gonçalves Ledo), duas guarda-costas (em 1516 e 1526 por Cristóvão Jaques) e uma de colonizadora (1530 por Martim Afonso de Souza).



Qual o objetivo das expedições de exploração?
Reconhecimento do litoral e descoberta de riquezas.



Qual o objetivo das expedições de guarda-costas?
Policiamento da costa brasileira e expulsão de invasores.



Como era a economia pré-colonial?
Exploração do pau-brasil. O trabalho era feito por índios através de escambo (troca por mercadorias com os portugueses)


Fonte:
http://fabio.fabiana.sites.uol.com.br/historia.htm

Perguntas e Respostas sobre o Período Colonial


Perguntas e Respostas sobre o Período Colonial

Quando foi criado e qual foi o primeiro núcleo de povoamento do Brasil?
Em 1532 foi criado a Vila de São Vicente por Martim Afonso de Souza.



Como eram administradas as vilas?
Eram administradas por Câmaras Municipais com base nas leis portuguesas.Só podiam votar os “homens bons” – grandes proprietários de terras e de escravos e pelos comerciantes.



Como eram compostas as câmaras municipais?
1 juiz ordinário, 1 procurador, 1 tesoureiro, 3 ou 5 vereadores e 1 ou 2 almotacés (responsável pelo abastecimento)



Quais a função das câmaras municipais?
Zelar pela administração urbana e rural, arrecadar impostos, realizar benfeitorias e cuidar d o abastecimento.



Onde a cana-de-açúcar se desenvolveu?
No início foi tentado plantar em São Vicente, porém o solo e o clima não era bons. No nordeste mais precisamente na Zona da Mata foi onde mais se desenvolveu.



Porque os portugueses escolheram a cana-de-açúcar?
Porque era muito procurada e caro na Europa; porque já tinham experiência em produzir e comercializar; porque se adaptou bem ao clima e solo do nordeste.



Quem eram os donos do engenho de açúcar?
O senhor do engenho que se tornou a pessoa mais rica do Brasil.



Qual era a mão-de-obra nos engenhos?
Os índios e depois os negros sempre escravizados.



O que eram as capitanias hereditárias?
Em 1534, o Brasil foi dividido em 15 lotes e entregue a 12 donatários



Porque foram criadas?
Para evitar despesas reais com a colonização; ampliar o povoamento; intensificar a produção e a exploração de riquezas; proteger o litoral contra invasões.



O que era a Carta de Doação?
Documento entregue pelo Rei aos donatários da terra para a posse da capitania.



O que era a Carta Foral?
Estabelecia os direitos e deveres dos donatários. O Rei podia monopolizar as riquezas das colônias e arrecadar impostos. O donatário podia escravizar índios, legislar na sua capitania e doar sesmarias (pedaços de terras). Tinham que proteger a terra, realizar benfeitorias e produzir riquezas, além de trazer colonos de Portugal.



Quais as capitanias que prosperaram?
São Vicente e Pernambuco



Porque as capitanias fracassaram?
Por causa da distância de Portugal; falta de interesse de alguns donatários; ataques indígenas; falta de recursos de alguns donatários; o isolamento entre as capitanias; falta de colonos que quisessem vir ao Brasil.



O que foi o Sistema de Governo Geral?
Foi criado em 1548 por Portugal, para evitar o fracasso total das capitanias hereditárias. Consistia em um governo central para coordenar e supervisionar o desenvolvimento das capitanias. Salvador tornou-se 1ª capitania do Brasil.



Quantos Governadores Gerais teve o Brasil?
Dezenas



Quais os três primeiros?
Tomé de Souza (1549-1553), Duarte da Costa (1553-1558) e Mem de Sá(1558-1572).



O que fez Tomé de Souza?
Fundou Salvador com a ajuda do “caramuru” – Diogo Alvarez Correia. Trouxe os primeiros jesuítas para catequizar os índios, criando o primeiro bispado do Brasil o de Salvador, chefiado por Padre Manuel da Nóbrega.



O que fez Duarte da Costa?
Vindo do jesuíta José de Anchieta que em 1554 juntamente com Padre Manuel da Nóbrega fundaram a cidade de São Paulo; ocorreram as invasões francesas no Rio de Janeiro em 1955; a morte do bispo Dom Pero Fernandes Sardinha, vítima dos índios Caetis.



O que fez Mem de Sá?
Expulsou os franceses edo Rio de Janeiro com a ajuda do seu sobrinho e do índio Araribóia; fundou a cidade do Rio de Janeiro em 1565; subdividiu a administração o seu governo em: ouvidor-mor (justiça), provedor-mor (administração e finanças), capitão-mor (defesa da costa) e alcaide-mor (chefia das milícias).



