De Alexandre, o Grande a Gengis Khan. Da Ásia à Europa e depois aos outros continentes. Dos Romanos a Pizarro, que conquistou o Império Inca utilizando apenas 30 cavalos, a conclusão que chegamos é que o cavalo era um animal caro, símbolo de status e há milênios faz parte de nosso imaginário. Assista ao vídeo da música A Horse With no Name, do América, enquanto lê o artigo.
Mustangs selvagens © Tim Davis/Corbis
Até o final do século XIX, o meio de transporte mais eficiente para um indivíduo era o cavalo. Havia, é claro, os barcos e os trens, mas não eram tão bons para subir montanhas e trilhar caminhos. Antes do trem, veio o cavalo.
Esse animal não era originário do continente americano, mas foi o responsável pela conquista do mesmo desde a chegada dos espanhóis. Os nativos, ao se depararem com um cavalo, corriam assustados e durante as batalhas preferiam alvejar o animal em vez do homem que estava sobre ele. Há relatos, colhidos em fontes históricas, nos quais os indígenas imaginavam que homem e cavalo fossem um mesmo ser. Quanto ao velho oeste, não é nem preciso falar muita coisa. Os filmes estão aí mesmo para nos mostrar como foi a “Marcha Para o Oeste”.
A importância do cavalo foi tanta para a humanidade que as elites, como por exemplo a romana, se distinguiam da plebe por terem cavalos. E, na Idade Média, o imaginário foi moldado tendo por base o ideal de cavalaria; daí, advindo o sentido de nobreza, cavalheirismo, honradez, coragem, masculinidade, etc.. Até hoje, o cavalo é símbolo de status. Ferrari sem aquele cavalinho não é uma Ferrari. Exército sem uma cavalaria não é um exército completo. A tecnologia fez com que os cavalos fossem substituídos por veículos que recebem a denominação Cavalaria motorizada. Durante a Guerra do Vietnã, os EUA utilizaram helicópteros na chamada Cavalaria aérea. A potência dos motores a combustão, é medida em HP, ou seja, horse- power, isto é, a relação entre massa X distância, relativas ao esforço desprendido por um cavalo.
É interessante notar, assim com para vários dos animais domésticos, que não se sabe ao certo quando e onde a domesticação desses animais teve início. O certo é que, muito provavelmente, tenha começado, no caso das bestas de carga – e também ruminantes, caprinos, ovinos, galináceos e suínos–; quando da formação dos primeiros agrupamentos sedentários que, posteriormente formariam as civilizações baseadas na agricultura. O caso dos caninos é um pouco diferente. A relação humana com esses animais remonta ao tempo das cavernas quando lobos passaram a ser alimentados com restos das refeições de nossos antepassados.
Recentemente, um grupo de pesquisadores formados por cientistas alemães, norte-americanos e espanhóis, pertencentes a instituições científicas como o Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, Instituto Leibniz de Pesquisa da Vida Selvagem entre outras, parece ter descoberto quando e onde exatamente começou a domesticação dos cavalos. Concluíram que tudo aconteceu por volta de 3 mil a.C., nas estepes do Ponto-Caspian, no Leste europeu entre a Rússia, o Cazaquistão, a Ucrânia e a Romênia.
A percepção da domesticação se deu por um item de vestuário utilizado pelos humanos da época, uma espécie de capa feita de pele de cavalo. Os cientistas identificaram várias gradações pictóricas (cor) com o passar do tempo entre o Pleistoceno e a Idade Média. Ao analisarem o DNA contido nessas peças de vestuário, verificaram que os antigos agricultores utilizaram a técnica de reprodução seletiva nos cavalos. Houve uma rápida alteração nos padrões de coloração das vestimentas e isso é indicador de uma possível domesticação.
Fonte:http://recantodaspalavras.com.br