Por Emerson Santiago |
O apelido de “biônico” ao que parece, surgiu de uma série norte-americana de televisão, apresentada à época pela TV Bandeirantes de São Paulo, chamada de “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, onde o personagem principal tinha a sua vida salva por agentes do governo através de implantes biônicos. Transportado para o cenário político, o termo encaixava-se como referência ao apoio que esses políticos tinham do governo, sendo privados de enfrentar uma desgastante campanha política.
Dando completo apoio à manobra “palaciana” e aprovando o tal pacote, estava o presidente Ernesto Geisel, incumbido ao mesmo tempo da realização da “abertura lenta, gradual e segura” da política nacional, prometendo devolver o Brasil a uma realidade democrática e de voto direto garantido à população. Como se constata hoje, Geisel ia contemplando os dois lados ao mesmo tempo em que ia “abrindo” o horizonte político, e o Pacote de Abril, que deu origem aos senadores biônicos, foi claramente uma concessão às forças reacionárias detentoras do poder naquele momento específico.
Além dos senadores biônicos, haviam, desde 1966, os governadores biônicos, além dos prefeitos biônicos em certos municípios. Como as duas outras modalidades, o senador alçado ao cargo artificialmente, por nomeação do presidente da república ou por voto indireto, buscava garantir a maioria ao partido da situação, a ARENA, e ao mesmo tempo garantindo a existência da oposição permitida, dando um falso panorama de democracia no país.
Os senadores biônicos exerceriam seus mandatos de modo regular, sendo que ao final de seus mandatos de oito anos, praticamente todos foram sendo substituídos com as sucessivas eleições diretas para a renovação do Senado Federal, já no período democrático.
Bibliografia:
FARIA, Vanderlei . Pacote de Abril . Disponível em: http://www.historiabrasileira.com/ditadura-militar/pacote-de-abril/ Acesso em: 15 jul. 2011.
Fonte: