20.6.12
Saiba mais sobre personalidades políticas que marcaram a década. Roosevelt, Hitler, Stalin, Trotsky, Churchill, Mussolini, Salazar e Gandhi marcaram período e influenciaram gerações
Marsílea Gombata, iG São Paulo
Franklin Roosevelt (1882-1945): Eleito presidente dos Estados Unidos para o mandato de 1932 a 1936, Franklin Delano Roosevelt teve um governo marcado pelos efeitos da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e a Grande Depressão americana dos anos 30 que o levaram a implantar uma política econômica inovadora, baseada na produção para reativar a economia, conhecida como New Deal. Considerado um presidente que fez os americanos voltarem a confiar em si mesmos e na nação, Roosevelt é inspiração para economistas de orientação liberal, conservadores, e chefes de Estado estrategistas. No contexto da recente crise econômica americana, pontos do New Deal de Roosevelt foram readaptados, o que levou alguns analistas a compararem suas estratégias às do presidente Barack Obama.
Benito Mussolini (1883-1945): Ícone da extrema-direita da história da Itália, Benito Amilcare Andrea Mussolini começou seu ativismo no Partido Socialista. A explosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) estimulou o sentimento nacionalista entre os italianos e fez com que Mussolini fosse visto como líder de um movimento. O contexto socioeconômico degradado em que a Itália se encontrava levou ao crescimento do nacionalismo fascista, que passou a ter Mussolini como principal expoente até ele chegar ao poder, em 1925. Chamado de “Il Duce” (o líder, em italiano), aproximou-se da Alemanha nazista de Adolf Hitler, o que levou ambos a formar a aliança conhecida como Eixo na Segunda Guerra (1939-1945). Além de ter inspirado Hitler na construção do 3º Reich, Mussolini ainda é referência para líderes e movimentos de extrema-direita dentro da Itália.
Foto: AP
Líder nazista Adolf Hitler é saudado por soldados em Nuremberg (02/09/1933)
Adolf Hitler (1889-1945): Inspirado na Itália de Mussolini, o austríaco levantou o ânimo dos alemães que viviam a pior crise econômica da história do país – com uma taxa de desemprego que superava os 40% e índices recordes de inflação. Depois de lutar na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), integrou um pequeno grupo nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães, mais tarde rebatizado de Partido Nacional-Socialista Alemão. Chegou ao poder em 1933, período entre guerras, tornando-se führer (líder absoluto, em alemão). Durante seu governo, conhecido como 3º Reich, priorizou bandeiras de uma Alemanha empenhada na autossuficiência econômica, capaz de suprimir o sindicalismo e o comunismo, além de exterminar a minoria judaica – bode expiatório da Alemanha nazista antes e durante a Segunda Guerra (1939-1945). Começou o conflito fazendo parte do Eixo, mas em 1945 teve suas tropas derrotadas pelos russos e acabou se suicidando. Deixou um legado de movimentos neonazistas e partidos políticos que têm doutrinas baseadas nas suas.
Foto: ReproduçãoAmpliar
Winston Churchill
Winston Churchill (1874-1965): Antes de se tornar o famoso primeiro-ministro britânico que protagonizou as negociações durante e depois da Segunda Guerra Mundial, Sir Winston Leonard Spencer-Churchill, jornalista de formação, dedicou-se fundamentalmente à redação de tratados no período entre guerras e se notabilizou na Câmara dos Comuns por uma violenta crítica ao nazismo de Hitler. Em seu famoso discurso de posse como premiê britânico, pregou a “vitória a todo o custo, vitória a despeito de todo o terror". Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1953 pelos seis volumes da obra A Segunda Guerra Mundial. O estilo diplomático de Churchill ainda é referência para autoridades.
Josef Stalin (1879-1953): Eleito secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética em 1922, Iosif Vissarionovich Dzhugashvili – que mais tarde agregou ao nome a palavra Stalin (“de aço”, em russo) – desempenhou, ao lado de Vladimir Lênin, o papel de organizador da Revolução de Outubro de 1917. Foi chefe do Império Soviético no auge da tensão entre guerras. Na Segunda Guerra Mundial, mantinha relações estreitas e, ao mesmo tempo, conflituosas, com Hitler. Participou de conferências com o americano Roosevelt e o britânico Winston Churchill, estabelecendo bases e rumos para o pós-guerra. Nascido na Geórgia, Stalin governou com mãos de ferro o Estado soviético e ordenou a deportação de opositores, assim como o assassinato de mais de 20 mil militares do Exército polonês, em 1940 – episódio conhecido como o Massacre de Katyn. Apesar do legado negativo, ainda é visto como um exemplar estadista e motivo de orgulho entre alguns países do ex-bloco soviético.
