Manoel Congo (à direita), líder negro do Quilombo de Vassouras
Nos livros didáticos de História, nas aulas de História e nas propagandas que circulam pela mídia, sempre nos deparamos com referências sobre o Quilombo dos Palmares, considerado por grande parte da população brasileira como um dos ícones mais importantes da resistência negra contra o trabalho escravo.
Contudo, Palmares não se configurou como único quilombo de resistência à escravidão negra no Brasil. Em diferentes regiões do país existiram comunidades quilombolas. Você sabe se há remanescentes de quilombos na região onde você mora? O que você conhece sobre essas comunidades?
Como dito antes, Palmares não foi o único quilombo no Brasil. Na província do Rio de Janeiro existiu o Quilombo de Vassouras. No ano de 1838, aproximadamente 300 escravos que viviam sendo explorados e açoitados nas lavouras de café da região se revoltaram e articularam uma grande rebelião contra seus senhores.
Segundo Cardoso (2006), a rebelião no Quilombo de Vassouras poderia ter tomado grandiosas proporções se os quilombolas tivessem conquistado o domínio de uma fábrica de pólvora que ficava ao pé da Serra da Estrala, próxima ao Quilombo, o que não aconteceu.
A revolta de Vassouras serviu como exemplo para que os senhores donos de escravos se alertassem contra as crescentes insurreições e convocassem tropas da Força Imperial para acabar e sufocar a rebelião. O líder do movimento no Quilombo de Vassouras, Manoel Congo, foi condenado à morte. Os demais escravos que participaram da revolta foram condenados a três anos de gonzo (dobradiça de ferro que envolvia o pescoço) e 650 chibatadas que eram aplicadas no máximo 50 por dia, para evitar que o escravo morresse antes de pagar a sentença. Dessa maneira, terminou a história do Quilombo de Vassouras que teve o fim parecido com o Quilombo dos Palmares.
Leandro Carvalho
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