Quando o Brasil foi dividido em 2 governos gerais?
Em 1572, com a morte de Mem de Sá.



Como era dividido?
Governo do norte com sede no Salvador e o Governo do sul com sede no Rio de Janeiro



Quando acabou a divisão em 2 governos?
Em 1578, a administração passou a ser feita por Dom Luis de Brito e Almeida e em seguida pó Lourenço Veiga.



O que foi a União Ibérica?
Com a morte do Rei D. Sebastião, de Portugal que não tinha herdeiros,o trono ficou para o seu primo o rei Felipe II da Espanha. Neste período Portugal e suas colônias fiaram sob o comanda da Espanha entre 1580 e 1640.



O que aconteceu neste período?
Anulação do Tratado de Tordesilhas; início significativo da expansão territorial; ampliação dos quilombos; invasão holandesa no nordeste.



Quais os países que invadiram o Brasil no período colonial?
A França invadiu o RJ em 1955 e a Holanda invadiu a Bahia (1624-1625) e Pernambuco (1630-1654).



Porque a Holanda invadiu o Brasil?
Por causa do embargo comercial imposto à Holanda pela Espanha, que não poderia mais comercializar açúcar como Brasil.



Quem os holandeses colocaram para administrar o nordeste?
Entre 1637 e 1644 Maurício de Nassau e nesta época houve harmonia entre os senhores de engenho e os holandeses.



O que fez Maurício de Nassau?
Criou linhas de crédito para aumentar a produção de açúcar; renegociou dívidas antigas; concedeu liberdade de culto e urbanizou Recife.



Como eram chamados os comerciantes holandeses?
Companhia Geral das Índias Ocidentais.



O que foi a Insurreição Pernambucana?
Após a queda de Maurício de Nassau, acabou paz entre holandeses e senhores de engenho. A revolta para expulsar os holandeses chamou-se Insurreição Pernambucana.



Quando acabou a invasão holandesa?
Em 1654, após a batalha Monte das Tapocas e Monte Guararapes,os holandeses assinaram a rendição.



O que aconteceu após o fim da invasão?
Os holandeses levaram mudas de cana para as Antilhas, começaram a produzir cana e competir com Portugal na venda da cana, provocando quedas nos preços e na exportação,levando a produção de açúcar nordestina à crise.



Quando acabou a União Ibérica?
Em 1640 com a ajuda da Inglaterra, Portugal se libertou da Espanha.



O que foi o Conselho Ultramarino?
Foi criado por Portugal em 4642 após o fim da União Ibérica para controlar politicamente as colônias.


Fonte:
Imagem: http://www.museudantu.org.br/RiodeJaneiro/cadeirinha2.jpg
http://fabio.fabiana.sites.uol.com.br/historia.htm

Perestroika


Perestroika

A Perestroika (do russo: Перестройка, significa reconstrução, reestruturação) foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbatchev, em 1985. A palavra perestroika, que literalmente significa reconstrução, ganhou a conotação de 'reestruturação econômica'. Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava a falhar e sentiu que o sistema socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da perestroika. Uma chave principal da perestroika era reduzir a quantidade de dinheiro gasta na defesa nacional, e para fazer isso Gorbachev sentiu que a União Soviética deveria:

* Desocupar o Afeganistão.
* Negociar com os Estados Unidos da América a redução de armamento.(entre eles os acordos de Yalta)
* Não interferir noutros países comunistas (A Doutrina Sinatra).


Em contraste com as reformas económicas da República Popular da China, a perestroika é largamente avaliada como tendo falhado no seu objectivo principal de reestruturar a economia soviética. As razões para o seu fracasso foram examinadas por muitos economistas e historiadores, incluindo Merle Goldberg. Uma das razões citadas para esse fracasso foi o insucesso na promoção da criação de entidades económicas privadas e semi-privadas e a indisposição de Gorbachev em relação a uma reforma na agricultura soviética. Outra possível razão seria a má vontade dos altos oficiais do Partido Comunista da União Soviética (a linha dura) e da facção liberal apoiada pelos EUA e que tinha como principal líder Boris Yeltsin em aceitar as medidas da Perestroika. Enquanto os primeiros não queriam mudanças, os últimos queriam que elas acontecessem mais rapidamente. Isso gerou forte oposição ao projeto da Perestroika. Contrariamente às reformas de Deng Xiaoping na China, a perestroika não só falhou o propósito de trazer benefícios económicos imediatos para a maioria das pessoas, mas o desmantelar da economia planejada criou o caos econômico, o que constituiu um factor importante para o colapso da União Soviética.

