No começo deste século, dois historiadores ingleses que faziam pesquisas em Quantir-Piramesses, no delta do rio Nilo, no Egito, surpreenderam-se ao encontrar pedacinhos de um vidro vermelho.
A descoberta derrubou o antigo mito de que só a Mesopotâmia produzia vidro em grande escala na Antiguidade. Os cacos encontrados pelos ingleses são de aproximadamente 1250 a.C., período do reinado de Ramsés II. Até então, acreditava-se que os egípcios importavam lingotes de vidro da Mesopotâmia. As barras do produto made in Mesopotâmia seriam derretidas e transformadas em vidros para perfumes e outros líquidos.
O achado, noticiado pela revista espanhola Historia y Vida, derrubou ainda um outro mito: que o vidro sempre teria sido feito a partir da areia. A base utilizada pelos egípcios para a fabricação de seu vidro era cristal de quartzo. Com base nos caquinhos, foi remontada a linha de produção do vidro no Egito. Veja ao lado como ele teria sido feito.
Modo de preparo
Triturava-se o quartzo até ele virar pó. A poeira era misturada com plantas com alta concentração de sal. A mistura era guardada em vasilhas, que provavelmente haviam armazenado cerveja. O pote era esquentado à temperatura de 900 graus. Depois de esfriado, o material era triturado e limpo. Grandes pedaços de quartzo e as bolhas de ar eram retiradas. Hora de colorir. Depois de inserida a substância que dava o tom desejado (no local estudado pelos ingleses, o tom escolhido era o vermelho), iniciava-se uma nova etapa, em recipientes cilíndricos. A massa resultante era utilizada para confecção dos moldes.
Fonte: Aventuras na História