Leon Trotsky (1879-1940): Nascido na Ucrânia, Lev Davidovich Bronshtein foi idealizador da Revolução Bolchevique e era o número 2 do poder soviético, ficando atrás apenas de Vladimir Lenin. Após a morte do amigo, em 1924, teve de deixar a União Soviética. Visto pelo então líder soviético Josef Stalin como ameaça, foi assassinado em 1940 pelo militante comunista espanhol Ramón Mercader, em sua residência mexicana de Coyoacán. Recrutado pelos serviços secretos soviéticos, o espanhol golpeou com uma a cabeça de Trotsky, depois de conseguir se infiltrar entre seus amigos. Trostky, 70 anos depois, ainda é inspiração para diversos movimentos e partidos de esquerda pelo mundo, como os brasileiros Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).
Francisco Franco (1892-1975): Oficial de Infantaria, Francisco Hermenegildo Paulino Teódulo Franco Bahamonde começou a se destacar em campanhas na África pela sua frieza em combate. Com a vitória da esquerdista Frente Popular nas eleições de 1936, opositores de direita liderados por Franco executaram um golpe de Estado com apoio de diversas regiões do país. A divisão do país deu início à Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que deixou 500 mil mortos. No confronto, a direita recebeu ajuda da Itália fascista e da Alemanha nazista, responsável pela destruição da cidade basca de Guernica, símbolo da resistência contra o franquismo. A vitória dos Aliados na Segunda Guerra fez Franco se voltar para os Estados Unidos durante a Guerra Fria. O franquismo não ficou restrito ao passado da Espanha e sua dinâmica totalitária ainda é combatida. Em 2007, o Parlamento espanhol aprovou a Lei da Memória Histórica, que condena o regime militar do general Franco e prevê indenizar famílias das vítimas 70 anos depois.
António Salazar (1889-1970): Assim como no Brasil, António de Oliveira Salazar foi responsável pela instituição de um Estado Novo em Portugal. A diretriz política do regime que durou de 1933 a 1974 seguiu a onda nacionalista de extrema-direita que vivenciavam países da Europa como Espanha, Itália e Alemanha. Durante sua gestão, Salazar instituiu a censura e a polícia política. Além disso, criou dois movimentos paramilitares: a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa, braços do governo que garantiam a repressão a opositores. Mas 40 anos depois de sua morte, ainda fica a dúvida se Salazar entrou para a história como um ditador ou grande estadista, capaz de dar estabilidade a Portugal em meio à crise econômica dos anos 30.
Foto: Reprodução
Mahatma Gandhi
Mahatma Gandhi (1869-1948): Mohandas Karamchand Gandhi e outros indianos que se opunham à exploração da colônia Índia pelo domínio inglês começaram em 12 de março de 1930 uma caminhada de quase 400 quilômetros, por 25 dias, em direção ao litoral. O movimento que ficou conhecido como Marcha do Sal quis contestar de forma simbólica a obrigação dos indianos em comprar produtos vindos da Inglaterra, incluindo mercadorias que poderiam ser extraídos na Índia, como o sal. Em 6 de abril, Gandhi apanhou um punhado de sal à beira-mar, e teve seu gesto repetido simbolicamente por milhares no litoral. O protesto rendeu a Gandhi e a 50 mil indianos a prisão, mas não acabou com o movimento de desobediência civil - um tipo de resistência pacífica pregada por Gandhi. Na marcha, Gandhi quis deixar claro que lutava pelo fim da exploração da Índia, sendo sua meta central evitar a violência. O protesto comoveu a opinião pública de todo o mundo. A Índia, porém, tornou-se independente apenas 17 anos mais tarde.
Al Capone (1899-1947): O mafioso Alphonse Gabriel Capone é parte da história dos Estados Unidos. Nova-iorquino de origem italiana nascido no Brooklyn, Al Capone foi um dos principais alvos do governo americano e do FBI, que tentavam derrubar o chefe dos mais rentáveis negócios na época da lei seca: a venda ilegal de bebidas alcoólicas, o comércio de armas, a prostituição e o gerenciamento de salões de jogos. A condenação que acabou com o reinado do mafioso veio de provas que comprovavam a sonegação de impostos. Em 1931, ele foi condenado a uma multa de US$ 50 mil e a 11 anos de prisão, cuja maior parte foi cumprida no presídio de Alcatraz. O estilo de “fazer negócios” de Al Capone virou símbolo da influência da máfia italiana nos EUA e foi tema do filme Os Intocáveis (1959). O apelido de seu filho “Sonny” inspirou o escritor Mario Puzo, que escreveu sobre o filho de Vito Corleone em O Poderoso Chefão, que virou filme em 1972 sob direção de Francis Ford Coppola.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/revolucao1930/saiba-mais-sobre-personalidades-politicas-que-marcaram-a-decada/n1237774086629.html