Por Emerson Santiago
Alemanha Ocidental
Ficou popularmente conhecida como Alemanha Ocidental o antigo estado existente de 1949 a 1989 formado pela parte oeste da atual Alemanha, e que tinha como nome oficial República Federal Alemã (RFA ou Bundesrepublik Deutschland no original em alemão). A RFA era um estado baseado nos valores capitalistas, reproduzindo o sistema político e econômico dos países responsáveis por sua criação.
Nas conferências de Teerã em 1943, e de Ialta em 1945, ficou estabelecido por EUA, URSS e Reino Unido, que a Alemanha deveria ser dividida como um modo de enfraquecê-la, além de serem impostas importantes indenizações de guerra, o que impediria o país de voltar a ser uma potência econômica.
Em 1945, com a efetiva vitória dos aliados na Segunda Guerra, a Alemanha é ocupada pelas quatro forças mais importantes do bloco aliado, União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido e França, cada um controlando um quarto do território alemão; Berlim também foi dividida em quatro zonas. Logo, porém, americanos e britânicos perceberam que este desmantelamento transformaria as zonas de ocupação em desertos industriais que os obrigariam a gastar enormes quantias para sustentar o país. Deste modo, Reino Unido, EUA e França decidem, a 20 de junho de 1948, implantar uma reforma monetária e criar um estado provisório sob seu controle, o que causa uma crise com os soviéticos. A 23 de maio de 1949 surge o novo estado, a República Federal da Alemanha (RFA), tendo por capital a cidade de Bonn. A sua denominada Lei Fundamental sublinhava seu caráter provisório, pois somente depois que o país voltasse a ser uma unidade deveria ser ratificada uma Constituição definitiva.
Em outubro do mesmo ano, os soviéticos respondem ao fomentar a criação da República Democrática Alemã (RDA), de orientação socialista. Na prática, a RDA era mais um dos vários países socialistas satélites da URSS surgidos após 1945. Assim, a nova realidade da Guerra Fria eliminou rapidamente qualquer esperança de reunificação alemã. Em 1961, a construção de um muro que isolava Berlim Oriental pareceu selar a divisão definitiva da Alemanha em dois estados distintos.
Com o passar dos anos começava a ser perceptível o contraste entre as duas Alemanhas, pois o lado capitalista desde cedo desenvolvia-se, enquanto que do lado socialista, a política engessada e a burocracia dos líderes comunistas alemães deixava seu estado em completa desvantagem e atraso.
As desigualdades chegam a um ponto onde, em 1989, o sistema político oriental entra em colapso. As mudanças nos países socialistas atingem o auge com a queda do Muro de Berlim no mesmo ano, o que abriria caminho para uma rápida reunificação do estado alemão cerca de um ano depois, tendo por base a organização social e política da Alemanha Ocidental.
Alemanha Oriental
Por Emerson Santiago
Era popularmente conhecida como Alemanha Oriental o antigo estado formado pela parte mais a leste da atual Alemanha, chamado oficialmente de República Democrática Alemã (RDA ou Deutsche Demokratische Republik – DDR, no original em alemão), e que existiu de 1949 a 1990. A RDA era um estado socialista, fundado nos mesmos moldes dos outros estados socialistas do leste europeu existentes à mesma época.
Em 1945, com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra, seu território é ocupado pelas quatro forças mais importantes do bloco aliado, União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido e França, cada um controlando um quarto do território alemão. Durante esse período se tentou fazer da Alemanha um país de sistema misto, o que se mostraria inviável por causa dos interesses opostos dos EUA e da URSS, que insistiam em implementar seus modelos políticos e econômicos particulares. A 23 de maio de 1949, as porções do território alemão controladas por EUA, Reino Unido e França são unificadas, dando origem a um novo estado, a República Federal da Alemanha (RFA), país de economia capitalista e regime semelhante ao do restante do ocidente. Já a leste, no território ocupado pelos soviéticos, é fundada a RDA a 7 de outubro de 1949. A cidade de Berlim, que ficava em território da RDA, foi também dividida, e sua parte oriental permaneceu como capital do estado socialista.
Logo, as duas Alemanhas surgidas do período pós-guerra iriam refletir a nova situação criada pela Guerra Fria. Do mesmo modo, Vietnã e Coreia seriam separadas em processo semelhante, sendo que as Coreias do Norte e Sul ainda vivem esse drama. A economia do lado socialista se baseava na agropecuária e nas poucas indústrias existentes. A RDA, assim como os outros estados socialistas nascentes, não foi beneficiada pelo Plano Marshall por causa da reforma agrária, nacionalização das empresas e pelo planejamento centralizado da economia.
Assim, a RDA levou muito mais tempo para se recuperar dos efeitos da guerra que o seu vizinho ocidental que previsivelmente, começou a atrair os cidadãos do leste. O fluxo crescente de emigração preocupava bastante os dirigentes da RDA, que temiam a possibilidade do estado ser asfixiado economicamente por meio da falta de pessoal qualificado.
O controle da fronteira passa a ser bastante rigoroso, com penas drásticas a quem tentasse passar para o lado ocidental. Mesmo assim, o movimento persistia, até que em 1961, finalmente é erguido o infame “Muro de Berlim“, separando a parte ocidental e a oriental da cidade. Nas quase três décadas de sua existência, vários morreram tentando cruzá-lo rumo ao ocidente, e em 9 de novembro de 1989, sua queda foi o símbolo maior do fim dos regimes socialistas em quase sua totalidade.
A RDA teve praticamente o mesmo destino dos outros regimes socialistas vizinhos, acabando por entrar em colapso pelas políticas equivocadas de seus dirigentes. A 3 de outubro de 1990 ocorre a reunificação da Alemanha, e as duas repúblicas são unidas sob um regime similar ao da antiga metade ocidental.
Bibliografia:
República Democrática Alemã. Disponível em: <http://lulamann.vilabol.uol.com.br/>. Acesso em: 21 mai. 2012.
A Divisão da Alemanha ─ de 1945 a 1989. Disponível em: <http://www.dw.de/dw/article/0,,958753,00.html>. Acesso em: 23 mai. 2012.
Fonte: