Fernando Collor de Mello rumo ao Palácio do Planalto.
No ano de 1989, as eleições presidenciais do Brasil foram marcadas pela frustração do governo Sarney (assolado pela crise econômica) e as expectativas de, finalmente, ocorrerem eleições diretas depois de mais de trinta anos sem espaço para as práticas democráticas. O segundo turno dessas eleições polarizou o confronto entre Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores; e Fernando Collor, do Partido Republicano Nacional.
Contando com recursos de vários representantes do empresariado nacional e aproveitado sua habilidade frentes às câmeras, Fernando Collor de Mello prometia resolver os problemas que assolavam o Brasil. Após assumir o cargo, o novo governo anunciou um pacote de medidas chamado de Plano Collor. Além de buscar a abertura dos mercados, a participação do capital estrangeiro e a diminuição do gasto público, o plano congelou a renda das cadernetas de poupanças de milhares de brasileiros.
Sem alcançar o sucesso esperado o plano naufragou em meio a um surto de recessão econômica e a volta das ondas inflacionárias. Em 1992, o governo Collor ainda foi alvo de novas polêmicas. Uma rede de favorecimento político e econômico controlada por pessoas diretamente ligadas ao presidente escandalizou o país.As denúncias de corrupção ocuparam as manchetes dos principais meios de comunicação da época. Dando resposta a essas denúncias, o Congresso Nacional criou uma investigação controlada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Os números pífios da política econômica de Collor e a indignação frente aos escândalos de corrupção envolvendo seu nome incentivaram a mobilização em torno de sua saída do governo. Os integrantes do movimento “Fora, Collor”, capitaneado por entidades representativas dos sindicatos, setores estudantis e entidades de classe, pintaram suas caras e saíram às ruas em sinal de sua indignação.
A pressão pública forçou o Congresso a cassar o mandato do presidente Fernando Collor de Mello. No final daquele mesmo ano, o presidente perdeu seu cargo, que foi assumido pelo então vice-presidente Itamar Franco.
Por Rainer Sousa
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