3.7.12
MAR DE ARAL
Mar de Aral - 1985
Mar de Aral - 2006
Mar de Aral - O Mar de Aral é o quarto maior mar interior do Mundo. Situado nos desertos do Cazequistão e do Usbequistão, na Federação Russa, a sua superfície total é de 66.500 km2 (2.350 km2 de ilhas).
Com uma profundidade que atinge os 68 metros, está localizado a uma altitude de 53 metros e tem um comprimento de 428 km. É um mar sem escoamento pelo que tem um elevado teor em sal: 14%. Na costa Norte, perto de Aralsk procede-se à sua extracção. O Mar de Aral é alimentado pelos rios Amudária e Sirdária e nele abundam a carpa e o esturjão. Os principais portos deste mar, assolado por frequentes tempestades, são Aralsk e Bungun.
O Mar de Aral é um lago de água salgada, localizado na Ásia Central, entre as províncias cazaques de Aqtöbe e Qyzylorda (ao norte), e a região autónoma usbeque de Caracalpaquistão (ao sul). O nome (em português, Mar das Ilhas) refere-se à grande quantidade de ilhas presentes no seu leito (mais de 1500). Este já foi o quarto maior lago do mundo com 68 000 km² de superfície e 1100 km³ de volume de água, mas em 2007 já havia se reduzido a apenas 10% de seu tamanho original, e em 2010 estava dividido em três porções menores, em avançado processo de desertificação.
A outrora próspera indústria pesqueira foi praticamente destruída, provocando desemprego e dificuldades económicas. A região também foi fortemente poluída, com graves problemas de saúde pública como consequência. O recuo do mar também já teria provocado a mudança climática local com verões cada vez mais quentes e secos, e invernos mais frios e longos.
Actualmente, existe um esforço contínuo no Cazaquistão para salvar e recuperar o norte do Mar de Aral. Como parte deste esforço, um projecto de uma barragem foi concluída em 2005 e em 2008 o nível de água nesse local já havia subido doze metros a partir de seu nível mais baixo em 2003. A salinidade caiu e os peixes são encontrados em número suficiente para tornar a pesca viável. No entanto, as perspectivas para o mar remanescente do sul permanece sombria, tendo sido chamado de "um dos piores desastres ambientais do planeta".
A superfície do Mar de Aral já reduziu em 60% do seu tamanho e em cerca de 80% do seu volume. Em 1960, o Mar de Aral era o quarto maior lago do mundo, com uma área aproximada de 68 000 km ², e um volume de 1 100 km ³. Em 1998, caiu para 28 687 km ², o oitavo maior lago do mundo. Durante o mesmo período, a salinidade do mar aumentou cerca de 10 g/l para cerca de 45 g/l.
Em 1987, a redução gradual dos níveis de água acabou por dividir o lago em dois volumes separados de água, ao norte do Mar de Aral e ao sul do Mar de Aral, o último por sua vez, dividido na zona central e na porção ocidental. Embora um canal tenha sido construído para ligar o norte e o sul, a conexão foi perdida em 1999 devido à queda cada vez mais acentuada das águas.
No entanto, foram feitas obras para preservar o norte do Mar de Aral, incluindo a construção de barragens para garantir a preservação de um fluxo constante de água doce. Em Outubro de 2003, o governo do Cazaquistão anunciou um plano para construir uma barragem de concreto, a barragem Kokaral chamado para separar as duas metades do Mar de Aral, de modo que pudesse aumentar o nível de água nesse pedaço de terra original e reduzir os níveis de salinidade, o objectivo foi alcançado em 2007. Por razões económicas, o sul do Mar de Aral foi abandonado à sua sorte. Em sua agonia, está deixando enormes planícies de sal, que produzem tempestades de areia, que chegam a lugares distantes como o Paquistão e o Árctico, e fazem os invernos mais frios e os verões mais quentes. Uma das tentativas para atenuar esses efeitos é a plantação de vegetação no fundo do mar antigo, a terra agora.
