Conspiração, crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade – sob essas quatro acusações, os aliados resumiram os infindáveis crimes cometidos pelos nazistas.
Durante quase um ano, entre novembro de 1945 e outubro de 1946, o Tribunal Militar Internacional reuniu-se em Nurembergue para o julgamento de criminosos nazistas, após a Segunda Guerra Mundial. Nos 218 dias do processo, foram ouvidas pelo Tribunal 236 testemunhas. Cinco mil documentos foram recolhidos e analisados.
Em outubro de 1946, pronunciou-se o veredicto final contra 22 representantes do alto comando da Alemanha de Hitler. Hermann Göring, antigo marechal do regime, foi considerado pelos aliados comoo "nazista número 1", após Hitler, Himmler e Goebbels terem cometido suicídio.
Além de Göring, outros onze acusados foram condenados à morte, entre eles os ex-ministros do Exterior, Joachim von Ribbentrop, e do Interior, Wilhelm Frick, e o ex-chefe de recrutamento de trabalhadores forçados, Fritz Sauckel. À pena máxima foram condenados ainda dois militares do alto escalão do regime nazista: Alfred Jodl e Wilhelm Keitel, chefe do Alto Comando das Forças Armadas.
Além das 12 penas de morte, o Tribunal condenou sete nazistas à prisão; em três casos, perpétua. Albert Speer, arquiteto preferido de Hitler e seu assessor, que durante a guerra tornou-se ministro de Armamentos e Munição, recebeu 20 anos de cadeia. Ele foi um dos poucos a confessar sua culpa, distanciando-se explicitamente do regime nazista. Sob protestos dos membros soviéticos do Tribunal, três dos acusados foram absolvidos.
Ao encerrar os julgamentos, o Tribunal de Nurembergue salientou: "Hitler e seu sistema provocaram um sofrimento enorme, além de privação e miséria, entre o povo alemão. Com o final desse processo, Hitler será desprezado e condenado como um dos autores desse infortúnio. O mundo, no entanto, deverá aprender do ocorrido que ditaduras como formas de Estado deverão não apenas ser odiadas, mas também temidas".
Das 12 penas de morte, apenas 10 foram executadas. Martin Bormann, o assessor mais próximo de Hitler em seu primeiro quartel-general, estava desaparecido, sendo julgado à revelia e condenado à morte.
Hermann Göring suicidou-se na véspera do dia 16. Quando os seguranças do presídio perceberam que ele mantinha-se estranhamente imóvel deitado sobre seu banco, chamaram seus superiores e um médico. Este constatou a morte de Göring por envenenamento. Nunca foi esclarecido quem lhe entregou o veneno.
Fonte:DW