Referências
* Perestroika: New Thinking for Our Country and the World, Mikhail Gorbachev, Perennial Library, Harper & Row, 1988, trade paperback, 297 pages, ISBN 0-06-091528-5

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Perestroika

Países Capitalista e Socialista


Países Capitalista e Socialista

Até o século XVIII, o comércio era a principal atividade econômica da Europa, proporcionando grandes lucros à burguesia comercial. Nesta época começaram a surgir novas técnicas de produção de mercadorias. Como exemplo podemos citar a invenção da máquina a vapor, do tear mecânico e, conseqüentemente, dos lucros da burguesia. Surge, deste modo, um novo grupo econômico, muito mais forte que a burguesia comercial. Cabia a burguesia industrial a maior parte dos lucros, enquanto a grande maioria dos homens continuava pobre, Uns continuaram trabalhando a terra arrendada, outros tornaram-se operários assalariados. Essa situação histórica é conhecida como Revolução Industrial.

O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. Posteriormente, já no século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão. O capitalismo industrial, firmando-se como novo modo de vida, fez com que o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro homem por meio de salário. A Revolução Industrial tornou mais intensa a competição entre os países industriais, para obter matérias-primas, produzir e vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no século XIX – o imperialismo.

As potências industriais européias invadiram e ocuparam grades áreas dos continentes africano e asiático. Fundaram colônias e exploraram as populações nativas, pagando baixos salários pelo seu trabalho. Além de fornecer matérias-primas para as indústrias européias, as colônias eram também grandes mercados consumidores de produtos industriais. Os países americanos, apesar de independentes de suas metrópoles européias – Portugal, Espanha e Inglaterra –, não escaparam dessa dominação colonial, principalmente da Inglaterra. Os países latino-americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples vendedores de matérias-primas e aliamentos para as indústrias européias e como compradores dos produtos industriais europeus.

A Revolução Industrial levou a um aumento da produção, dos lucros e, também, da exploração do trabalho humano. O trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, 14 horas ou mais, recebendo baixos salários. Não eram somente adultos que se transformavam em operários: crianças de apenas seis anos empregavam-se nas fábricas, executando tarefas por um salário menor que o do adulto. Essa situação levou os trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram revoltas isoladas, mas, depois, os operários se organizaram em sindicatos, para lutar por seus interesses. E os trabalhadores descobriram uma arma para lutar contra a exploração de sua força de trabalho – a greve. A atual fase do capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A atividade bancária, ou seja, empréstimos de dinheiro a juros, predomina. Todas as outras atividades dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou-se a principal "mercadoria" do sistema.

As características do sistema capitalista
Este sistema caracteriza em linhas gerais:
• pela propriedade privada ou particular dos meios de produção;
• pelo trabalho assalariado;
• pelo predomínio da livre iniciativa sobre a planificação estatal.

As características do socialismo e a sua propagação pelo mundo
Até 1917 a Rússia era um país feudal e capitalista. O povo não participava da vida política e vivia em condições miseráveis. Esta situação fez com que a população, apoiada nas idéias socialistas, principalmente nas de Marx, derrubasse o governo do czar Nicolau II e organizasse uma nova sociedade oposta à capitalista – a socialista. A Rússia foi o primeiro país a se tornar socialista e, posteriormente, passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em linhas gerais, podemos caracterizar o socialismo como um sistema onde:
• não existe propriedade privada ou particular dos meios de produção;
• a economia é controlada pelo Estado com o objetivo de promover uma distribuição justa da riqueza entre todas as pessoas da sociedade;
• o trabalho é pago segundo a quantidade e qualidade do mesmo.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), outros países se tornaram socialistas, como, por exemplo. A Iugoslávia, a Polônia, a China, o Vietnã, a Coréia do Norte e Cuba. Entretanto, este novo sistema colocado em prática nesses países, principalmente na União Soviética, apresenta vários problemas:
• falta de participação do povo nas decisões governamentais;
• falta de liberdade de pensamento e expressão;
• formação de um grupo político altamente privilegiado.

A teoria econômica elaborada por Karl Marx, Friedrich Engels e outros pensadores foi interpretada de várias formas, dando origem a diferenças entre os socialismos implantados.


Por: Maiara Aparecida Gomes Pereira

Fonte:

http://www.grupoescolar.com/pesquisa/paises-capitalista-e-socialista.html