É conhecido como
punk o estilo de rock característico da segunda metade da década de 1970, tendo em comum poucos acordes, refrões marcantes e canções de cerca de dois minutos de duração, ou até menos.
O estilo punk é caracterizado ainda por ser completamente urbano, nascido do inconformismo e do tédio com o cenário musical da época, que reconhecidamente promovia músicas e artistas “produzidos”, ou seja, que recebiam todo um preparo de empresários e técnicos envolvidos no negócio musical, e que não raramente, negociavam a inserção das canções de seus protegidos em rádio e televisão.
Com essa visão em mente, os primeiros punks forjaram o seu visual a partir do método que ficou conhecido pela sigla DIY (do it yourself, ou faça você mesmo), que envolvia se vestir, comportar, expressar, e principalmente, fazer música do modo como cada um achasse melhor. A criatividade e a individualidade eram a norma.
A origem do punk pode ser encontrada em grupos como MC5, Velvet Underground e Stooges, ativos no fim dos anos 60 e início dos 70. Influenciados por esse tipo de som, jovens que mal sabiam tocar instrumentos começaram a se reunir e fazer sua própria música. Esse é o caso dos Ramones, que começou a se apresentar no hoje lendário clube CBGB de Nova Iorque em 1974. Com jaquetas de couro, cabelos a la Beatles, um som forte e rápido, praticamente nada se parecia com aquela banda na cena local, e, por isso mesmo, as primeiras apresentações reuniam pouco mais de meia dúzia de “testemunhas”.
Um ano depois a cena punk começa a se desenvolver na Grâ-Bretanha, a partir da loja de roupas “Sex”, de Malcolm McLaren. Observando os clientes de sua loja, McLaren seleciona quatro jovens ignorantes sobre música, que, sob sua direção, formam os Sex Pistols, a principal banda de punk britânica. Devido à natureza da sociedade local, excessivamente estratificada, ou seja, onde a diferença de classe é fator fundamental no destino do cidadão, o punk é adotado pelos jovens da classe trabalhadora mais humilde, que, numa Grâ-Bretanha em crise, com pouca oferta de emprego e perspectiva, alimentava movimentos como o punk, de revolta e descontentamento com o modo como a sociedade funcionava. Apresentando-se em pequenos teatros, salões de escolas, porões de prédios transformados em clube, os Pistols vão reunindo uma legião de fãs, e animando outros a formarem bandas, exemplo de The Clash, que compõe letras de forte cunho social e político de esquerda, além de demonstrar grande influência do reggae, ska e rocksteady trazido pelos imigrantes jamaicanos, que viviam ao lado desses mesmos jovens brancos da humilde classe trabalhadora. Assim como as bandas britânicas da década de 60, que receberam forte influência do rhythmn & blues e do soul, o punk iria trazer influências da música jamaicana.
No início dos anos 80, a intensidade do punk diminui, os Sex Pistols desaparecem, os Ramones continuam, mas com menos intensidade, e o Clash logo vai se extinguir, e a cena musical começa a ser dominada por um estilo mais suave e idílico, o chamado “new wave”. Mas, a semente da revolta e do inconformismo estava ainda muito viva, fato comprovado pelo movimento grunge, que surgiria em Seattle, no início dos anos 90, na terra do guitarrista Jimmy Hendrix, e cujo principal representante seria a mais importante banda de rock da década, o Nirvana, de Kurt Cobain.
Bibliografia:
VAN DORSTON, A.S. A History of Punk (em inglês). Disponível em <http://www.fastnbulbous.com/punk.htm>. Acesso em: 25 nov. 2011