Com a divulgação do latim vulgar a partir do final do século X, produto da união entre o latim clássico e as línguas e os dialetos locais, a literatura medieval assumiu novas características e formas; formas voltadas em grande parte para os fortes traços da oralidade. Surgiu então a poesia épica ou canção de gesta, que contava os feitos e aventuras dos heróis e guerreiros medievais. No século XII, destacava-se a poesiatrovadora ou cortês que falava das paixões, dos amores, amantes e prazeres da vida. A religiosidade não era mais a única característica da manifestação literária do período.
Uma síntese dessas duas formas literárias foi o romance cortês, constituído tanto pelas aventuras e batalhas épicas como pelas paixões e amores arrebatadores. Três importantes obras medievais retratam bem essa síntese, Lancelot, Tristão e Isolda e as histórias do Rei Artur e seus cavaleiros em busca do Santo Graal.
A partir da passagem do século XII para o século XIII, os estudantes pobres e boêmios passaram a produzir uma poesia enaltecendo os prazeres da vida e atacando a nobreza, a Igreja e a burguesia ascendente, a poesia goliarda. É também desse período o romance didático, cuja maior expressão foi O Romance da rosade Guillaume De Lorris.
No final do feudalismo a literatura ganhou novas formas e conteúdos, influenciando profundamente a produção intelectual do mundo moderno. Autores como Dante Alighieri, autor da obra Divina Comédia;Boccaccio, autor da obra Decameron; e Geoffrey Chaucer, autor da obra Contos de Canterbury; vivenciavam a decadência do universo medieval e de alguma maneira já anunciavam através de suas obras a emergência de uma nova situação histórica e cultural, o mundo Renascentista. Por isso, a classificação desses autores é de difícil precisão, já que se situam num período de transição entre duas culturas.
Por Lilian Maria Martins de Aguiar