Por Emerson Santiago |
Os grandes bancos, prevendo ganhos astronômicos, mais que depressa emprestaram dinheiro ao Brasil, entre tantos outros países, sem obter garantias reais de como se faria a devolução do dinheiro. O Brasil de então, no auge da ditadura militar
A crise do petróleo, bem como a recessão que já estava sendo experimentada pelos EUA, faz com que o mundo capitalista experimente uma recessão à época. Isso contribui para que os países desenvolvidos passem a consumir menos commodities como o café e o cacau, importantes para as economias dos países em desenvolvimento. Assim, estes defrontam-se com enormes dívidas a serem pagas e pouco dinheiro para saldá-las, pois os produtos de exportação, fonte do dinheiro, não estavam vendendo como o esperado. É deste círculo de corrupção, especulação e avidez que surge uma danosa crise da dívida da qual o Brasil custou a se livrar.
Para piorar a situação, os Estados Unidos aumentaram a percentagem das taxas cobradas a produtos importados como modo de combater sua inflação, que à época, ameaçava a economia doméstica. Os outros países desenvolvidos fazem o mesmo, e os investidores internacionais passam a comprar dólares, com o aumento das taxas, esperando obter lucro. Assim, os países possuidores de dívidas se viam esmagados em dois pontos: em um, viam-se forçados pelos bancos a pagarem suas dívidas; de outro lado, como seus produtos não vendiam o suficiente, eram forçados a recorrer a mais empréstimos, a juros mais altos, endividando-se mais ainda.
A crise da dívida tornou-se notória quando o México anunciou moratória em 1982, recusando-se a pagar a sua dívida astronômica. Já na entrada da década, o Brasil estava virtualmente quebrado, sendo um dos fatores que levaram ao desmantelamento do regime militar.
A solução para a crise da dívida não foi rápida, sendo que em 1983 o Brasil assinará um acordo com o FMI, permitindo a rolagem da dívida com os bancos credores. Com a reestruturação e liberalização de sua economia, e por meio dos cumprimentos do acordo com o FMI (salvo o breve mal-estar causado pela moratória de 1987), o Brasil lentamente resolve o problema, que irá persistir até o final da década de 90.
Bibliografia:
A Crise da dívida. Disponível em: <http://tilz.tearfund.org/webdocs/Tilz/Topics/Other%20advocacy%20training%20materials/AdvdebtP%20-%202-3.pdf> Acesso em: 21 ago. 201
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