Moscou encerrou os 22°Jogos Olímpicos com uma festa tão bonita quanto a de abertura, mas mais emocionante, talvez por ser a festa do adeus, da separação de milhares de atletas numa terra ainda tão desconhecida do mundo ocidental. A cidade ficou vazia e o Estádio Lenin lotado para os desfiles, as danças folclóricas e a queima de fogos.
Uma versão do ursinho Misha em pelúcia, o mascote da Olimpíada, com cerca de 8 metros, apareceu suspensa por bolas de gás e foi solta no centro do gramado, sumindo no espaço. No mesmo instante, uma reprodução gigantesca do mesmo Misha se exibia num painel humano, numa experiência inédita ao grande público, derramando lágrimas. Foi evidentemente o ponto alto da celebração.
Uma outra despedida, aconteceu durante o desfile da delegação brasileira. O jogador da seleção de volei, Moreno, empunhava a bandeira do Brasil, encerrando uma trajetória de 16 anos em competições pelo país.
O último ato simbólico aconteceu quando a bandeira de Los Angeles subiu, anunciando a edição seguinte dos Jogos Olímpicos, diluindo friamente clima emocional até então instaurado.
Nas duas semanas de duração dos Jogos Olímpicos, a União Soviética conquistou 195 medalhas de um total de 629 disputadas. No resultado técnico, os Jogos registraram 81 recordes mundiais e olímpicos, 24 dos quais de autoria dos donos da casa.
Eram fervorosos tempos da Guerra Fria. E o presidente do Comitê Internacional Olímpico, Lord Kilanin, condenou mais uma vez a manipulação do movimento olímpico por questões políticas e diplomáticas. O alvo era o boicote dos EUA e de outros países do ocidente ao evento, o que tornaria a acontecer na edição seguinte, sediada em Los Angeles, quando URSS e outros países da coluna socialistas se ausentariam do evento.
Fonte: Jblog