No verão de 2003, o sul do Mar de Aral estava desaparecendo mais rápido do que o previsto. A superfície está apenas 30,5 metros acima do nível do mar (3,5 metros menor do que o planeado no início dos anos 90), e a água tem uma salinidade 2,4 vezes maior do que o oceano. Nas partes mais profundas do mar, as águas mais baixas tem maior concentração de sal do que as águas superficiais, formando dois tipos de água que não se misturam uns com os outros, provocando portanto, apenas o aquecimento da superfície do mar no Verão, que se evapora mais rapidamente do que o esperado. Estimativas baseadas em dados recentes, apontam para que a parte ocidental do Mar de Aral Sul desapareça nos próximos quinze anos (2003), enquanto a parte oriental pode ser mantida, de forma precária, por tempo indeterminado.
O ecossistema do Mar de Aral e dos deltas dos rios que nele desaguam está praticamente destruído, em grande parte pela alta salinidade. Além da terra, em torno do mar ser muito poluída, as pessoas que vivem na região sofrem de escassez de água doce, juntamente com vários problemas de saúde. A contracção do mar fez extensas planícies cobertas com sal e produtos químicos tóxicos, que são levadas pelo vento para as áreas habitadas. A população, perto do Mar de Aral tem uma alta incidência de certas formas de câncer e doenças pulmonares, entre outras doenças, possivelmente devido a alterações no DNA. Culturas tradicionais também estão sendo destruídas por depósitos de sal na terra. A cidade de Moynaq no Uzbequistão foi no passado um movimentado porto da indústria pesqueira que empregava cerca de 60 000 pessoas. Hoje em dia a cidade encontra-se muitas milhas distanciada da costa nova. Os barcos de pesca estão encalhados em terra, nas planícies que foram outrora o fundo do mar. Muitos desses barcos estão abandonados há mais de vinte anos. A única empresa pesqueira que continua na região, encarrega-se de importar peixes do oceano Pacífico, a milhares de quilómetros.
A tragédia do Mar de Aral foi contada no filme Psy (Псы, "Dogs"), Dmitri Svetozarov (URSS, 1989). O filme foi gravado numa das cidades fantasmas da costa, entre os edifícios e navios abandonados.
Formação
O lago localiza-se numa bacia hidrográfica endorreica, isto é, onde as águas das precipitações e rios correm para uma depressão no solo, um ponto fechado onde se acumulam.
No período Terciário (68 a 1,8 milhão de anos atrás) provavelmente aquela depressão estava conectada ao Mar Cáspio, ao Mar Negro, e a outros lagos próximos de mesma origem geológica e também de formação endorreica. Durante o Pleistoceno (de 1,8 milhão até 20 mil anos atrás) certamente ocorreu a separação e o isolamento final do Mar de Aral, porém ele continuou a ser alimentado simultaneamente com as águas dos rios Amu Daria e Syr Darya, tornando-o um verdadeiro oásis no deserto da Ásia Central. Com o tempo, a água do lago passou a concentrar todo o sal trazido pelos rios, uma vez que a água acumulada continuou o seu ciclo, evaporando por milhares de anos.
Afluentes
As nascentes dos dois rios afluentes ficam nas altas montanhas do sistema do Himalaia e distanciam cerca de 2.000 km da foz. Durante toda esta extensão, os rios cortam quatro países (a saber: Afeganistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão), sendo uma preciosa fonte de recursos naturais, com grande variedade biológica, em meio ao clima desértico. A indústria pesqueira era a principal actividade económica da região. No século XX os dois rios passaram a receber lixo, esgoto e poluentes com o desenvolvimento das comunidades próximas, e foram alvo de sucessivas drenagens pelo governo soviético das repúblicas da Ásia Central. A partir de 1920 o fluxo dos rios diminuiu consideravelmente.
In “Glossário Náutico”, p. 295.
Fontes:
Mar de Aral. In Diciopédia X [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_de_Aral