24.5.12

Maragatos


Por Fernando Rebouças

Os sulistas que iniciaram a Revolução Federalista ocorrida no Rio Grande do Sul em 1893, ficaram conhecidos comoMaragatos por utilizarem lenço vermelho no pescoço; a revolução era contra a política praticada pelo governo federal. Os revoltosos eram liderados por Gaspar da Silveira Martins e por Gumercindo Saraiva que entrariam à frente de um exército de lenços vermelhos.



Os republicanos, inimigos dos “Maragatos”, eram conhecidos como “Pica-paus” e denominavam os “Maragatos” com uma identidade estrangeira em virtude dos revoltosos serem lideradas por pessoas provindas de um exílio no Uruguai. Os Pica-paus eram identificados pelo lenço branco.

Os republicanos defensores do governo queriam insinuar que os revoltosos eram uruguaios ou influenciados por estrangeiros, mercenários e de baixa valia política. O líder Gumercindo Saraiva teria utilizado a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, para entrar no Brasil e organizar uma tropa de 400 homens, porém, os revoltosos abraçaram o termo “Maragatos”, criando um jornal próprio com esse termo em 1896.

Os republicanos que apoiavam o governo central eram chamados de Pica-paus em virtude dos chapéus divisas brancas que lembravam o topete da ave pica-pau. Em 1923, haveria nova revolta liderada por Assis Brasil, diplomata e pecuarista, contra a permanência de Borges de Medeiros no governo do Rio Grande do Sul, o fato ficou conhecido como a Revolução de 1923, os opositores dos Maragatos eram os Chimangos.

Esse movimento geraria a criação do Partido Libertador. Sobre o comportamento dos tradicionais maragatos, o seguinte texto relata:

“Ainda hoje (l 897), que 11 séculos são decorridos, os maragatos constituem um nódulo distinto no meio da população lionesa. São ainda os bérberes antigos: usam a cabeça raspada, com uma mecha de cabelo na parte posterior; falam uma linguagem que não é bem castelhana, a qual apresenta uma pronúncia arrastada, dura e lenta, e são geralmente arredios.”

(Oliveira Martins, apud Vocabulo Sul-RioGrandense, P.A., Globo, 1964, p. 289).

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maragato_(Brasil)
http://www.paginadogaucho.com.br/hist/cm.htm
http://www.riogrande.com.br/historia/temas_maragatos_e_picapaus.htm
http://www.historiabrasileira.com/revolucao-federalista/maragatos/